Rio Negrinho é reconhecida nacional e internacionalmente como a cidade das grandes empresas de móveis e das madeireiras. Mas o município também é a cidade das embalagens de grandes marcas do país e do mundo. Exatamente! Sabe aquela embalagem do Figatil? É produzida aqui! E o lacre das embalagens das carnes produzidas pela BR Foods? São daqui também! E as embalagens dos óleos capilares da Niely Gold? Também saem daqui e fazem sucesso nas prateleiras de milhares de farmácias, supermercados e lojas em solo brasileiro. Quem faz tudo isso? “E que empresa daqui faz tudo isso?”, você se pergunta. A resposta é uma só: a Rio Negrinho Plásticos, mais conhecida como Rineplast. A empresa, fundada no dia do aniversário da cidade (24 de abril) há 31 anos, hoje é uma das grandes do mercado quando o assunto é embalagens. Líder no mercado Com a administração dos irmãos Mário Sérgio e Luiz Cláudio Bacic, a Rineplast emprega hoje 156 funcionários, entre homens e mulheres. “Somos líderes no mercado brasileiro na produção de embalagens para o setor hoteleiro”, comemoraram os irmãos Bacic. A produção nesta área se fortaleceu com o uso do plástico e mais recentemente ganhou uma fatia ainda maior com a adoção da produção de embalagens em PET para os setores hoteleiro, farmacêutico e da indústria de cosméticos. “Esta é uma tecnologia que trouxemos após uma das visitas que a cada três anos fazemos com alguns funcionários na Feira do Plástico, na Alemanha”,contaram. Um novo destaque na produção A adoção do PET na produção foi um “up” no crescimento da Rineplast. Conforme Mário Sérgio e Luiz Cláudio, o PET é um material ecologicamente correto por ser reciclável. “A produção com este material atende uma demanda muito forte do mercado, que é a de componentes sustentáveis, que não agridam o meio ambiente. Isso acaba agregando valor tanto ao nosso trabalho quanto às próprias marcas, que comprovam a responsabilidade em produzir com consciência, o que agrada em muito o consumidor final”. “Já estamos com a terceira máquina importada do Japão” Para produzir frascos e outras embalagens com o PET os diretores da empresa adquiriram uma máquina especial num primeiro momento. “Foi importada do Japão. Mas com o aumento da demanda já estamos na terceira máquina”, relataram lembrando que o primeiro cliente que conquistaram com a nova tecnologia foi nada mais nada menos que a L’Oréal, marca francesa que é uma das maiores no segmento de cosmética e cuidados em todo o mundo. “Eles compraram a brasileira Niely Gold, para quem já vendíamos e, claro, para quem acabamos vendendo ainda mais”. A embalagem fornecida, no caso, é a do silicone reparador de pontas. Atendendo grandes clientes Além da L’Oréal, BR Foods e da maioria das redes hoteleiras do país, a Rineplast também fornece embalagens, flaconetes e frascos para a Cimed, Kley Hertz, Laboratório Catarinense (são as embalagens para o Figatil), HP Energético, Epavitan e Epamed. “Usamos um processo de injeção sopro, que facilita a produção e o transporte de flaconetes, possibilitando a entrega de grandes volumes do produto. Também é uma das inovações que adotamos no nosso processo produtivo”, contaram. Na lista dos clientes que comprovam o sucesso da empresa ainda estão outras marcas gigantes. “Atendemos a Companhia Vale do Rio Doce e a Harus e a Realgem’s, estas duas últimas que estão entre as maiores fabricantes de shampoos e sabonetes para o setor hoteleiro”, comemoram. “Expansão, sim; mas sem diminuir o número de empregos” Questionados sobre planos de expansão, os irmãos Bacic se mostraram empolgados mas nem por isso menos cuidadosos com a forma de produção atual. “Existem máquinas de alta tecnologia no mercado que poderíamos ter, sim. Mas, de forma muito responsável, temos aberto mão delas para manter os colaboradores que já temos”. Os diretores enfatizaram que o avanço da tecnologia no mundo do trabalho é um assunto bastante discutido com a equipe. “ Estamos acompanhando as inovações que vem surgindo no nosso setor e sempre destacamos para os funcionários que é preciso se preparar e se qualificar para a nova realidade que vem transformando o mundo do trabalho. Mas nossa prioridade é não abrir mão de ninguém, não”. Crescimento Dentre as metas dos empresários está o crescimento no segmento de produção com PET. “É um produto cuja tecnologia de produção permite menos refugo, cuidado com o meio ambiente e preços competitivos”. Novo produto Para este ano a empresa prepara o lançamento de um novo produto. “ É um pote em PET, de 200 ml, com rosca de 38 com lacre. Inclusive a tampa também é produzida por nós”. História Para agregar tantas estrelas em sua história a empresa mantém a produção nos três turnos e ainda adota uma política diferenciada de crescimento de carreira para seus funcionários. “Quem já trabalha aqui tem prioridade nos processos de contratação para novas vagas”, garantiram os empresários. A preocupação em reconhecer a importância de clientes e colaboradores faz parte dos valores cultivados ao longo das mais de três décadas de história da empresa e também de seus idealizadores. “Saí de uma grande empresa, onde era funcionário e recebia um alto salário com todas as garantias trabalhistas”, lembrou Mário Sérgio. “Cheguei a pensar em desistir” Ele contou que no início a Rineplast tinha apenas duas máquinas, poucos funcionários e nenhum cliente. “Cheguei a pensar em desistir. Teve uma vez que estava tão desanimado que liguei para o meu pai para desabafar. Ele me pediu para olhar para a empresa e para tudo que eu já havia conquistado até ali. Desliguei o telefone, fui até a janela, fiz o que ele recomendou e me senti mais forte”. De lá para cá, muitos foram os desafios superados. Alguns, segundo ele, ainda são entraves. “ Há vários empecilhos para as empresas, de forma geral. Principalmente com relação a alguns aspectos da legislação. Mas apesar de tudo, ser empresário é realizador”. “Um momento difícil, mas de grande aprendizado” Luiz Cláudio Bacic, responsável pelo setor financeiro, recordou um dos momentos que considera ter sido o maior desafio na história da Rineplast. “Passamos por muitas dificuldades, principalmente no início. Durante 8 anos tivemos uma forte parceria com um grande fornecedor. Foi um período bom, nós crescemos muito”. A união, porém, gerou uma certa dependência deste cliente, conforme Luiz Cláudio. “A maior fatia de nossa produção era para eles. Até que em 2002, este fornecedor quebrou o contrato conosco. Só não quebramos por completo porque um ano antes conquistamos outros clientes. “Foi um momento muito difícil que se reflete na nossa situação até hoje. Mas o mais importante é que aprendemos com isso e a partir daquele momento focamos na diversificação de produtos e consequentemente de clientes. Por isso chegamos até aqui. E pretendemos ir ainda muito mais longe”, concluiu. ]]>