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"Foi uma semana abençoada", diz PM de Rio Negrinho que ajudou a salvar a vida de duas pessoas em uma mesma semana

[caption id="attachment_39865" align="alignnone" width="300"] Rua Henrique Schwarz, 73 • Centro[/caption] [caption id="attachment_41033" align="alignnone" width="247"] Foto: Divulgação/NN[/caption] RIO NEGRINHO. Essa semana, sem dúvida, será inesquecível para o policial militar Cleverson Artner, que atua em Rio Negrinho. Natural de Canoinhas, ele já trabalhou no SAMU e assumiu a carreira militar – que foi a que sempre sonhou – logo que passou no concurso para a corporação. Solteiro e com 31 anos de idade, ele ajudou a salvar a vida de duas pessoas em uma semana, “bem certinho”. No dia 1° de fevereiro, por telefone, ajudou uma mãe a salvar sua filha de apenas 15 dias. A bebê  havia se engasgado com leite materno. E no dia 8, ajudou a salvar o carona de um carro que estava gravemente ferido após um acidente com um caminhão na divisa entre Rio Negrinho e Mafra. Sem dúvida, ele também não esperava viver em apenas sete dias, situações tão emocionantes e inesperadas. Sem dúvida também ( hehehe ) eu deixaria de procurá-lo para que contasse os detalhes dessas histórias. E por isso fui recebida pelo policial no final da manhã de hoje ( 09 ), no Quartel da Polícia Militar. O bate papo de cerca de uma hora rendeu também muita emoção ( confesso: não chorei porque fiquei com vergonha rsrsrs ) e a certeza de que, sim, existe muita gente boa neste mundo! No telefone, ajudando a salvar um bebê No trabalho, Cleverson faz dupla com a soldado PM Reziane Lourenço. Eles atuam na Patrulha Rural e naturalmente, tem a obrigação de estar no interior do município. Porém, no dia 1°, a dupla estava no lugar certo, na hora certa. E não era na área rural da cidade, mas sim, no Quartel da PM, no bairro Bela Vista. “Por ‘acaso’, fomos ao Quartel entregar uns procedimentos de ocorrência. Mas a priori, não era para a gente estar lá. Foi então que tocou o telefone, eram duas ligações. Uma de um atendimento ‘normal’. A outra foi atendida pelo agente temporário Gabriel Ribeiro, que olhou para mim e disse que era de uma criança engasgada. Eu já disse: ‘deixa comigo’ e comecei a passar as informações para a mãe da menina”. Artner destacou que a equipe foi fundamental nesse momento, pois enquanto ele passava as orientações para a mãe da criança, Reziane e Gabriel foram já buscando a localização da residência e acionando os bombeiros e outra guarnição da Polícia Militar, para que se dirigissem até a residência, em apoio à mãe. [caption id="attachment_41107" align="alignnone" width="300"] Da esquerda para a direita: Gabriel, Reziane e Artner[/caption] “Eles foram excelentes mesmo, pois enquanto faziam tudo isso, também num clima de preocupação, eu fui orientando a mãe pelo telefone. Para mim, o mais difícil não foi passar as orientações, mas sim tentar acalmá-la, pois estava muito nervosa, naturalmente. Então eu não sabia se ela estava me ouvindo, se ela estava fazendo os procedimentos que eu repassava, porque ela só chorava, chorava muito”. “Foi como tirar o mundo das minhas costas”  Nesses minutos que pareceram horas, houve um momento em que a mãe da criança comentou que a bebê estava babando mas não chorava. Foi então que Cleverson disse que ficou menos preocupado, pois entendeu que deveria ser o leite voltando da garganta do bebê, o que significava uma certa evolução no atendimento. “A nossa esperança era que ou o leite voltasse ou que a guarnição chegasse lá o mais rápido possível, pois por um período ela não conseguia responder nada. Então, sabendo que a bebê estava babando, pedi para ela voltar e fazer os procedimentos que eu disse e segundos depois, a gente escutou o choro da bebê. Foi como me tirar o mundo das  costas”.  Ainda relembrando os momentos de tensão antes do feliz desfecho, o policial comentou que tentou fazer com que a mãe mantivesse a tranquilidade. “A gente sabe que é difícil, mas em casos como esse e em outros, manter a calma é essencial para que tudo dê certo. Afinal, é uma vida, muitas vezes, que está na mão de alguém. Mas graças a Deus, deu tudo certo. Não estávamos vendo a situação, estávamos imaginando apenas e tendo que ‘desenrolar’ tudo o mais rápido possível”. [caption id="attachment_41108" align="alignnone" width="300"] Depois de ajudarem a salvar a bebê pelo telefone, Artner e Reziane foram até a Fundação Hospitalar visitar mãe e filha[/caption] Não foi a primeira vez  O soldado contou também que não foi a primeira vez que passou por uma situação assim. “Logo que cheguei em Rio Negrinho, há pouco mais de três anos, atendi uma ocorrência de convulsão, que pode inclusive provocar uma parada cardíaca. Eu estava inclusive no COPOM também, só que enquanto o operador ia atendendo, a gente já foi explicando para a mãe como fazer. Sabíamos que os bombeiros estavam atendendo outra ocorrência, pois havíamos acabado de ver eles passando em frente ao Quartel e a outra guarnição da PM estava muito longe. Então o socorro mais próximo éramos nós. Deu tudo certo também”. A segunda ajuda para salvar uma vida [caption id="attachment_41109" align="alignnone" width="300"] Artner foi uma das testemunhas do