SÃO BENTO DO SUL. Esse podia ser mais um Natal na vida de seu Abrão Caetano da Silva e sua família. Porém, neste dia 25, além do nascimento de Jesus, eles comemoram um grande feito conquistado pelo patriarca recentemente: aos 82 anos ele se curou do COVID-19, doença que já deixou milhares de vítimas fatais em todo o mundo e que tem nas pessoas com mais de 60 anos, seu público mais suscetível. De acordo com os relatos da família, no dia 30 de novembro, seu Abrão começou a apresentar alguns sintomas que num primeiro momento foram confundidos apenas com uma forte gripe. “Ele não se sentia bem. Relatava muitas dores nas costas, fraqueza, perda de apetite, … tanto que ele emagreceu cerca de 8 kg na sequência”, contou uma das filhas. Ela disse que o pai também começou a expelir muito muco dos pulmões, além de ter muita tosse forte, que “judiava” dele. No dia 5 de dezembro, seu Abrão e sua esposa, Natalia da Silva, de 77 anos, foram levados ao hospital por uma de suas netas. Lá foram medicados com Dipirona, pois conforme a família, o médico que atendeu o casal constatou que provavelmente estavam com uma gripe forte. Na segunda-feira (07), a filha contou que percebeu que o pai e a mãe estavam piorando da tosse. Conforme ela, seu Abrão falou também que sentia falta de ar e sua esposa já tinha problemas de saúde. Eram 17h quando ela e uma das sobrinhas combinaram de levá-los novamente no pronto atendimento do hospital. “Chegando lá, a situação que encontramos era desesperadora, caótica em termos de atendimento. Muitas pessoas precisando do atendimento, o que nos deixou preocupadas num primeiro momento. Ficamos esperando numa salinha de isolamento exclusiva para pessoas com suspeita de COVID. Nessa sala tinha mais de 10 pessoas. É um espaço bem pequeno, tinha pessoas acamadas, no oxigênio. Minha mãe também foi para o oxigênio e eu pernoitei com o pai e a mãe ali, até que chegassem os resultados dos exames de sangue, eletrocardiograma, urina, raio X, …. Foram feitos exames mas eles não receberam nenhum medicamento nesse período que estiveram lá “, observou. Na terça pela manhã um dos filhos de seu Abrão chegou para ficar com o pai, que recebeu alta na sequência. “O médico liberou mas disse que o pulmão dos dois estava gravemente comprometido mas que infelizmente não tinha leito no hospital para interná-los. Ele prescreveu a medicação: antibiótico, xarope e Dipirona e liberou eles para irem pra casa. Avisou ainda que caso um deles ou os dois apresentassem qualquer sintoma anormal ou grave, deviam ser levados imediatamente ao hospital”, lembrou a filha. Ela destacou que a família começou então a medicar o casal. Seu Abrão reagiu bem à medicação, porém sua esposa, que já tinha problemas no coração, veio a óbito na quarta-feira (10). “Esses sintomas que eles tiveram persistiram até 10 de dezembro mais ou menos. No dia 10 de dezembro, o Laboratório São Francisco foi na casa do meu pai coletar o sangue para fazer o teste de COVID. O resultado saiu cerca de um dia e meio depois e confirmou que o pai teve o vírus e que já tinha criado um pouco de imunidade. Foi um momento importante, pois confirmamos a suspeita. Não sabemos como houve essa contaminação, pois sempre fomos muito rigorosos nos cuidados com eles. Porém, ficamos muito tristes com o falecimento de minha mãe, tanto que temos evitado falar sobre isso, pois é uma experiência muito dolorosa. Nosso Natal é de alegria e saudade”, desabafou a filha. Seu Abrão, apesar da dor da perda da esposa, demonstrou toda a sabedoria de quem já viveu 82 anos, em uma mensagem que mostra o que realmente é importante ter na vida. “A fé em Deus sempre esteve presente em meus pensamentos. Em todos os momentos que me senti mal, lembrei de falar com Deus e foi essa fé que me ajudou na recuperação”, comentou ele, que é evangélico. Ele e a esposa (quando em vida), aderiram à religião há mais 20 anos. Promoções [caption id="attachment_37791" align="alignnone" width="300"] Clique na imagem para obter mais informações pelo whatsapp, direto com a equipe da loja[/caption] ]]>