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“Moradores de rua não deixaram eu ficar no abrigo de ônibus; disseram que queriam continuar dormindo ali”, relata seguidora de Rio Negrinho

RIO NEGRINHO. Seguidora do Nossas Notícias entrou em contato com nossa reportagem na tarde desta sexta-feira (19), para relatar uma situação de constrangimento que passou logo no início do dia, quando estava indo para o trabalho.

Moradora do bairro Bela Vista, ela explica que costumeiramente pega ônibus às 5h45 na BR 280, na entrada do Tênis Clube.

“E hoje, ao chegar, garoando ainda, não pude ficar no abrigo de ônibus”, relata.

“Tive que ficar na garoa até a chegada do ônibus, porque os moradores de rua que estão dormindo ali me ‘atropelaram’, dizendo que queriam continuar dormindo. Eu, como cidadã que paga seus impostos em dia, ter que passar por uma situação assim, não é justo”, cita.

A mulher conta que tirou a foto que ilustra essa reportagem, de forma bastante discreta, de forma que os homem não vissem, pois temia retaliações.

Ela falou também que acredita que com certeza não é a única a passar por isso, pois sabe de alguns pontos de ônibus que estão se tornando lares dos moradores de rua.

“É preciso que se tome providências, é um risco para a gente. Eu sou mulher, estava sozinha praticamente de madrugada ali. E se eles resolvessem vir com agressão física, o que eu iria fazer?”, indaga.

A seguidora ainda lamenta ter chegado molhada no trabalho, devido a garoa.

“Você chega para se abrigar, te xingam, atropelam, é uma situação constrangedora”, reclama.

Ela ainda disse que a prefeitura deveria encaminhar os moradores de rua para suas cidades de origem ou ao menos disponibilizar um abrigo para que eles permanecessem durante a noite e madrugada.

“No ponto do Germânia (Compre Mais) eu vi duas senhoras esses dias, também na garoa esperando, porque eles estavam la”, recorda.

“A gente se solidariza, são seres humanos, não sabemos o histórico de vida deles, mas chegar ao ponto de agredir é absurdo. Algum órgão precisa ajudar a tirar eles dali”, sugere.

De acordo com a Secretária Municipal de Assistência Social, Marceli Kruger, com quem nossa reportagem conversou, o caso das pessoas de rua que ficam no ponto de ônibus próximo ao Germânia/Compre Mais está tendo acompanhamento.

“Já achamos a família de um deles, familiares já vieram aqui, mas ele não quis voltar”.

Ainda segundo a Secretária, o caso citado pela seguidora também será acompanhado.

“Não conhecia esse caso em específico, mas nossa equipe vai lá conversar com eles também. Já conversamos com dois na semana passada, que estavam na rodoviária, queriam passagem para ir embora e foram”, completa.

Casos em que a polícia deve ser chamada

Marceli enfatizou que, em casos de ameaça, a polícia deve ser chamada.

“Na situação dessa senhora, ela poderia ter chamado a polícia. Pela lei, nós não podemos tirar eles compulsoriamente, nem o CAPS pode”, cita.

A informação de que a polícia pode ser acionada em caso de ameaça foi confirmada também pelo delegado Rubens Passos de Freitas.

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