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Rio Negrinho: como presidente da Câmara, Dido desempata votação e permanecerá no cargo após agressão; “não vou atrapalhar as investigações e vou contribuir para que tudo se esclareça”


RIO NEGRINHO. A sessão da Câmara desta noite (27), foi bastante emblemática. A reunião era muito aguardada pela comunidade, por vários motivos. 

Um deles, o de ouvir o que diria o vereador Dido, presidente da Câmara, que agrediu um atendente da B3 Disk Bebidas na quarta-feira (22), acreditando ser o rapaz o autor de ameaças dirigidas à sua família. O trabalhador teve o nariz quebrado e garantiu não conhecer o parlamentar nem seus parentes. Toda a ação foi registrada pelas câmeras do estabelecimento. 

Além disso, houve a votação de dois requerimentos ligados ao fato, ambos apresentados pelo vereador Maneco. O primeiro, pedindo uma alteração no Código de Ética, para garantir que qualquer vereador que em ambiente público venha a agir em desconformidade com a imagem da Câmara possa perder o mandato. O segundo, propondo que Dido fosse afastado temporariamente do cargo até que uma comissão de investigação e processante apurasse os fatos e definisse as medidas cabíveis a serem tomadas.

Votação 

Após a discussão do tema, o resultado da votação foi o seguinte: 

• A favor do afastamento:  Kbelo, Rose, Flávia e Maneco 

• Contra o afastamento: Alessandra, Cássio, Nilson e Piska 

Presidente desempata 

Seguindo o Regimento da Câmara (que vale para qualquer situação), Dido desempatou a votação, reprovando o requerimento e assim permanecendo no cargo. 

“Não vou atrapalhar as investigações e vou contribuir para que tudo se esclareça da melhor forma possível”, garantiu, justificando seu posicionamento. 

Pedido de desculpas 

Em sua fala, ele admitiu ter errado, disse que sabe que vai responder por seus atos e pediu que os colegas entendessem sua situação. 

“Realmente no dia 22, após receber uma mensagem, me dirigi até o estabelecimento, que realmente é o correto, e por uma falta de comunicação, por uma série de questões acabei realmente agredindo uma pessoa. 

Sou humilde em assumir meu erro, sei que vou pagar por isso. Não neguei isso em nenhum momento, por isso voltei ao local, pois solicitaram minha presença, dizendo para eu ir lá resolver a situação. Quando cheguei, a polícia (Polícia Milltar) estava lá. Me  desculpei quando fui informado que ele não era o dono do estabelecimento. Para mim era, pois eu não conhecia. Vi por uma foto no WhatsApp. 

Agi com raiva, por impulso e sem pensar. Mas agi em defesa da minha família, pois foram ameaçados por um desacordo comercial. Um problema familiar, que eu não gostaria de mencionar aqui, e que futuramente vou ter que esclarecer, pois temos audiência marcada para o dia 16. 

No momento que entrei na loja … eu não entrei e agredi a pessoa, eu tentei me identificar. Quando , disse ‘eu sou o Dido’, não quis me achar nem demonstrar que sou melhor que alguém, porque não sou e nunca fui. Não disse ‘sou o vereador Dido’ ou ‘o presidente Dido’. 

Existe um vídeo mais completo, diferente dos que foram editados, legendados , cortados, … Se vocês analisarem, eu falo: ‘eu sou o Dido, você estava me mandando mensagem’. 

Eu estava irritado, o rapaz não conseguiu dizer para mim que ele não era a pessoa que estava me mandando mensagem e realmente eu o agredi. Me desculpo profundamente com ele – se não foi realmente ele que ameaçou minha família -,  e também com seus familiares. Em defesa dele garanto que tem um pai , irmãos, amigos, assim como eu também tenho. 

Meu problema familiar não é fácil de resolver. Eu estava descontrolado por uma série de acontecimentos repetitivos que a gente não consegue solucionar porque não cabe à nós. 

Infelizmente fui julgado por um vídeo manipulado. Não nego que errei, mas não foi tanto assim como falaram. 

Não fui lá para quebrar o nariz de alguém, foi no calor do momento. Quando retornei ao local, não foi para continuar agressão nenhuma. 

Me arrependo profundamente, pelo desconforto que todos passaram,  a família dele e a minha, pois também sofremos. 

Gostaria que todos entendessem. Sou o irmão mais velho, fui criado para defender minha família. Meu  pai não está mais junto de nós. Pela minha família dou meu sangue, duvido que alguém de vocês não faça. Saí revoltado e cego quando recebi as mensagens da minha mãe falando sobre as ameaças. 

Porém, na minha conduta como presidente sempre mantive o respeito com todos vocês (os demais vereadores). Isso aconteceu lá fora. Peço que vocês entendam e compreendam o meu problema”, finalizou. 

Comissão de ética se reunirá nesta quinta- feira 

Apesar do resultado da votação do requerimento sobre o afastamento temporário do presidente, a Comissão de Ética se reunirá nesta quinta-feira (29), às 14h30, na Câmara. 

O pedido partiu do vereador Kbelo, que é o presidente da comissão. Também fazem parte o vereador Maneco (relator) e Piska (membro). 

O encontro poderá resultar na abertura de um processo para apurar a infração ética e do decoro parlamentar. 

Caso a comissão decida requerer o afastamento de Dido, o pedido deverá ser aprovado em plenário, com votação de todos os vereadores e 2/3 dos votos favoráveis. 

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