RIO NEGRINHO. Os vereadores homenagearam na noite desta segunda-feira (30), através de uma Moção da Aplauso, uma das mais antigas emissoras de rádio não só do município, como também de todo o Estado – a Rádio Rio Negrinho, que completou no último dia 25 de agosto, 73 anos de fundação.
Todos os parlamentares se manifestaram durante a discussão da moção e vários deles lembraram passagens da rádio em suas vidas. Alessandra Cristofolini (PSL) lembrou que tem o hábito de ouvir a emissora desde criança e que a Rádio Rio Negrinho faz parte da história do município.
“Desejo que continuem por muitos anos mais transmitindo notícias de forma justa e verdadeira. É desta forma que o ouvinte merece”, destacou. Já Nílson Sebastião Barbosa (PSDB) também confessou ser um ouvinte assíduo da emissora. “Faz mais de 30 anos que moro em Rio Negrinho sempre ouvindo a Rádio Rio Negrinho”, frisou.
Roseli Zipperer do Amaral (PSDB) fez menção ao saudoso programa “Ranchinho do Coroné”, comandado por muitos por Coroné Cezar, um ícone da comunicação rio-negrinhense. “Nossa rádio merece os parabéns a todos que passaram e também aos que estão la. Por isso a emissora perdura, é um legado, um trabalho de família”, resumiu.
“É uma história maravilhosa, que venham muitos anos pela frente. De meio-dia até hoje é habito escutar a Rádio Rio Negrinho”, discursou Flávia Vicente (MDB). “A Rádio Rio Negrinho sempre se destacou, entre tantos outros programas que ficaram na memória dos rio-negrinhenses, por suas transmissões esportivas”, lembrou Manoel Alves Neto (DEM).
“Falar da Rádio Rio Negrinho é chover no molhado. Quando ainda criança no radinho de pilha já ouvia a Rádio Rio Negrinho. A radio Rio Negrinho é fundamental para os rio-negrinhenses, ela faz parte da historia e cultura do município”, enfatizou o vereador Arlindo André da Cruz, o Piska (PP).
Reconhecimento pelo trabalho de mais de sete décadas
George Telma, um dos acionistas atuais da Rádio Rio Negrinho e neto de Arthur Meyer, um dos fundadores da emissora, usou a tribuna popular do legislativo para agradecer a homenagem recebida como forma de reconhecimento por uma história de trabalho de mais de sete décadas.
“A Rádio Rio Negrinho é referência em radiodifusão em Santa Catarina pelo seu pioneirismo. Meu avô, lá em 1947 iniciou esse trabalho e no ano seguinte, em 1948, as transmissões começaram. Hoje a rádio continua cumprindo seu papel histórico e destaco aqui o ano de 2017 quando concluímos o processo de migração de AM para FM o que trouxe mais qualidade às nossas transmissões”, frisou.
Telma lembrou que apesar das conquistas, nem tudo são glórias e muitos foram os momentos de tensão pelos quais a família passou.
“Um destes momentos foi no ano passado com o coronavírus quando tudo ainda era novo. Tínhamos que informar corretamente e dar segurança, trazer as informações com cautela”, lembra.
“Noticiamos os primeiros casos de coronavírus no país e também a primeira morte. Não passamos um só dia sem passar informações, mas passamos também mensagens de otimismo”, citou.
A pandemia, assim como em outros setores, também fez com os profissionais da emissora tivessem que se adaptar ao novo normal.
“Alguns locutores montaram micro estúdios de suas casas e enviavam o conteúdo para a rádio. Chegamos a trabalhar com uma ou duas pessoas e os demais todos de casa em algum período”, encerrou.
História
A rádio teve seu pedido de licença liberado pelo Governo Federal em 25 de agosto de 1.948. Os seus fundadores foram o comerciante Arthur Meier, o bancário Egon Hussman, o farmacêutico Péricles Virmond e o industriário Bernardo Olsen Neto. A emissora entrava no ar sob o prefixo ZYR-4, com 100 watts de potência.
A programação era comendada por Egon Hussman e sua esposa Irene Hussman, que foi também a primeira técnica de som e locutora. Mais tarde a rádio passou a ter quatro funcionários e alguns voluntários. Sua primeira notícia, sendo a que mais marcou, foi a própria criação da rádio, devido à dificuldade de criação de emissoras à época.
Aos sábados pela manhã, na Rádio Rio Negrinho, a orquestra da Móveis Cimo se apresentava. Quando o público era maior do que suportava as dependências da emissora, que era um auditório para cinquenta lugares, os shows eram transferidos para o antigo Cine Rio Negrinho.
Aos domingos pela manhã havia um programa de calouros acompanhados por um grupo musical, composto por Guido Silva, Manoel Borba, o ´Tuca´ e o Manequinho, o pandeirista. Alguns quadros, como a oração da Ave-Maria, acompanha a programação da Rádio até os dias de hoje.
Em 1950 a direção da emissora passou a ser exclusiva de Arthur Meier e sua esposa Eugênia Kwitschal Meier. Desde 31 de março de 1988, a casa de comunicação foi dirigida pelos filhos, Elfi Adelaide Meier Telma e Goldwin Meier. Em 01 de novembro de 2005 Elfi doou sua parcela de 50% da direção da empresa a seus filhos Giulian e George Telma.
Em novembro de 2013 foi assinado o decreto que possibilita a migração das rádios AMs para a faixa FM em todo o Brasil. A partir daí estudos foram feitos para a implementação do projeto, que em outubro de 2017 migrou para a faixa FM, no canal 250 na frequência de 97,9 MHz. Até hoje a administração é dos diretores Goldwin Meier e George Telma.
Com um passado de tantas glórias e recordações, decisões firmes no presente e olhos voltados para o futuro, a mais tradicional estação de rádio do Planalto Norte Catarinense e Sul Paranaense, abrange todo o Médio Vale do Rio Negro e orgulha-se de ter presenciado enorme parte dos fatos que construíram a história de Rio Negrinho e vários municípios da região.