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Hoje também se comemora a "Luta Antimanicomial"

RIO NEGRINHO. Em 18 de maio é comemorado o “Dia Nacional da Luta Antimanicomial” que se tornou importante para a saúde, porque foi o combate contra os antigos manicômios que isolavam as pessoas com sofrimento mental da sociedade e utilizavam choques como método para tratamento.

Atualmente, não existe internações em manicômios, mas existe a internação quando necessária, de no máximo 30 dias, onde a pessoa volta para sua casa depois do tratamento.

“Ainda existem manicômios? Existem. A gente tem ainda, por exemplo, a Colônia Santana, em Florianópolis. Só que hoje, ela não aceita mais internações, apenas pessoas que não têm mais família, então acabam ficando ainda lá na Colônia Santana. Infelizmente, eles estão lá”, conta Vinícius Nogara, enfermeiro do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Rio Negrinho.

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Segundo Vinícius, para procurar um profissional da saúde mental, a pessoa precisa apresentar alguns sintomas, mas primeiramente, é importante diferenciar um quadro de tristeza de um quadro depressivo.

“Tristeza a qualquer momento na vida a gente pode ter. Agora, quando a pessoa começa a apresentar um quadro depressivo importante, como tristeza, falta de vontade de fazer as coisas, um quadro acelerado de ansiedade, pensamento ruim de fazer algo contra si ou contra outra pessoa, alguns pacientes do Caps apresentam sintomas psicóticos, que é ouvir vozes, ver vultos. Então esse é o momento de, muitas vezes, a pessoa estar procurando auxílio. Se não quiser vir direto ao Caps, pode procurar a unidade de saúde de referência. O Caps é porta aberta também para dependência química. Se chegar aqui a gente vai dar o suporte e tentar encaminhar para um atendimento e ter uma melhora no quadro”, informa ele.

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O Caps de Rio Negrinho possui uma equipe interdisciplinar e faz tratamentos terapêuticos para garantir os direitos das pessoas que sofrem com saúde mental e que, assim, possam ser orientadas e entender suas limitações.

“Antes elas não eram consideradas nem pessoas tidas como cidadãs mesmo. Não era considerada um cidadão que tem direitos, que pode conviver na sociedade, com a sua família. A gente trabalha muito com autonomia, independência dessas pessoas, através de atividades e recursos terapêuticos”, ressalta Juliana Bastos, terapeuta ocupacional do Caps.

Devido ao momento de quarentena, foi suspensa, por meio de uma normativa da Secretaria da Saúde Estadual e do Núcleo de Saúde Mental, todas as atividades em grupos, como oficinas e grupos terapêuticos dos pacientes.

Por esse motivo, os profissionais do Caps de Rio Negrinho estão levando algumas atividades domiciliares para os pacientes estarem se ocupando e trabalhando na questão de estarem isolados em casa sem atendimento adequado.

“Essa é uma maneira que a gente viu que está dando certo e que estamos conseguindo manter esses pacientes tranquilos ainda. Como está suspenso por enquanto, foi a maneira que conseguimos estabelecer para não parar, totalmente, o tratamento deles. Claro, que o medicamento não parou. Tudo que eles precisarem, tem tudo certinho”, explica Vinícius.

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Medicamentos controlados

De acordo com Nogara, o número de uso de medicamentos controlados já é grande, mas aumentou em Rio Negrinho.

“Ainda não notamos um aumento exagerado, mas acredito que isso, pós pandemia ou em um período um pouquinho mais breve, vai começar a aparecer mais. Até por causa dessa questão de isolamento, a pessoa estar mais em casa”, avalia ele.

História

Antigamente, pessoas que sofriam de saúde mental, consideradas inadequadas, eram retiradas e isoladas da sociedade em manicômios, onde os profissionais acreditavam que a eletroconvulsoterapia – choques – era um método de tratamento.

“Existiu um manicômio, em Barbacena, no estado de Minas Gerais, onde, nos 60 anos que ele funcionou, foram mais de 60 mil mortes. E realmente, as pessoas não eram tratadas, as pessoas eram jogadas lá à vontade de Deus. Infelizmente, acontecia muito e o Barbacena foi um dos piores do Brasil. Existia sim os manicômios e foi muito grave, muito sério, e a gente não quer esse retrocesso”, afirma Nogara.

Então foi em 18 de maio de 1987 que ocorreu uma conferência nacional dos trabalhadores de saúde mental e começou o “Movimento da Reforma Psiquiátrica” no país. Mas, somente, em 2001 foi elaborada a lei da saúde mental e isso, realmente, mudou.

“A antiga maneira deles chamarem as pessoas eram de “loucos”, e como eles atrapalhavam a sociedade, eram colocados nesses manicômios para isolar da sociedade. Então, a partir dali, que começou realmente o trabalho da saúde mental, no sentido de formação dos Caps, da Rede da Atenção Psicossocial, e foi uma trabalho gradual até onde estamos hoje”, acrescenta o enfermeiro.

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