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“Em seus últimos dias em Rio Negrinho conversávamos sobre passeios e viagens. Ele não se abateu”, conta uma das amigas que conviveu com o sargento Pilaty antes de sua morte em Canoinhas

Juntamente com um grupo de amigas, Márcia Petri, de Rio Negrinho, foi uma das últimas pessoas que na cidade conviveu com o sargento PM José Odair Pilaty, falecido em maio desse ano, em Canoinhas.

Ele atuou por muitos anos em Rio Negrinho e como seus familiares moravam em Canoinhas, acabou indo ficar sob os cuidados deles naqueles que acabaram sendo seus últimos dias.

No período de convívio com o policial, Márcia contou um pouco sobre a rotina compartilhada e a amizade que cultivaram.

“Já o conhecia de muitos anos como policial, como instrutor do Proerd, mas ter contato, como pessoa e como amigo, foi nos últimos quatro anos, que eu e me esposo ficamos mais próximos dele”, revela.

De acordo com ela, Pilaty sempre se demonstrou um homem saudável, divertido, com alta astral e brincalhão.

“Se fosse para chorar, ele chorava; se fosse para rir, ele ria. Ele era muito disponível, um amigo compreensivo que dava conselhos, mas se precisasse brigar, brigava também”, conta.

Ela disse ter estranhado quando no final do ano passado o policial começou a perder peso e adoecer de forma bastante rápida.

“Ele foi adoecendo e ainda pegou Covid”, recorda.

A notícia de que Pilaty estava internado primeiramente no hospital de Rio Negrinho pegou ela e todas as pessoas próximas de surpresa.

“Em dezembro ele se internou e quando voltou, no mesmo mês, retornou de ambulância, já bastante debilitado e não conseguia andar. Estava usando oxigênio, não conseguia ficar mais sem, mas em nenhum momento se queixou de dor”, lembra.

“Conversávamos sobre passear e viajar. Ele não se abateu”, comenta.

Grupo de whatsapp para acompanhar o policial
Com a saúde debilitada, e a família distante, Márcia e mais um grupo de amigas, para ajudar Pilaty, optaram por criar o grupo “Amigas do Bem” no whatsapp.

“Montamos o grupo para conversar sobre quem poderia levaria marmita, almoço e café para ele. Ajudamos no que pudemos e fazíamos visitas quase que diárias”, conta.

“Eu chegava do trabalho e ia ver ele. Na casa dele sempre tinha frutas, nunca faltou nada. Chegou um momento que além do grupo, outras pessoas passaram a ajudar no que era possível e passaram a acompanhar todo o tratamento dele”, cita.

Mas como as pessoas próximas não tinham disponibilidade de ficar integralmente ajudando na recuperação do policial, os amigos entenderam que era hora de contar para a família de Pilaty sobre qual era seu real estado.

“Conversamos sobre o fato de chamar a família e perguntamos para ele o que ele achava. Ele aceitou, a família veio, se reuniu e decidiu levá-lo para lhe prestar todos os cuidados que precisava”, diz.

“Ele foi um ser maravilhoso, que merece todo respeito. Deus me deu a oportunidade de conhecer o Pilaty amigo, parceiro, festeiro, e a gente se divertiu muito na presença dele. Não sabemos hoje ainda lidar com a questão envolvendo a morte dele”, encerra.

O sargento morreu no Hospital Santa Cruz, em Canoinhas. Estava com 48 anos, dos quais 26 anos foram dedicados a Polícia Militar e destes, 17 anos à atuação como instrutor do Programa de Resistência às Drogas (PROERD), participando da formação de milhares de jovens e crianças.

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