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Rio Negrinho: “sempre foi um ótimo funcionário, mas começou a mudar de comportamento há poucos dias”, diz direção da empresa cujo homem em surto agrediu colegas e policiais


RIO NEGRINHO. Uma dramática situação surpreendeu, nesta segunda-feira (06), a equipe de uma empresa do bairro São Pedro, cujo funcionário em surto agrediu colegas e também policiais, que precisaram contê-lo com tiros de arma de borracha.

Nossa reportagem publicou anteriormente uma matéria com informações da Polícia Militar e um
vídeo que circulou nas redes sociais
, registrando um momento da ocorrência. Na sequência, fomos até a fábrica, onde conversamos com os responsáveis e a entrevista você confere nas próximas linhas.

Primeiros sinais

Segundo a direção, em pouco mais de dois anos de trabalho como operador de máquina, o colaborador sempre se mostrou muito calmo e colaborativo. Até meados de dezembro, quando começou a mudar de comportamento, nunca alguém havia desconfiado que pudesse ter um problema mental.

“Ele começou a ficar um pouco agressivo, falar sozinho, em alguns momentos não acatava o que falávamos… achei estranho e primeiramente o chamei para uma conversa. Porém, essas mudanças persistiram e um dia, além das agressões verbais, ele ‘travou’ no meio da fábrica. Como não sabíamos o que fazer, fomos na casa de sua mãe, com quem ele mora e como não estava, fomos no seu trabalho. Daí que no caminho para a fábrica, ela nos contou que o filho tem esquizofrenia, que há cerca de dois meses havia parado de tomar os remédios controlados e que a família vinha sofrendo muito. Até então, não sabíamos de nada disso, tanto que no exame admissional, ele não disse ao médico que tomava medicamentos”.

Orientação da mãe

De volta à empresa, a mãe do colaborador orientou os gerentes a acionar o SAMU e a Polícia Militar, pois há alguns dias antes ele também tinha tido um surto em casa e precisou ser algemado antes de ser levado ao hospital.

“Segundo ela, somente eles iam conseguir contê-lo. E foi o que fizemos. Os socorristas e policiais vieram aqui, conversaram com ele, que aceitou ser levado para o hospital. Tomou medicamentos, ganhou um atestado de um dia e foi liberado para casa. À mãe, aconselhamos levá-lo para um tratamento, mas ela disse que ele não aceita. Desta forma, orientamos então que tentasse pegar um atestado de mais tempo, até que ele melhorasse”.

De volta ao trabalho

O colaborador, porém, voltou a trabalhar alguns dias depois e também teve comportamentos agressivos.

“Não era para ele ter voltado, mas naquele momento, já sabendo de sua doença mental, fui conversando com ele e com bastante calma, consegui levá-lo para casa novamente. Conversei com seu pai, disse que estávamos entrando em recesso, orientei a procurar um tratamento e avisei que ele não precisava voltar nesta segunda, que foi a data do retorno das nossas atividades”.

Primeira situação de agressão física

Neste primeiro dia de trabalho de 2025, o colaborador retornou, cedo, já transtornado e pela primeira vez partiu para a violência física.

“Fui perguntar como estava, desejar um feliz ano novo e já percebi que estava agressivo. Então falei para os outros funcionários o deixarem quieto. Ele ficou parado, olhando as máquinas, e de repente agrediu sua ajudante, tentou atingir um colega com uma ripa, deu um soco em outro colega… foi tudo muito rápido! Uma integrante da gerência levou os funcionários para fora e não deu tempo de fazer o mesmo procedimento da primeira vez, quando chamamos a mãe dele, o SAMU e a PM. Precisamos acionar a Polícia Militar, que por sua vez acionou o SAMU, direto. Tentaram conversar e acalmá-lo, mas ele partiu com a ripa para cima dos policiais e tudo acabou como visto nas imagens”.

Fuga do hospital e próximos passos

Conforme os gerentes, após ser levado para receber atendimento, o funcionário fugiu da Fundação Hospitalar e voltou para casa.

“Fomos no hospital ver o que poderíamos fazer, mas falaram que só a família pode tomar providências e ele não pode ser internado contra a vontade. Estamos acompanhando seus pais também, eles estão muito desgastados. Essa é uma situação na qual ninguém ainda sabe exatamente o que fazer, da melhor forma para ele”.

Os responsáveis pela empresa disseram ainda que desde segunda estão conversando com o advogado e a contabilidade, buscando ter as devidas orientações. Eles também falaram que amanhã deverão conversar com o médico do trabalho que lhes dá assessoria.

“Isso tudo é lamentável! Ver o que a doença é capaz de fazer com alguém… Queremos ajudar, mas também não vamos poder manter uma situação de risco aos demais funcionários”, finalizaram. LEIA TAMBÉM:

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