Os advogados Camila Vizoto e Pedro Mira, contratados por Michelle Bindemann, mãe da pequena Alícia, então com 5 anos de idade e que foi uma das vítimas fatais de um acidente no dia 19 de dezembro de 2021, na BR-280, nas proximidades do acesso a empresa Battistella, falaram com a reportagem do Nossas Notícias sobre as expectativas do júri popular que acontece na quinta (18) e sexta-feira (19), na Câmara de Vereadores. Alícia morreu horas depois do acidente, na Fundação Hospitalar.
O júri que definirá o futuro de Elias Mariozam Martendal acontece um ano e meio depois que Elias dirigia bêbado um Fiat Punto e invadiu a pista contrária na BR 280, batendo de frente com a Ecosport onde estavam o casal de Joinville e três crianças. Fernando Martins de Albuquerque, de 34 anos, que era passageiro do Punto, morreu no dia 27 do mesmo mês, no Hospital São Vicente de Paulo, em Mafra. Martendal foi denunciado pelo Ministério Público por dois homicídios e seis lesões corporais.
“Desde o início das investigações, a defesa da Alícia, contratada por sua mãe, Michelle, vêm acompanhando todos os passos. Há meses estamos cuidando de todos os detalhes para garantir a condenação do acusado, e tentar trazer um pouco de paz, para a pequena Alícia, que teve sua vida usurpada pela irresponsabilidade do acusado em dirigir completamente embriagado. Formamos uma equipe de profissionais, e analisamos todas as provas, laudos, fotos e depoimentos minuciosamente. Não temos dúvidas acerca da responsabilidade pelo crime por parte do réu”, citam os advogados.
Eles contam que atuam na área há bastante tempo, e tem consciência que o júri é uma ‘caixa de surpresas’.
“Estamos preparados para fazer uma acusação técnica, utilizando todas as provas do processo, que são tão claras quanto ao fato. Com isso, nossa expectativa é positiva para uma condenação. Por parte da assistência de acusação da vítima Alícia, temos 4 testemunhas a serem ouvidas em plenário, sendo que a acusação por parte da vítima Fernando, possui mais 3 testemunhas, totalizando então, 7 testemunhas”, explicam.
Eles destacam que a linha de acusação vai na responsabilidade do acusado em dirigir embriagado, tendo consciência de que a lei proíbe expressamente tal conduta, tipificando-a como crime.
A tese da assistência de acusação é que o mesmo cometeu um homicídio doloso, por dolo eventual, que é quando o acusado não tem intenção, mas com sua conduta, assume o risco para tanto.
“Sabemos que será um júri cheio de emoções, com muita dor por parte dos familiares, e aqui temos certeza que também por parte dos familiares do acusado, mas não podemos deixar que crimes como este fiquem impunes”, encerram.