RIO NEGRINHO. Um incômodo na garganta que aparentava ser uma gripe, ou talvez mais um caso de Covid, foi o sintoma que levou os médicos, depois de uma bateria de exames, a descobrir que Matheus Luiz Ruths, de 21 anos, estava com uma leucemia rara e que, apesar de todos os esforços, já estava avançada, impossibilitando que ele se salvasse.
José Neto, amigo de Matheus, com a autorização e o acompanhamento de dona Vilma, mãe do jovem, falou ao Nossas Notícias sobre o caso.
Sabendo da doença do rapaz, nossa reportagem os procurou para, através dessa publicação fazer um alerta sobre os sintomas da doença e também prestar uma homenagem ao rapaz, que era muito querido em toda a cidade.
“No início deste mês, ele começou a falar que estava se sentindo diferente. Ficamos 4 ou 5 dias sem nos falar e quando liguei para ele, me disse que estava com a garganta inflamada”, contou Neto.
“Ele foi no hospital de Rio Negrinho por três vezes, onde o médico receitou injeções para dor na garganta, nas três vezes. Também negativou para o Covid, mas não foi pedido nenhum exame a mais para ele, apesar de suas reclamações constantes. Então, ele fez uma consulta particular e o médico recomendou sua internação. Ele voltou no hospital, mas não foi internado”.
Daí foi procurar recursos em São Bento do Sul.
“Fomos na segunda-feira fazer o internamento dele, também no hospital de São Bento do Sul, porque aqui em Rio Negrinho não tinham internado já na primeira recomendação. Então, a médica pediu o resultado do exame de sangue, que apontou que suas plaquetas estavam muito baixas. No dia seguinte ele foi para Joinville. Lá foi feita a coleta de medula e na sexta o resultado apontou que ele tinha uma rara leucemia”, diz.
Conforme Neto, em vez de produzir glóbulos para combater inflamações, essa leucemia matava os glóbulos bons e multiplicava os ruins.
“Tivemos a informação de que era complicado o tratamento, mas começamos a prepará-lo para a quimioterapia. Foram iniciados os procedimentos mas infelizmente ele teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu”.
Sua partida aconteceu dia 20 de janeiro, às 20h30, no Hospital São José, onde estava internado. Matheus foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério Parque da Colina, em Rio Negrinho.
O amigo descreveu o rapaz como uma pessoa muito boa, a quem considerava como um irmão.
“Ele tratava bem as pessoas, era um cara gente boa, alegre, brincalhão. O que a gente sente é tristeza, ficamos inconformados, mas nunca sabemos os planos de Deus, que o levou. O tratamento seria muito invasivo, teria que ser feita transfusão de sangue, de medula, poderia ter sequela, … Por isso meu amigo descansou”, desabafou.
Matheus trabalhava na HD Internet e conforme Neto, era uma pessoa excelente, sempre disposto a resolver o problema das pessoas.
“Foi também o melhor laçador de Rio Negrinho, campeão da Copa Municipal de Laço. Tudo que ele fazia, fazia bem feito e será para sempre lembrado pelas coisas boas”, lembra.
“Infelizmente essa leucemia afetou os órgãos. A infecção da garganta é um dos principais sintomas quando já está agravado, mas tem outros sintomas, como o cansaço, por exemplo, ou quando você se corta e não cicatriza”, encerra.