RIO NEGRINHO. Aos 27 anos, a rio-negrinhense Camila Zigowski é uma artista completa. Formada em arquitetura, área onde tem um nome consolidado, também pinta desde criança. Entre idas e vindas da vida, sua arte passou por várias fases, técnicas e momentos mais e menos ativos.
E foi depois de quatro anos sem pintar nenhum quadro, que um momento pessoal delicado em que atravessa, fez com que ela literalmente se compartilhasse através das telas da exposição “Conexões”, que está aberta ao público no Café Boutique Cedro Rosa (no centro da cidade.
“Esse 2021, tem sido muito desafiador para mim pessoalmente, por vários motivos, inclusive a depressão. Foi então que senti um chamado muito forte voltado às Artes e decidi conversar com a Casciane Antunes (do Cedro Rosa), para fazer o Café com Arte novamente (quero agradecer a ela por essa grande oportunidade, pois sempre apoiou a arte)”.
E com a confirmação de que poderia expor suas obras, durante duas semanas Camila fez as novas aquarelas.
“Foi um trabalho inspirado no amor, no meu sofrimento interior comigo mesma… E em coisas que apareciam na minha mente… Isso serviu como forma de extravasar a dor que estava sentindo… Foi uma forma de me superar! Pintar me fez sentir leve…”, desabafou.
A artista explicou que o tema da exposição foi escolhido para mostrar que todos estamos conectados.
“Conexão humana, conexão de almas ou conectados com nós mesmos…”, frisou.
Trajetória
Camila começou a pintar com cerca de 10 anos de idade, quando iniciou aulas de pintura a óleo. Depois começou a pintar em casa, na mesma técnica, até 2012.
“Acabei descobrindo que estava com diabetes tipo 1 e não pintei mais. Mas em 2015, quando estava no final da faculdade de Arquitetura e Urbanismo e ficava muito tempo lá. Era bem puxado… Até que um dia passei em frente a uma papelaria, vi as tintas de aquarela, resolvi comprar e levar pra faculdade. Nos intervalos das assessorias, comecei a experimentar a técnica e me apaixonei. Tanto que decidi seguir na aquarela mesmo!”.
A artista começou então a postar em seu Facebook cada um dos quadros que fazia. E … conquistou o público!
“O pessoal começou a encomendar os quadros! A partir daí a aquarela deixou de ser um hobby e virou um trabalho e eu sempre pintava à noite, depois que chegava do meu trabalho. Isso foi na época em que eu morava em Joinville. Nesse mesmo período, surgiu também a ideia de pintar ao vivo, com uma banda de colegas meus, a Lady Murphy. Participei de uns 5 shows, em que eles tocavam rock N roll, e eu dividia o palco com eles. Enquanto tocavam, eu pintava ao vivo… Foram pinturas de rock N roll, dos Beatles, Guns N Roses, Rolling Stones e Pink Floyd, dentre outros. Era incrível, pois as pinturas eram vendidas na mesma noite!”, lembrou.
Depois de um tempo, Camila voltou para Rio Negrinho e como seu trabalho com arquitetura também decolou, optou por se dedicar apenas à Arquitetura.
“Mas ainda fiz a primeira exposição no Cedro Rosa em 2018, com quadros todos feito com Café…foi demais!”,relatou.