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São-bentense Dani Rauen integra grupo de Santa Catarina que vai competir nos Jogos Paralímpicos de Paris

ESTADO. Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024, que começam nesta quarta-feira (28) e seguem até 8 de setembro, reunirão mais uma vez os melhores atletas com deficiência do planeta. Santa Catarina contará com oito representantes na capital francesa, todos eles beneficiados pela Bolsa Pódio, a categoria mais alta do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte.

Essa edição dos Jogos contará com a maior quantidade de atletas brasileiros em competições internacionais: 280 no total, dos quais 274 fazem parte do programa Bolsa Atleta, ou seja, 97,86% dos convocados. Entre os bolsistas, mais de 63% são beneficiados com a Bolsa Atleta Pódio. Somente em 2023, o valor investido nos atletas das modalidades paralímpicas, referente aos editais de dezembro de 2022 (Bolsa Pódio) e janeiro de 2023 (Bolsa Atleta), foi de mais de R$ 57 milhões.

De São Bento do Sul para o mundo

A são-bentense Danielle Rauen, a Dani, vai competir no tênis de mesa. Ela tem artrite reumatoide juvenil, uma doença que causa atrofia nos músculos, e recebeu o diagnóstico aos 4 anos de idade. Desde os 6, fez tratamento no Hospital Pequeno Príncipe. Começou a jogar tênis de mesa aos 9, e o esporte serviu como uma forma de tratamento, auxiliando-a a manter controle motor mais rigoroso.A doença é incurável, e em 2017 Danielle fazia sessões de quimioterapia biológica a cada 28 dias para estabilizar a degeneração nas articulações.

Por se destacar na modalidade, foi convocada para a seleção brasileira paralímpica em 2013. Se mudou para São Paulo para treinar, superando a saudade da família e focando em seus sonhos.

Desde então, ganhou destaque em várias competições e dentre suas principais conquistas estão: ouro no individual feminino pela classe 9 e nas duplas WD14-20 (femininas) e XD20 (mistas) nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; bronze por equipes nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020; bicampeã nos Jogos Parapan-Americanos (Lima 2019 e Toronto 2015) e bronze por equipes na classe 6-10 nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Em Paris ela disputará na categoria Pódio.

A medalhista paralímpica Bruna Alexandre integra a delegação. A mesatenista coleciona quatro pódios em Paralimpíadas: prata no individual e bronze por equipes nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020; bronze no individual e por duplas nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

Aos seis meses de vida, ela foi submetida à amputação do braço direito por consequência de uma trombose, provocada por uma injeção mal aplicada. A jovem começou no tênis de mesa aos 12 anos, influenciada pelo irmão. Até 2009, competiu em torneios apenas para atletas sem deficiência. Em 2024, tornou-se a primeira atleta paralímpica brasileira convocada para uma edição de Jogos Olímpicos.

O campeão paralímpico Talisson Henrique Glock é mais uma promessa de medalha. O nadador contabiliza cinco pódios em Paralimpíadas, com ouro nos 400m livre, e bronze nos 100m livre e no revezamento 4x50m livre misto 20 pontos nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020; e prata no revezamento 4x50m livre e bronze nos 200m medley nos Jogos do Rio 2016.

Talisson foi atropelado aos nove anos por um trem, e perdeu o braço e a perna esquerdos. Seis meses depois, foi convidado para participar do Centro Esportivo para Pessoas Especiais (Cepe). Em 2004, passou a se dedicar aos treinos de natação. Em 2008, competiu em alguns torneios e, em 2010, foi chamado para integrar a Seleção Brasileira de natação.

Na categoria Pódio, também integram a equipe de Santa Catarina: Edenilson Floriani e Suzana Nahirnei, do atletismo; Ezequiel Correa, do halterofilismo; Mariana Ribeiro, da natação e Ymanitu Geon, do tênis em cadeira de rodas. Camila Muller, do atletismo, completa a delegação sul-catarinense. Ela é beneficiada com a categoria Nacional.

Ao todo, 4,4 mil atletas competirão em 22 modalidades esportivas durante os 11 dias dos Jogos. Nas Paralimpíadas, participam atletas com deficiências motoras, amputados, cegos, além de pessoas com paralisia cerebral ou deficiência intelectual. A competição é considerada o terceiro maior evento esportivo do mundo em termos de venda de ingressos, ficando atrás apenas dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo da FIFA.

Bolsa Atleta
O Bolsa Atleta é um dos maiores programas de patrocínio individual de atletas no mundo. Desde sua criação em 2005 até junho de 2024, já foram investidos R$ 1,77 bilhão em seus beneficiários. Até hoje, 37.595 atletas foram contemplados, e 105 mil bolsas foram concedidas.

O programa garante condições mínimas para que atletas de alto desempenho — que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais — possam se dedicar, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e às competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas.

A categoria Bolsa Pódio começou a ser paga a partir de 2013. Ela prevê repasses de até R$ 16.629,00 mensais e é destinada a atletas com grandes chances de conquistar medalhas em eventos internacionais, posicionados entre os 20 melhores do ranking mundial em suas modalidades.

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