O assunto tomou uma proporção ainda maior aqui na nossa página quando anunciamos que procurada pela nossa reportagem, a diretora da escola anunciou que iria lançar uma nota oficial a respeito da questão ( leia aqui ?
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Nesse contexto e acreditando que o assunto pode ser analisado a partir de diferentes formas, conversamos também com a psicóloga Jéssica Borges Caikoski, que está cursando Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade na Univille de Joinville.
De acordo com a especialista, orientação sexual é um termo que está relacionado às diferentes formas de atração afetiva ou sexual de cada um.
“Basicamente, há três orientações sexuais predominantes: homossexualidade, heterossexualidade e bissexualidade”, explicou.
Ela esclareceu também que a identidade de gênero é uma experiência individual do gênero de cada pessoa, que pode ou não corresponder ao sexo biológico.
“É importante ressaltar que as pessoas não escolhem sua orientação sexual nem sua identidade de gênero, elas desenvolvem sua sexualidade ao longo da vida”.
Outro fator apontado por ela diz respeito à algo que é popularmente discutido quando alguém se assume como sendo homo ou bissexual. Afinal, a partir de quando alguém se percebe com uma orientação sexual diferente?
Segundo a psicóloga, as características da própria identidade sexual já começam a se manifestar desde a infância. E por isso, conforme ela, é importante tratar do assunto com os pequenos, mas de forma adequada.
“Uma vez que a sexualidade faz parte da vida humana e se expressa em nós desde o nascimento, os trabalhos desenvolvidos nas escolas e as conversas abordando temas sobre as diferenças sexuais servem para conscientizar e diminuir preconceitos”.
E a partir de quando e como falar com as crianças sobre esses temas, que querendo ou não, são tabus na sociedade?
“Não existe uma idade considerada correta para falar sobre o assunto com as crianças. Elas terão entendimentos diferentes dependendo de sua fase de desenvolvimento, por isso é importante adequar a linguagem à capacidade de entendimento da criança. O fundamental é que compreendam noções de respeito ao outro. Os tabus envolvendo o tema dizem mais respeito aos adultos do que às crianças”, assegurou.
“Se os pais se sentirem desconfortáveis para falar sobre questões da sexualidade, uma recomendação é focar o diálogo em valores universais de respeito, aceitação e inclusão. É importante deixar explícito que discriminação não é um comportamento aceitável”.
Sobre a abordagem desses temas no ambiente escolar, ela também emitiu sua opinião.
“No país com mais registros de crimes homofóbicos do mundo, é necessário criar espaços de diálogo aberto, nos quais tais questões possam ser discutidas livremente. Iniciativas como essa possibilitam que as crianças sejam mais inclusivas”, finalizou.