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“Rádio Rio Negrinho tem novos proprietários, mas programação e equipe estão mantidas”, garante novo coordenador

A rádio fica no andar superior desse prédio na rua Carlos Weber, no Centro/ Foto: Katia de Oliveira/Nossas Notícias

Após 75 anos de uma rica história com a comunidade, a Rádio Rio Negrinho está com nova direção. A emissora, uma empresa familiar administrada até então por Goldwim Meier e George Telma, tio e sobrinho respectivamente, foi vendida recentemente. 

A reportagem aqui do Nossas Notícias esteve na rádio, no Centro, na manhã desta segunda (12), onde conversou com Telma, que realizava algumas últimas orientações à equipe e à nova direção. Também conversamos com Vanderlei Cordeiro, radialista que assumiu a coordenação da empresa na quarta-feira (07). 

Telma explicou que a venda  foi desafiadora. 

“Como uma empresa familiar, não temos uma sucessão a formar, tendo em vista que todos se dedicam a outras atividades. Houve uma proposta e aceitamos. Não foi uma decisão fácil, mas temos que ser racionais, pensar em tudo. É um ciclo que se fecha e outro que está se abrindo. Da nossa parte, fizemos bastante coisas para a comunidade. Sempre mantivemos as portas abertas para todo mundo. Fizemos o que pudemos pela cidade”.

Ele também deixou um recado à todos que acompanharam a Rádio Rio Negrinho por essas quase oito décadas. No próximo dia 25, a RRN completa 76 anos.

“Agradecemos a todos os que estiveram conosco nesse período: ouvintes, clientes, parceiros, colaboradores. Temos muita gratidão pelas pessoas”. 

Cordeiro, que já trabalhou por dez anos na rádio, falou sobre a nova etapa profissional e os planos dos novos diretores. 

“Nesse momento estou fazendo um levantamento de como está a empresa e de como funcionam os trabalhos. Importante salientar que a administração que assumiu não tem interesse em descaracterizar  a programação nem a equipe. Num segundo momento serão elaboradas estratégias e algumas mudanças, mas isso a partir de um alinhamento muito cuidadoso, muito bem pensado e principalmente, conversando, ouvindo as pessoas, mantendo o legado e a história da rádio. Isso será sempre considerado, pois tudo o que queremos é manter nossos ouvintes conosco. Esse foi um dos motivos de eu ter aceitado o convite para esse novo desafio, numa função diferente agora”, garantiu. 

Ele contou que conheceu os novos proprietários quando trabalhou na Rede Massa, na capital paranaense. 

“São empresários de São Paulo e de Curitiba, que escolheram Rio Negrinho para fazer um investimento. Lembraram de mim e me convidaram para coordenar a emissora. Vim também pelo carinho que tenho pela Rádio Rio Negrinho e o fato de me contratando para o cargo, eles comprovarem o interesse em fortalecer esse elo com a comunidade, mantendo pessoas da cidade na equipe, pois poderiam contratar profissionais de outros municípios”. 

Questionado sobre mudanças que possam haver nos próximos meses, Vanderlei não descartou a possibilidade de a empresa vir a ocupar um novo prédio. Ele também respondeu nossa pergunta sobre quem são os novos proprietários. 

“A mudança é algo que pode acontecer, mas mais adiante, depois de todo esse período de transição e adaptação. Sobre os proprietários, todos terão a oportunidade de conhecê-los. Eles querem muito enriquecer esse elo com nossa cidade, vão estar aqui, vão principalmente compor junto com a cidade, assim como acontece com tantas pessoas que adotaram nosso município e se identificaram com tudo o que Rio Negrinho tem a oferecer. E neste sentido, o foco será sempre a Rádio Rio Negrinho”. 

História

A Rádio Rio Negrinho teve seu pedido de licença liberado em 25 de Agosto de 1948. Os seus
fundadores foram o comerciante Arthur Meier, o bancário Egon Hussman, o farmacêutico Péricles Virmond e o industriário Bernardo Olsen Neto. A emissora estrava no ar sob o prefixo ZYR-4, com 100 watts de potência.

A programação era comandada por Egon Hussman e sua esposa Irene Hussman, que foi também a primeira técnica de som e locutora. Mais tarde passou a ter quatro funcionários e alguns voluntários. Sua primeira notícia, sendo a que mais marcou, foi a própria criação da empresa, devido a dificuldade de criação de emissoras de rádio vivida na época.

Aos sábados pela manhã, a Orquestra da Móveis Cimo se apresentava. Quando o público era maior do que suportava as dependências da emissora, que era um auditório para cinquenta lugares, os shows eram transferidos para o antigo Cine Rio Negrinho. Aos domingos pela manhã havia um programa de calouros que eram acompanhados por um grupo musical composto por Guido Silva, Manoel Borba, o “Tuca” e o Manequinho, o pandeirista.

Alguns quadros, como a Oração da Ave Maria, acompanham a programação até os dias de hoje.

Em 1950, a direção passou a ser exclusiva de Arthur Meier e sua esposa, Eugênia Kwitschal Meier.

Em 31 de março de 1988, a casa passou a ser dirigida por Elfi Adelaide Meier Telma e Goldwin Meier. Em 01 de novembro de 2005, Elfi doou sua parcela de 50% da direção da empresa aos seus filhos, Giulian e George Telma.

Em novembro de 2013, foi assinado o decreto que possibilitou a migração das rádios AMs para a faixa FM em todo o Brasil e a Rádio Rio Negrinho não poderia ficar de fora desta mudança.

A partir dai, estudos foram feitos para a implementação deste projeto , que em outubro de 2017 migrou a emissora para a faixa FM, no canal 250, na frequência de 97,9 MHz, levando ao ar, tecnologia e modernidade para todos os ouvintes.

Com um passado de tantas glórias e recordações e decisões firmes no presente, a mais tradicional estação de rádio do Planalto Norte catarinense e Sul paranaense, abrange todo o médio Vale do Rio Negro e orgulha-se de ter presenciado enorme parte dos fatos que construíram a história de vários municípios.

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