SANTA CATARINA. Na última terça-feira (15), Ashley Costa, uma mulher trans de Florianópolis, passou por uma cirurgia de redesignação sexual no Hospital Beatriz Ramos, em Indaial, custeada pelo governo de Santa Catarina. O procedimento ocorreu após uma decisão judicial que obrigou o Estado a financiar a operação devido à ausência de hospitais públicos habilitados para esse tipo de intervenção.
Ashley aguardava a cirurgia há mais de dois anos na fila do SUS, sem previsão de atendimento. A 1ª Turma Recursal de Santa Catarina determinou um prazo de 30 dias para que o governo providenciasse o procedimento, com a possibilidade de utilizar a rede privada. O cirurgião responsável foi o especialista José Carlos Martins, com vasta experiência em cirurgias trans.
A demora no procedimento agravava a condição de saúde de Ashley, que sofria com a disforia de gênero, segundo laudos médicos apresentados no processo. O caso é inédito em Santa Catarina, e a Defensoria Pública destacou que outras pessoas trans ainda aguardam na fila por cirurgias semelhantes.
Atualmente, a Secretaria de Estado da Saúde informou que 114 pessoas estão na lista de espera por cirurgias de redesignação sexual no estado. O Ministério Público já questionou o governo sobre as medidas para aumentar a capacidade de atendimento.