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Casarão Zipperer: 100 anos como símbolo histórico de Rio Negrinho

Na imagem em preto e branco, o Casarão Zipperer na década de 1920. Foto do Acervo do arquivo histórico do município. Na imagem colorida, imóvel nos dias atuais

RIO NEGRINHO. O icônico Casarão Zipperer, um dos patrimônios culturais mais importantes da cidade, em novembro alcançou a impressionante marca de 100 anos de história. Para marcar essa data, o portal Nossas Notícias conversou com as responsáveis pelo Museu e Arquivo Histórico: Noeli Aparecida Uchaka, Regina Aparecida Cardoso Oderdenge, Adriana Lang e Aparecida do Carmo Sauer Pschiski.

Elas compartilharam detalhes fascinantes sobre o imóvel, cuja construção começou em 1919 e foi concluída em 4 de novembro de 1924. Originalmente planejado para ser a residência de Jorge Zipperer, fundador da “Jorge Zipperer & Cia” – empresa precursora da renomada Móveis CIMO S.A – o prédio é um marco da história da indústria moveleira em Santa Catarina.

Construído em estilo bangalô, típico do norte europeu, o casarão combina elegância e robustez. Ele possui dois pavimentos de madeira de pinho com vigamento em imbuia, tábuas encaixadas horizontalmente e paredes internas em forro paulista. Entre os destaques arquitetônicos estão o assoalho externo em imbuia, sem encaixes e colunas de toras de pinheiro e revestimento da sala de jantar em imbuia, com mobiliário sob medida.

Os lustres e móveis de cozinha feitos em imbuia, incluindo a aplicação de um verniz conhecido como Laca ou Asa de Barata, técnica trazida da China e amplamente usada na Europa é outro detalhe que dá um charme todo especial ao imóvel centenário, que já contava com gerador próprio, o que permitia o uso de lustres com lâmpadas na época. As louças da cozinha e do banheiro foram importadas de São Paulo.

Ao longo do século, o casarão passou por diversas adaptações, como a troca de janelas fixas por modelos do tipo guilhotina. Além disso, passou por reformas nos banheiros, incluindo a substituição de assoalho ripado por cimento. Instalação hidráulica e modernizações como corrimões nas escadas e revestimento de concreto na varanda superior, também precisaram ser colocados em prática.

Tombamento e Patrimônio Cultural

Em 1998, o Casarão Zipperer foi reconhecido oficialmente como Patrimônio da Comunidade Rio-negrinhense. Após decretos municipais, o imóvel foi tombado pela Fundação Catarinense de Cultura, consolidando sua importância histórica e cultural.

Hoje, o casarão serve como um guardião da memória local, permitindo que visitantes conheçam não apenas sua estrutura – mesmo que apenas exteriormente, já que a casa se encontra interditada para visitas internas desde 2018 -, mas também o legado da família que impulsionou o desenvolvimento da cidade.

“A cultura traz marcos importantes da nossa história, como a Móveis CIMO, que contribuiu muito para o desenvolvimento da cidade, e o nosso museu, que é um ponto turístico onde muitos visitantes passam e assim valorizam ainda mais nossa trajetória, contribuindo para que o legado deixado pelos precursores nunca deixem de existir”, destacou. Regina Aparecida Cardoso Oderdenge.

O centenário do Casarão Zipperer não é apenas uma celebração de sua arquitetura, mas também um tributo à história viva de Rio Negrinho e às mãos que o preservam com dedicação. Para o local, há um projeto de restauração, que está em tramitação.

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