RIO NEGRINHO. No Planalto Norte, onde a tradição e a modernidade se encontram, uma voz segue ecoando há mais de meio século, representando a história viva da radiodifusão: Aristides Sauer, com seus 66 anos de vida e uma carreira de 53 anos dedicada à mesma emissora, é o mais antigo radialista em atividade na região.
A jornada de Aristides começou em agosto de 1972, quando, aos 14 anos, buscava seu primeiro emprego. Acompanhado por sua mãe, ele chegou à Rádio Rio Negrinho e foi recebido pelos responsáveis da época. Sem hesitar, iniciou sua trajetória na área técnica, onde trabalhou até 1977.
O destino, porém, reservava algo diferente para ele: em reconhecimento ao seu empenho, foi convidado a assumir a locução. Desde então, sua voz se tornou parte inseparável da emissora, passando por programas diversos, desde noticiários até programas de música alemã, um tributo à cultura regional.
A experiência de Aristides transcende o simples ato de comunicar; ela se entrelaça com a história da comunidade. Entrevistou prefeitos eleitos em todas as administrações desde os anos 1970, um período em que o rádio era a principal fonte de informação da região.
Episódio marcante
Um dos episódios mais marcantes de sua carreira foi a enchente de 1983, quando o rio subiu cerca de 14 metros, obrigando a rádio, situada na rua Carlos Weber, no Centro, a se realocar para uma área mais alta.
“Foi um momento crítico e desafiador, mas também uma prova da nossa resiliência e do valor da rádio como serviço à comunidade”, relembra.
Ligação recebida do cantor João Paulo, que fazia dupla com Daniel
As memórias que Aristides guarda são numerosas e repletas de emoção. Entre as mais queridas, ele recorda com alegria a ligação recebida do cantor João Paulo, irmão de Daniel, e o choque que veio dias depois com a notícia de seu trágico falecimento em um acidente.
Para Aristides, essas experiências confirmam que o rádio é muito mais do que um trabalho; é uma ponte de sentimentos e histórias.
Mudanças
Ao refletir sobre as mudanças a que o rádio veio passando, Aristides comenta as diferenças entre os dias de fitas, CDs e discos, e a tecnologia atual, que trouxe a automação e simplificou processos.
“A maior dificuldade foi acompanhar as mudanças, mas, ao mesmo tempo, elas tornaram o trabalho mais eficiente e dinâmico”.
Um legado
O legado de Aristides não é apenas profissional. Seus pais sentiam um imenso orgulho de sua dedicação ao rádio.
E ele continua, até hoje, a ouvir suas próprias transmissões, buscando formas de melhorar e manter a excelência que marcou sua trajetória.
Mensagem para os jovens
Sua mensagem para os jovens que desejam seguir carreira é direta.
“Corra atrás, especialize-se e tenha persistência. Dedicação faz tudo acontecer”.
Nossa homenagem
Essa matéria foi produzida por nossa reportagem, que esteve na Rádio Rio Negrinho, conversando com o profissional.
Este post é o primeiro de uma série de entrevistas com vários profissionais da cidade em alusão ao Dia do Radialista, comemorado na quinta-feira (07).
Recado de Aristides para todos os radialistas
Aristides Sauer deixa um abraço caloroso a todos os colegas que, como ele, vivem a magia e a responsabilidade de manter a sociedade informada e conectada.
“O rádio é um meio essencial que nunca deixará de existir, e sua própria história é prova disso”, enfatiza. LEIA TAMBÉM:
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