RIO NEGRINHO. Deni Anderson Gonçalves tem 33 anos, é mecânico de manutenção e estava em Conceição do Araguaia, no Pará, quando por volta das 12h30 deste domingo (29) recebeu uma ligação informando que seu único filho, Ítalo, de 5 anos, havia desaparecido pouco antes da casa onde mora com a mãe, na rua Helmuth Krambeck, em Rio Negrinho.
“Quando soube fiquei em choque, muito nervoso. Tratei de vir para Rio Negrinho no mesmo instante. O aeroporto mais próximo da cidade onde eu estava, era em Palmas, no Tocantins. Tive que me locomover de transporte terrestre até esse aeroporto e de lá para Curitiba, com conexão em São Paulo e depois de Curitiba para Rio Negrinho. Saí, mas com a esperança de que no trajeto até o aeroporto ele fosse encontrado”.
Deni também disse que quando chegou no aeroporto em Palmas, no domingo, o último vôo havia saído há cerca de 20 minutos.
“Consegui um vôo só pra às 03h da madrugada. Fiz uma conexão por volta das 05h em Viracopos (SP) e depois até Curitiba, onde o filho da minha madrasta me buscou e me levou para Rio Negrinho, onde cheguei na segunda-feira (30)”.
Desde então, acompanhado da família e amigos, ele também busca incansavelmente o menino.
Deni contou que há cerca de 10 meses está separado de Luciene Costa Araújo, mãe de Ítalo. Ele morou com ela e com o menino na casa na rua Helmuth Krambeck e afirmou que a família morava ali a um tempo bem considerável.
“O Ítalo não tinha o costume de vir no rio. A gente sempre teve essas questões de cuidar dele, de não estar saindo… Tínhamos até um portão atrás da casa, cedido por vizinho. Era para trancar a parte de trás e ele não sair por lá”. [ Há um rio que passa na frente e também atrás da casa ].
Questionado sobre a hipótese de o menino ter caído no rio depois que foi visto pela última vez na rua, em frente à casa, por volta das 10h15 de domingo, ele disse considerar também outras opções e explicou os motivos.
“Estamos avaliando todas as situações possíveis no momento. Não são muitas mas não se pode descartar nada, temos que avaliar tudo. Ele tem um pavor muito grande de água, dava trabalho para ele tomar banho! Quando caía a bola do outro lado da rua, chamava as tias para buscar”.
Em função também do fato de o menino, conforme ele, ter um certo atraso na coordenação motora, Deni acredita que possa haver outra justificativa para o desaparecimento da criança.
“Ele anda, mas não é com firmeza.Nada me tira do coração que ele não caiu no rio. Pode ser que uma pessoa com má intenção tenha atraído ele, pois o Ítalo é uma pessoa muito querida, não vê maldade. Até a gente se sentia constrangido quando saía com ele na rua, pois cumprimentava todo mundo. É dele isso, tem um amor muito grande”.
Deni comentou sobre o momento das buscas, que completam três dias hoje (1°) e falou sobre a mãe do menino.
“A princípio você quer buscar um responsável, mas o momento é de concentrar todas as energias possíveis nas buscas, de investigar. A polícia está trabalhando, verificando hipóteses; os bombeiros estão todos empenhados. Estão ‘em cima’ para tentar achar um ponto de ligação. Confio no trabalho deles, estão trabalhando incansavelmente”.
“A Luciene é uma boa mãe, uma mãe excelente, não tenho como julgar ela. Sempre foi muito cuidadosa, sempre buscamos fazer com que o Ítalo vivesse como todas as outras crianças, sem ser isolado”.
O pai finalizou fazendo agradecimentos e pedidos à comunidade.
“Peço que a população continue ajudando, que compartilhem as fotos do Ítalo para caso alguém tenha visto ele. O importante agora é trabalhar em fatos para não dificultar a situação e acabar aumentando a dor que estamos passando”.
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