acidente e prestou os primeiros socorros ao carona do carro, até a chegada do SAMU, Bombeiros e Polícia Rodoviária Federal[/caption] Cleverson tinha saído de serviço de sexta (07) para sábado (08) e planejava ir para a casa da mãe em Canoinhas somente no sábado a noite. “Mas como eu tinha umas coisas para resolver em Rio Negrinho, decidi fazer tudo cedo e ir para Canoinhas já pela manhã. Daí, na BR 280,  próximo do local, já vi que ia acontecer um acidente porque o carro saiu de uma rua e o caminhão tava vindo em sentido contrário. Eu percebi que não ia dar tempo de um desviar do outro e quando pensei nisso, aconteceu o acidente. Daí já parei e desci para ajudar”. Nisso, Artner contou que começaram a aparecer muitas pessoas e ao mesmo tempo, ele percebeu que o carona estava consciente, orientado e conversando, mas também muito machucado. “Ele estava preso nas ferragens, encarcerado mesmo. O motorista estava com a cabeça caída no painel do carro, ambos estavam com o cinto de segurança, mas mesmo assim… Não tinha como entrar no carro, não tinha como abrir a porta. Eu e outras pessoas que estavam ali tentamos puxar o parabrisas com a ajuda dos populares e não deu certo. Daí consegui entrar pelo porta malas, estabilizei a cervical do motorista, limpei as vias aéreas dele, tinha muito sangue, objetos estranhos ( do acidente mesmo ) e ele tinha vomitado”. Artner disse que já ao mesmo tempo, teve gente que jogou uma água e limpou o carona. Até que ele conseguiu desobstruir as vias aéreas da vítima. “Conseguimos fazer com que ele voltasse a respirar, porque estava quase sem respirar naquele momento. Só que a gente tinha dificuldade com o painel, que estava comprimindo o tórax dele. Ele estava com uma respiração curta e rápida, e nossa preocupação era liberar o painel para que ele melhorasse o condicionamento respiratório”. O policial destacou que tudo isso ocorreu com a ajuda de populares. Porém, ao olhar para o lado, viu passando de bicicleta o soldado Barbuza, que se formou com ele no curso para policial militar. Barbuza trabalha no 23° Batalhão da Polícia Militar em São Bento do Sul. “Chamei ele, pedi para que verificasse se não tinha combustível embaixo do carro, se estava tudo certo com a bateria… para não ter risco de explosão. Como estava tudo ok, ele entrou no carro pra me ajudar a quebrar o painel enquanto eu estabilizava a cervical do carona, justo para ele poder respirar melhor”. Barbuza também auxiliou Artner a retirar o carona do carro. “Naquela hora já percebi que a respiração dele melhorou muito. Fiquei aliviado, pois até então achava que o motorista não ia resistir, porque ficou inconsciente e desorientado durante o atendimento, tinha bastante hemorragia, não escutava nem respondia e ainda com as vias aéreas obstruídas… Mas graças a Deus novamente, o final foi feliz”. Sobre a semana com dois acontecimentos que envolveram muita adrenalina, Artner frisou que foi uma semana abençoada, em que Deus lhe concedeu a benção de poder ajudar o próximo de diferentes formas. “Deus guiou a todos nós. Eu fiquei bem feliz, me senti muito bem nessa semana. Foram duas vidas que vão seguir. Espero que ninguém pense que estou me vangloriando pela ajuda, mas se não tivesse atuado naquele momento certamente o carona não iria resistir, devido a obstrução das vias áreas e a compressão toráxica causada pela pressão do painel do veiculo. É a vida dele e a da bebê e sua família que todos temos que comemorar”.  O que move o soldado Cleverson Artner [caption id="attachment_41106" align="alignnone" width="300"] Foto: Divulgação/NN[/caption] Questionado sobre seus planos de vida, o PM falou que pretende continuar sempre fazendo o seu melhor como profissional, desempenhando seu trabalho da melhor maneira possível. “Quero viver contribuindo para o bem de todos. Mantendo a humildade, a educação e o respeito acima de tudo. Esses são os principais valores que carrego comigo, como pessoa e também como profissional. Acredito realmente que não podemos deixar de ter esses valores. Eu não ia me perdoar jamais se passasse por um acidente daquele e não ajudasse. Se simplesmente pensasse que o Samu, Bombeiros ou a própria Polícia iam vir e ajudar. Se fizesse isso , até hoje estaria me culpando. Acredito muito que o mínimo que a gente pode fazer é dar o melhor da gente para ajudar os outros”. Alerta à todos Ele aproveitou para fazer um alerta à todas as pessoas, de forma geral. “É muito importante que cada um tenha consigo um kit de primeiros socorros. Às vezes acontece um acidente e muitos ficam tumultuando, fazendo fotos, vídeos… Mas ninguém tem um kit de primeiros socorros para realmente ajudar os envolvidos. Então minha dica é para que tenham sempre um kit, mesmo sem saber usar, pois às vezes numa ocorrência, tem alguém que sabe o que fazer mas não tem o kit”. E Cleverson segue no seu dia a dia, como PM e como pessoa também. E igualmente nós, seguimos todos a partir dessa leitura. Espero que assim como eu, você também siga sua vida com mais inspiração, esperança, fé e a alegria da certeza de saber que há muitos “Artners” nesse mundo. E que não, o mundo não está “perdido”. Façamos cada qual a nossa parte! Promoções       ]]>

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