As famílias se constituem e separam de forma bem diferente de antigamente. Hoje existem casais que moram em casas separadas, casais homossexuais com filhos de casamentos anteriores, famílias com crianças de diferentes sobrenomes. Aumentou o número de famílias uni parentais e o trânsito entre a casa do pai e da mãe se intensificou. Do mesmo modo que um casal constrói seu relacionamento, constrói também sua forma de se separar. E cada um vai ver e delinear esta situação de acordo com suas lentes. O divórcio e a dor proveniente dele repercute em cada um de forma diferente. Para quem decide sair de casa, a dor também existe e para quem escuta um “não quero mais você”, além da dor, há a impossibilidade de impedir que algo ou alguém mude sua história sem que este seja o seu desejo. Esta combinação de uma vítima que sofre e de um algoz que maltrata sempre gera profundos ressentimentos. O divórcio é um momento difícil em que passa um casal que fez vários planos de compartilharem a vida e, apesar dos esforços conjuntos, esta união chegou ao fim. Tudo aquilo que não foi dito, expressado, verbalizado durante anos agora será dito com o peso do ressentimento, da raiva, da angústia, do abandono ou sentimentos afins. Às vezes, a razão alegada para o divórcio é uma traição, o que gera um sentimento de revolta e abandono pela parte traída, isso tudo estamos falando no plano do consciente. Mas, quando olhamos profundamente por meio da Constelação Familiar, as razões ocultas que levaram a práticas como essa, observa-se que as questões são um pouco mais complexas do que aparentam aos nossos olhos. Sistemicamente não importa a razão da separação, juridicamente já há um bom tempo também não. Sim, antes era necessário alegar a razão, hoje em dia basta o querer de uma das partes. Então, não há necessidade de adentrarmos nos pormenores das razões ou não que levaram ao divórcio, o que importa é observar as dinâmicas inconscientes. Afinal, o que está sendo excluído? Porque na grande maioria das vezes, o que tentamos anular com o divórcio é uma dor que está latente, ou até mesmo, uma forma de dissipar a minha raiva e indignação por ter passado anos e anos dividindo o mesmo teto, casa, ou os filhos, enfim, um papel ao lado de uma pessoa que não me valorizou. Mas a pergunta que me faço é a seguinte: o quanto dessa dor ou indignação é responsabilidade minha? Porque nos frustamos com tantas coisas nessa vida, inclusive e principalmente com nós mesmos? Porque sempre esperamos chegar aonde traçamos, ou ainda conquistar tudo o que achamos que merecemos…, mas então se a busca é essa, será que erramos na hora de escolher o nosso parceiro (a)? Se pensarmos bem acredito que conseguimos sim, escolher os nossos parceiros com consciência, mas tudo aquilo que tenho no meu inconsciente que eu não consigo resolver eu projeto no outro. E essa dor é minha, esse problema é meu, e no dia a dia toda essa dificuldade é projetada na relação, ou melhor no nosso parceiro(a), como uma forma de nos aliviarmos, ou ainda dividir a nossa dor, claro salvo as exceções, de quando o parceiro é violento ou está nos fazendo mal. Po isso, quero te convidar para refletir sobre esse texto, começar de algum modo pensando um pouco mais sobre como conduzimos as nossas escolhas, para assim evitar sofrimento ou gerar famílias desestruturadas. Gostou desse tema e gostaria de saber mais sobre o assunto? Converse agora com a psicóloga Andreia Furst Tabbert pelo whatsapp clicando aqui! ]]>