REGIÃO. A Dionaea Muscipola, ou simplesmente “apanha moscas” ou “Dionéia”, como também é conhecida, é uma das primeiras plantas, entre quem deseja cultivar a espécie.
“Isso porque ela é desse jeitinho que fecha essas armadilhas quando um inseto, como uma mosquinha, por exemplo, entra”, explica Emerson Gumboski, professor da Univille, mestre em Botânica pela UFPR e doutor em botânica pela UFRGS.
Segundo ele, trata-se de uma planta nativa dos Estados Unidos, mas que exige alguns cuidados especiais para quem deseja tê-las e conservá-las. Um desses cuidados refere-se a sua exposição ao sol.
“Ela não deve ser exposta diretamente ao sol de princípio”, cita.
“Isso porque como a gente não sabe direito há quanto tempo que essa planta está dentro de um supermercado, ou quanto tempo ela está circulando. E, geralmente ela não dever ter pego muito sol. Aí se você botar diretamente no sol, o dia inteiro em contato, você pode matar a planta, por queimá-la”.
Segundo ele, a orientação é para que a planta permaneça em um ambiente ensolarado inicialmente apenas nas primeiras horas da manhã ou no finalzinho da tarde.
“Somente depois de ver se a planta vai se adaptar bem, dá para expor ela mais”, sugere.
Esse processo pode levar um certo tempo.
“É algo de alguns meses e você consegue ir adaptando, aumentando esse tempo de exposição solar. Agora ela em geral, pegando o solzinho da manhã, já vive muito bem. A pessoa não precisa se preocupar nesse sentido”, esclarece.
Outro ponto destacado pelo especialista diz respeito a troca do substrato que vem com a planta.
“Geralmente trata-se de uma mistura entre casca de pinos que deve permanecer sempre um pouco úmido, mas não demais”.
“Mas esse substrato não deve ser trocado por terra”, acrescenta.
Cuidados com crianças
Gumboski também explica que outra questão super comum diz respeito a quem tem crianças em casa e quando estas gostam de ter contato com a planta.
“É necessário um cuidado com a armadilha que captura os insetos e além disso, essa planta não deve ser alimentada”, enfatiza.
“Muitas pessoas questionam se podem botar um pouquinho de carne, um pedacinho de frango, mas não devem. A carne tem um índice de proteínas e aminoácidos que acabam fazendo com que esse material apodreça dentro da planta e a armadilha morra”, detalha.
“Então não é legal, tem que deixar a planta capturar os insetos sozinhos. Outra dúvida é sobre colocar insetos mortos. Nesse caso se o material já está morto há algum tempo, a planta acaba não consumindo essa mosquinha morta. Ela não digere e gasta a energia da armadilha, sem que isso traga alguma vantagem para ela e isso não é interessante”, cita.
“A planta tem dois ou três gatilhos, uma espécie de pelinhos e então, essa planta precisa que o inseto passe, por exemplo encostando em dois pelinhos diferentes. Aí ela fecha”, fala.
“Então, se for só um, se for uma gota d’água, por exemplo, geralmente essa armadilha não fecha”, lembra.
O profissional também cita o fato de que a planta é maleável e portanto não machuca e nem perfura o dedo de uma criança.
“Mas a questão é que essa armadilha tem esse prazo de validade, ou seja, a cada três, quatro fechadas ela fecha e não abre e pelo menos a armadilha tende a morrer. Então não é recomendado que se faça isso, porque você vai gastando essas armadilhas, ou seja, a planta vai perdendo energia e não tendo nenhuma alimentação”, diz.
Curiosidade
Emerson também explica que a planta poderá ter uma vida maior se suas hastes, assim que surgirem, forem cortadas.
“Essa haste vai produzir pequenas flores brancas que até são bonitas, mas que consomem muita energia da planta. Dessa forma, quando uma haste nova florar pode-se cortar na base – mas apenas a haste – que a planta tenderá a viver mais. Essa é uma estratégia que as pessoas se utilizam para ter a planta por mais tempo”, encerra.
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