RIO NEGRINHO. A rio-negrinhense Jussara Aparecida do Rosário Santos, de 46 anos, que passou recentemente por momentos de insegurança, medo e incertezas, depois de descobrir um câncer, contou ao Nossas Notícias sobre as fases de seu tratamento – que está na fase final, e na fé para superar todos os desafios pelos quais passou desde que descobriu a doença.
À reportagem do Nossas Notícias ela contou que sempre teve problemas de intestino.
“Até que na semana do Dia das Mães, em maio desse ano, passei pelo mês que marcou minha vida. Inicialmente eu não me sentia bem, não conseguia evacuar, tomava os chás de costume e nada”.
“Naquela semana fui ao pronto socorro praticamente todos os dias, pois as dores abdominais eram constantes. Ainda assim, a princípio, não me levaram muito a sério. Até que em uma sexta-feira eu não consegui levantar para ir trabalhar e meu marido queria me levar no Pronto Socorro, mas eu não quis, pois achei que lá fariam uma lavagem e me mandariam para casa”, recordou.
“Aquele dia fiquei aguentando até minha filha chegar. Eu não aguentava de dor e foi quando ele me disse, pode se arrumar que vamos no médico. E eu digo sempre que foi Deus, porque era o momento certo. A médica de plantão me examinou, pediu mais uma lavagem e não teve resultado. Foi quando ela pediu por uma ressonância com contraste para ver o que estava acontecendo”, diz.
Depois de horas esperando o resultado, Jussara falou que pelas 19 horas a médica lhe avisou que o cirurgião viria lhe avaliar, o que aconteceu pelas 21 horas do dia 13 de maio.
“Ele disse que eu precisava fazer uma cirurgia para ver o estava obstruindo a passagem do intestino e, sem muito rodeio, falou dos riscos e que seria emergencial”.
“Fiquei em choque e ao mesmo tempo precisava tirar aquele desconforto. E então a cirurgia aconteceu no hospital de Rio Negrinho dia 21, às 3h30 da manhã. Foi retirado um pedaço do meu intestino grosso, que tinha 10 ínguas, sendo seis delas com câncer agressivo”.
“Meu marido só me disse que foi para biópsia o pedaço que retiraram, pois ele pensou que primeiro teria que me recuperar da cirurgia, pois o caminho ainda era longo. Em nenhum momento eu imaginava que era câncer, pois a minha fé era tão grande que imaginava que iria vir com um bom resultado. Chegou o resultado da biópsia e sem rodeios o médico me encaminhou para oncologia. Meu mundo caiu e minha fé enfraqueceu”, contou.
Jussara declarou que naquele momento não aceitou e se revoltou com Deus.
“Nas minhas conversas com Ele, eu questionava o porquê disso, pois eu tinha tanta tanta fé e me sentia abandonada. Até que com ajuda da família e com muitas pessoas abençoadas que Deus colocou na minha vida, nos momentos certos ,me fizeram enxergar que nada é por acaso e que se isso estava acontecendo comigo, havia algo que Deus estava querendo mostrar”, lembrou.
“Nas minhas noites de insônia eu orava, pedindo perdão para Deus pela minha falta de fé. Sentia que Deus falava comigo através de pessoas que já tinham passado por isso, e elas conseguiram me mostrar que não era o fim e que Deus quer é que nós possamos contar as histórias boas, os finais felizes que acontecem e nem ficamos sabendo. Só sabemos das histórias tristes”, frisou.
Para ela, o nome mais desafiador foi iniciar as quimioterapias, pois era um mundo desconhecido.
“Primeiramente para as mulheres, com sua vaidade, a primeira coisa que pensei foi que iria perder os cabelos. Mas não aconteceu, pois já o médico explicou que cada caso é um protocolo e como eu já havia passado pela cirurgia, o meu protocolo seria 12 ciclos a cada 15 dias. Com isso meu cabelo não iria cair, porque seria um protocolo para precaução, devido aos exames terem detectado o câncer em outros órgãos”, destacou.
O caminho, embora em quantidade de dias não tenha sido tão longo, não foi fácil, pois a medicação forte acaba desencadeando outras situações.
“Minha voz que está afetada. Estou rouca, sinto sensibilidade nos pés e nas mãos, muita fraqueza e cansaço, mas segundo o médico tudo vai passar. Passei por 11 ciclos e foi quando eu tive uma reação alérgica da medicação”.
E aí, mais um desafio a ser vencido!
“Mas como sempre digo, isso tudo tem me ensinado que Deus é tão bom e que até quando achamos que é o fim, vem Ele segura a sua mão e diz eu ‘não disse que iria ser fácil,mas eu disse que sempre estaria aqui. E quando eu achei que era o fim, na verdade era um recomeço. O médico disse que meu organismo está saturado de medicação e que finalizaria ali as quimioterapias. Nem conseguia descrever a minha alegria”, diz.
Muitos planos
Jussara disse que agora tem muitos planos, mas lembra que mais importante é viver como se não houvesse amanhã.
“Porque de repente você pode não estar mais aqui. E o que eu fiz? O que foi que eu contribuí para esse mundo? Será que estou realmente cumprindo a minha missão de vida? Então as vezes Deus pára a sua vida para que você se faça essas perguntas”.
Mensagem
Ela deixou uma emocionante mensagem para todos os seguidores do Nossas Notícias.
“Minha experiência mostrou que vivemos correndo para dar conta das tarefas do dia a dia e de repente as tarefas quer eram suas, outra pessoa está realizando. Então dê mais valor aos pequenos sinais e principalmente dê valor a sua família. Porque nessa hora meus familiares foram como meus anjos na terra”, comenta ainda, acrescentando que o que também lhe ajudou foi o plano da Unimed.
“Porque vi muitas pessoas que estão esperando para fazer o tratamento”, frisou.
“A minha cura dependeu muitas coisas: o tratamento que eu costumava dizer que eram as ‘gotinhas da cura’; da família, mas principalmente da minha fé, que me levantou quando pensei em desistir, e desde então eu quero melhorar. Tenho certeza que já estou curada e no dia 13 de dezembro vou fazer os exames só para confirmar a minha cura”, cita.
“Tive tanto aprendizado hoje vejo a vida com outros olhos”, encerra.