RIO NEGRINHO . O rio-negrinhense Jorge Luís Camargo Fonseca, ou simplesmente Jorge Fonseca, participa neste final de semana do “2021 Americas Triathlon Para Championships Pleasant Prairie” no Pleasant Prairie, Wisconsin (fora de Milwaukee). Os Jogos Pan-Americanos nos Estados Unidos são a última prova do período classificatório para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. Ao Nossas Notícias ele falou sobre a expectativa da disputa após seu retorno às competições – Fonseca ficou um ano e sete meses sem competir devido à amputação do braço direito. “Tenho o Pan-Americano esse final de semana e dependo do resultado dessa prova. Daí se encerra o ranking para os Jogos Paralímpicos”, explica. Em sua primeira competição após o retorno, realizada no último domingo (20), em La Coruña, na Espanha, ele conquistou o bronze no World Triathlon Para Cup A Coruna, na categoria PTS 4. O paratleta da Confederação Brasileira de Triathlon (CBTri) explica que sua participação na natação foi prejudicada devido ao mau tempo. “A largada foi às 11h30 do horário local e por conta do clima, estava chovendo e com vento, o que acabou gerando muita marola e minha performance não foi muito boa. Já no ciclismo, com o asfalto molhado e rajadas de vento acabei fazendo um pedal mais conservador”, comentou o rio-negrinhense. “Já na corrida sai para correr em quarto e passando meu adversário já na primeira volta assumi a terceira colocação. Fiquei feliz em subir ao pódio após esse um ano e sete meses sem competir provas do nosso circuito por conta da pandemia”, revelou Fonseca que, aos 36 anos, é considerado um dos melhores atletas do paratriatlo brasileiro em sua categoria. Em seu currículo recente, entre outras conquistas, ele tem a marca de ser pentacampeão nacional nos anos de 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018. Fonseca também contabiliza um vice-campeonato Pan-americano na Classe PTS 4, além de ter competido em países como Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Itália e Austrália, sempre com resultados expressivos. Sobre o atleta Mas antes de sequer imaginar que um dia estaria entre os melhores do mundo no Paratriatlo, ele passou por um grande susto em sua vida. Tudo começou em 2006, quando sofreu um acidente de moto e perdeu os movimentos do braço direito. No acidente, ainda perfurou o fígado, deslocou o rim, teve um derrame pleural, entre outros problemas, que o fizeram ser transferido para Curitiba, onde ficou quatro meses na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). No início, Fonseca teve que conviver com as idas constantes ao hospital, e ainda precisou se aposentar precocemente da sua profissão, já que servia o Exército Militar, em Rio Negro (PR). O esporte sempre esteve muito presente na vida de Fonseca, tanto que ele havia ido para o quartel principalmente para jogar vôlei e futebol. Hobby virou esporte de desempenho Já totalmente recuperado, em 2009, ele começou a andar de bicicleta, como uma forma de voltar a se exercitar. Depois de um tempo, acabou deixando o hobby de lado e foi morar em Joinville (SC). Após pouco mais de um ano lá, em 2011, ele decidiu voltar a pedalar. No início de 2012, ele se juntou para pedalar com um grupo de amigos. Nesse grupo, estava o treinador de Triatlo Ivan Razeira, que se interessou pelo desempenho de Fonseca e o convidou para fazer parte da sua equipe. Fonseca aceitou, e assim iniciou a sua trajetória dentro do esporte que envolve natação, corrida e ciclismo. Em 2013, Fonseca participou da sua primeira prova de Paratriatlo, o Pan-americano, disputado em Vila Velha, Espírito Santo. E logo na sua primeira competição, ficou em terceiro lugar na categoria PT3. Com isso, conquistou uma vaga para o Mundial de Paratriatlo, que seria disputado em Londres. Na sua primeira competição internacional, também em 2013, Fonseca terminou na 22ª colocação, e adquiriu a experiência necessária para crescer dentro da modalidade. Mais experiente, em 2014 o paratleta atingiu seu ápice na modalidade. Ele ficou em primeiro na etapa do Mundial de Manaus, foi campeão brasileiro da modalidade e também quarto colocado na final do Mundial de Paratriatlo, disputado no Canadá. Com isso, o rio-negrinhense foi agraciado com o prêmio de melhor atleta do ano na modalidade. Para fazer os 750 metros de natação, 20 quilômetros de bicicleta e cinco quilômetros de corrida na sua categoria, os treinamentos são intensos, com mais de quatro horas por dia dedicados. Fonseca é casado e pai de dois filhos. Promoções