Aulas à distância por videochamada, presenciais ou híbridas, alternando os formatos. Com a pandemia de COVID-19 e o consequente distanciamento social, estudantes e escolas tiveram – e ainda estão tendo – que se adaptar a novas formas de ensino. O que não muda é a importância do check-up oftalmológico, especialmente nesta volta às aulas, diferente dos anos anteriores. Muitas vezes, o desinteresse pelas aulas e a dificuldade de aprendizado estão associadas à dificuldade de enxergar. E após um longo período em casa, constantemente em frente às telas para estudar, socializar com os amigos e brincar, como aconteceu nos últimos meses, os oftalmologistas recomendam uma consulta para checar como anda a visão dos jovens e crianças. [caption id="attachment_41083" align="alignleft" width="207"] Dra. Cristina Bortolotto, oftalmopediatra do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem[/caption] “A consulta oftalmológica de rotina é essencial para qualquer criança, com ou sem pandemia, pois com ela podemos diagnosticar e tratar precocemente ametropias ou outros distúrbios da visão que possam interferir no desempenho escolar”, afirma a Dra. Cristina Bortolotto, oftalmopediatra do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem, empresa do Grupo Opty em São Paulo. “Neste ano em especial, o médico oftalmologista estará mais atento aos possíveis malefícios que o maior tempo passado em ambientes internos e o excesso de exposição às telas eletrônicas podem causar à saúde ocular das crianças e adolescentes”, diz a médica. Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima que até 10% dos brasileiros de 7 a 10 anos precisam usar óculos De acordo com o Ministério da Saúde, 30% das crianças em idade escolar no Brasil apresentam problemas de visão, que, quando não diagnosticados, afetam o aprendizado e podem até ser causa de evasão escolar. Esses dados demonstram a necessidade do check-up oftalmológico antes da volta às aulas. Confira, abaixo, algumas orientações da oftalmologista. A consulta oftalmológica é uma medida preventiva importante, mas alguns sintomas podem indicar a presença de alterações na visão. Quais são eles? Dra. Cristina: Alguns sinais e comportamentos merecem a atenção dos pais ou responsáveis, servindo como alerta para a necessidade de uma visita ao oftalmologista. Quedas frequentes, desinteresse por atividades manuais e de socialização, piscar muito, lacrimejamento constante, franzir a testa ao tentar focalizar algo longe e dificuldade de concentração são algumas das manifestações de problemas visuais – que, vale ressaltar, podem ocorrer mesmo sem a apresentação desses indícios. Por isso, é fundamental levar a criança para um exame oftalmológico no início da alfabetização e, depois, anualmente. Muitas crianças, assim como jovens e adultos, têm passado vasto tempo em frente às telas e dentro de casa durante esses meses de pandemia. Agora, no curto ou médio prazo, devem voltar gradualmente às aulas presenciais. É possível que sintam desconforto nesse retorno, depois de passarem tanto tempo exigindo muito mais da visão de perto? Como minimizar essa transição? Dra. Cristina: Sim, o uso excessivo da visão de perto e o abuso de telas eletrônicas podem causar desconforto e embaçamento visual. Esses efeitos podem ser minimizados com a redução do tempo total de telas eletrônicas quando possível, uso de colírios lubrificantes, aumento da distância entre os olhos e telas eletrônicas (30 cm para celulares e tablets e 50 cm para desktops) e a realização de pausas. Uma dica preventiva é aplicar a regra conhecida como “20-20-20”: para cada 20 minutos de uso de visão de perto, seja com telas eletrônicas ou outras atividades, pausar por 20 segundos olhando para um ponto a uma distância de no mínimo 20 pés (6 metros). Estudos apontam aumento de miopia em crianças que passam muito tempo em frente às telas. Com base nos atendimentos no consultório é possível dizer que a pandemia pode ter agravado essa condição? Dra. Cristina: Sim. Já há alguns anos estamos notando, com comprovação em alguns estudos, o aumento da incidência de miopia em crianças e jovens devido ao estilo de vida com uso intenso de telas eletrônicas e a falta de exposição solar que sem dúvida foi potencializado pela pandemia. Observamos nesses pacientes aumento da dificuldade de enxergar de longe, causada pela miopia, além de olho seco e desconforto visual também associados às telas eletrônicas. Acreditamos também que, com a volta às aulas presenciais, mais jovens perceberão a dificuldade para longe. Promoções ]]>