Há nove anos todo sábado é dia de Feira da Agricultura Familiar no centro de Rio Negrinho. Mas neste período raras foram as vezes em que todos os feirantes venderam praticamente todos os seus produtos. Este fato quase inédito aconteceu hoje (26) devido a greve dos caminhoneiros e seu consequente racionamento de alimentos. E surpreendeu alguns produtores locais. Assim foi com as irmãs Ingrid Fuerst Kuroski e Dinair Fuerst Mulhbauer. Dinair contou que de todos os produtos que costumam vender trouxe apenas mais um pouco de salsa. “E não sobrou nada”. “Não sobrou quase nada” Aliás, no final da manhã, não havia quase mais nada na feira. Na barraca das irmãs Fuerst somente uma abóbora, um pé de alface e um maço de coentro. “Vendemos toda a cenoura, batata, brócolis, couve manteiga…”, comemoraram. “Temos um bom estoque de feijão e batata doce” As agricultoras relataram que tem um bom estoque de feijão e batata doce. “Mais alguma coisa de cenoura e um pouco de salsinha que vamos entregar no Minersol Supermercado nesta segunda-feira (28) a partir das 10h”. 30% a mais Valdir e Inês Kelbert também finalizaram o expediente na feira com praticamente todos os produtos vendidos. “Trouxemos repolho, acelga, rúcula e batata doce…Vendemos 30% a mais. E só não vendemos mais porque não tinha”. O casal é conhecido também pela venda de morangos. Só que segundo eles a fruta estará em falta nesta semana. “Mas para a próxima semana vamos trazer muitos legumes e verduras”. “Não sabemos o que fazer com os 250 litros de leite que temos estocado” Daiane Seibert e seu esposo também se surpreenderam com o aumento nas vendas. Eles são de Rio do Salto e comercializam leite e derivados além de doces de frutas. “Tínhamos um estoque de mil litros de leite. Ainda temos 250 litros mas não temos recipientes para congelar todo este produto. Não sabemos o que fazer ainda. Já pensamos em doar para alguma entidade”. “De trigo tenho um bom estoque” Alcione Linzmeyer produz doces e bolachas. Ele disse que as vendas de hoje foram normais e declarou que está pronto para um aumento de pedidos. “Tenho 70 kg de trigo e gasto cerca de 10 kg de trigo para produzir os produtos para a feira”. “Morango acabou cedo mas vamos ter durante a semana” Lucia Pscheidt comercializa uma diversidade de produtos. O morango é um deles. “Acabou cedo já, mas vamos ter durante a semana”. Ela trabalha com leite e derivados. “Destes, ainda tem alguma coisa de queijo e nata além de alguma coisa de leite disponível para venda”. Prioridade para os clientes de toda semana “Desde sexta estavam me ligando para fazer reserva. Mas minha prioridade é garantir produtos para os clientes que vem na feira toda semana, durante todo o ano” Dona Ilutilde Maria Pscheidt vende verduras e legumes e foi surpreendida por um grande número de pedidos que começaram já na sexta-feira (25). “Recebi várias ligações de pessoas pedindo reserva de produtos mas não fiz porque a prioridade para mim são os clientes que compram na feira toda semana, durante todo o ano”. A agricultora disse que se tivesse o dobro de produtos teria vendido. “Veio um homem aqui que eu nunca vi. Ele queria comprar quase todos os pés de alface mas não vendi para evitar que faltasse para outras pessoas”. Vendendo várias vezes mais Laís Ruckl e Solei Fuerst também comemoraram. “Teve um aumento nas vendas sim. Bolachas temos bastante, agora pão já tem menos”, comentou Laís. “Vim preparada e vendi três vezes mais” Solei contou que veio preparada para um aumento na clientela. “Vendi três vezes mais. Não sobrou quase nada”, declarou orgulhosa. Ela vende leite, queijo e requeijão além dos biscoitos produzidos pela irmã na Panificadora Três Corações. ]]>