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Denise Tureck fala sobre a preparação e experiência de viver “Dona Chica” durante caminhada em Rio Negrinho

Fotos: Arquivo/Denise Tureck

RIO NEGRINHO. A Caminhada pela Estrada Imperial Dona Francisca, iniciativa da Associação Empresarial de Rio Negrinho (Acirne), através do Núcleo de Turismo, juntamente com o Grupo Amigos da Dona Chica, reservou uma série de surpresas e atrativos para os mais de 300 caminhantes que percorrem o trecho no domingo (20).

E entre essas “atrações”, uma que chamou muito atenção dos participantes, foi a caracterização de Dona Francisca, interpretada por Denise Tureck, que falou ao Nossas Notícias. 

“Foi uma experiência incrível a de poder interpretar esta personalidade tão encantada da nossa história. Gratidão imensa às organizadoras, Marilis Vellasques e Casciane Antunes, por este maravilhoso evento, que  proporcionou momentos incríveis para todos os que passaram pela Estrada Dona Francisca e vivenciaram uma emoção ímpar, juntamente com a princesa dona “Chica”, comentou ela com a nossa reportagem.

Denise conta que a ideia surgiu no início de outubro, quando em uma noite, ela e as integrantes da organização estavam tomando café no Cedro Rosa, depois de um evento do Laboratório Proll Vida, que aconteceu no Lab Three, em São Bento do Sul. 

“Elas começaram a conversar sobre a caminhada, que precisava acontecer logo, ainda em 2022, porque muitas pessoas estavam pedindo. Queriam que fosse especial, lendária e eu, de imediato, disse que seria a princesa, ‘embarquei’ na ideia”, relata.

Ela explica ainda que levou 48 dias para se preparar e também estudou sobre a história da vida da princesa. 

“A minha cabeça se voltou para compor a personagem e as ideias foram surgindo a mil por hora. Fui alinhando e providenciando os itens, mas durante todo processo, mantive segredo”, cita. 

“Queria fazer surpresa, inclusive para as organizadoras, que estavam bem curiosas. A cada pergunta que faziam eu só respondia que seria surpresa e pedi que confiassem em mim”, explica.

Denise diz ter contado com a ajuda de várias pessoas, que curtiram a ideia e “embarcaram” com ela na proposta da personagem.

“A Sirlei, do Atelier e suas meninas; o Jessé, do Hospital dos Calçados; a Casa Bella Tecidos, a Mazer e em especial a Clecy Linzmeyer, que nos inspirou também, porque ela fez uma super produção cinematográfica na Estrada Dona Francisca, onde encenou toda a história, com vários personagens e cenários e levou todos os alunos da Escola Marta Tavares para assistir”, lembra.

“A sombrinha, que é dela, usei neste dia, assim como também a malinha do cenário. Gratidão a ela e todos envolvidos! O restante das peças usadas são minhas. A maioria das roupas da Dona Chica eram pretas e assim fui compondo o visual. Me arrumei sozinha no dia, inclusive o cabelo e a maquiagem. Às sete horas da manhã estava pronta. Foi incrível como todas as pessoas curtiram e ‘embarcaram’ na ideia da Princesa Chica”, relembra.

Uma breve história de vida de Dona Francisca

Dona Francisca era filha do imperador Dom Pedro I com Dona Leopoldina, arquiduquesa da Áustria. Perdeu a mãe aos três anos e o pai casou-se com Amélia de Leuchtenberg, que a criou até os 7 anos. Nesta época foi abandonada. 

O pai ,sua madrasta e sua irmã mais velha, Maria Augusta, foram embora para Portugal e a deixaram no Brasil com seus dois irmãos, D.Pedro II e D. Paula Januária, sob a tutela de José Bonifácio, que por D.Pedro I foi nomeado “Guardião dos Herdeiros”. 

Foi criada com muito zelo e rigor, mas nunca mais viu o pai, o que lhe causava muita tristeza. Mas sempre manteve contato com o irmão, D. Pedro II, no Brasil. 

Em 1840 aconteceu o noivado com François Ferdinand, o Príncipe de Joinville, filho de Luis Filipe I, rei da França. Eles se casaram três anos depois. 

Como forma de agrado, destinou- se à princesa um dote de terras de 25 léguas quadradas entre os rios Pirabeiraba e Itapocú, nas proximidades da Baía de São Francisco. Além disso, o dote incluía 1 milhão de francos e 6% do orçamento nacional. 

Francisca partiu com o marido para a França e nunca mais voltou ao Brasil. Anos depois, já no exílio na Inglaterra, junto com o marido e com dificuldades financeiras, ela negociou as terras catarinenses com a Companhia Colonizadora Alemã, do senador Christian Schroeder, que era um rico comerciante e dono de navios.

Assim nasceu a colônia Dona Francisca, mais tarde conhecida como  Joinville, que atualmente é a maior cidade de Santa Catarina.  

Após a queda de Napoleão Bonaparte III e do 2° Império Francês em 1870, a família Orleans de Bragança retornou à França. 

Em seus últimos anos, D. Francisca testemunhou a queda do Império do Brasil, em 1880 e o exílio do irmão, D. Pedro II.

Faleceu em Paris, aos 73 anos. Seu marido viveu por mais 2 anos. Ambos estão enterrados na Capela Real de Dreux, na França.

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Denise sendo atendida por Sirley, proprietária de um tradicional ateliê na cidade. O estabelecimento leva seu nome
Atendimento na Casa Bella (escolha do tecido para a roupa)
Jessé, do Hospital dos Calçados, deu uma revigorada na bota usada por Denise
Atendimento na Mazer Armarinhos
Clecy Linzmeyer, que emprestou a sombrinha que já havia utilizado em uma encenação na estrada

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