REGIÃO. Muitas pessoas vem fazendo essa pergunta e com total razão. Afinal, porque o arroz ficou tão caro de repente? Há cerca de 30 dias era possível comprar um pacote de 5 kg de arroz tipo 1 por pouco mais de R$ 10,00 mas atualmente o preço está entre R$ 18,00 e R$ 24,00, podendo chegar a R$ 25,00. Também há cerca de um mês, um pacote com 1 kg de arroz tipo 1 podia ser encontrado por menos de R$ 3,00 e agora o preço passou para quase R$ 5,00 em média. Procurando entender o contexto de tamanha diferença de preço, nossa reportagem entrou em contato com o extensionista da Epagri em Rio Negrinho, Vitor Lehmkuhl. Na sequência, ele fez uma “ponte” entre o Nossas Notícias e a economista da Epagri, Glaucia de Almeida Padrão, que explicou o “fenômeno” que vem assustando muitos consumidores. Segundo ela, os preços do arroz estão elevados desde o início da safra porque havia uma expectativa de que a safra não fosse boa em função da estiagem, o que não se confirmou no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. [caption id="attachment_30870" align="alignnone" width="300"] Glaucia é economista da Epagri de Santa Catarina[/caption] “A partir de março, contudo, os preços passaram a apresentar comportamento crescente em função da pandemia. Com medo de que tivéssemos problemas de abastecimento, houve uma corrida dos consumidores aos mercados para comprar produtos da cesta básica, entre eles o arroz. Esse excesso de demanda resultou na primeira onda de aumento dos preços do arroz em casca”. Ainda conforme a especialista, outro fator que influenciou a alta do preço, foi o aquecimento do mercado externo. “Com o dólar alto, houve um direcionamento de boa parte da produção, em especial a do Rio Grande do Sul, para o mercado externo, mantendo os preços no mercado interno elevados pela redução da oferta. Boa parte do comportamento dos preços catarinenses pode ser explicado pela influência do mercado gaúcho”, ressaltou. A economista frisou também que o que tem mantido o mercado aquecido, ou seja, com preços elevados para o consumidor, é a demanda. “Um possível fator de baixa poderá ser o aumento das importações para suprir o mercado interno”, finalizou.