BRASIL. No dia 23 de dezembro, seis integrantes de uma mesma família passaram mal após consumir o bolo durante um café da tarde em Torres. Duas vítimas, tia e sobrinha, morreram em decorrência de paradas cardiorrespiratórias. Outros três familiares seguem internados, dois deles em estado grave na UTI. A Polícia Civil prendeu neste domingo (5) Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar um bolo que resultou na morte de três pessoas em Torres, no litoral do Rio Grande do Sul. Deise, nora de Zeli dos Anjos, de 60 anos — que preparou o bolo e segue internada —, é acusada de triplo homicídio qualificado e três tentativas de homicídio. Ela foi levada ao Presídio Estadual Feminino de Torres e deve passar por audiência de custódia nesta segunda-feira (6).
O crime teria sido motivado por desavenças familiares de mais de 20 anos. Testemunhas relataram uma relação conturbada entre Deise e sua sogra, Zeli. A polícia encontrou evidências no celular de Deise indicando que ela pesquisou sobre arsênio, a substância tóxica identificada nas vítimas, em novembro. A perícia revelou que o veneno foi colocado na farinha de trigo usada no bolo, com uma concentração de arsênio 2.700 vezes superior ao normal.
Deise Moura dos Anjos, formada em Ciências Contábeis pela Universidade La Salle de Canoas, descrevia-se como uma profissional experiente na área financeira e contábil. Casada com Paulo, filho de Zeli dos Anjos, há cerca de 20 anos, o casal residia em Nova Santa Rita, região metropolitana de Porto Alegre.
As investigações agora tentam esclarecer se Paulo, morto em setembro de 2022 com sintomas de intoxicação alimentar, também foi vítima de envenenamento. Seu corpo será exumado. A polícia busca determinar o verdadeiro alvo do crime.