RIO NEGRINHO. Um curto circuito causou um princípio de incêndio em um poste na rua Jorge Zipperer, no centro, nesta quinta-feira (22). A ocorrência e seus desdobramentos, publicados em texto e em dois vídeos aqui no Nossas Notícias, gerou inúmeros questionamentos por parte de comentários de seguidores em nossas redes sociais. Em função da situação, uma boa parte da cidade também ficou sem internet e telefone e as empresas do setor trabalharam até a noite para restabelecer os serviços.
Buscando mais informações e orientações sobre o caso, nossa reportagem conversou com Eduardo Liebl, Engenheiro de Controle e Automação, especialista em Engenharia de Automação e Instrumentação e Mestre em Engenharia da Computação. Credenciado pelo CREA-SC, ele também é projetista no setor de geração de Energia Solar.
Liebl explicou que um poste é, de modo geral, uma estrutura de cimento, madeira ou metal, que serve como suporte para iluminação pública, para linhas condutoras de energia elétrica e para cabos de telecomunicações, como redes de internet. O compartilhamento da infraestrutura é regulado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na norma NBR 15214.
“Um curto circuito é a passagem de uma corrente elétrica elevada, causada pela redução repentina na resistência do sistema. Em instalações antigas, é comum ocorrer a deterioração do material isolante dos condutores elétricos, o que pode fazer com os cabos se toquem, causando reações como explosões, faíscas e incêndios”.
Instalações elétricas em áreas externas
O profissional destacou que Instalações elétricas em áreas externas exigem uma preocupação maior ainda, pois o sistema fica incessantemente exposto às variáveis climáticas.
“Os equipamentos devem apresentar um alto grau de vedação para evitar a entrada de água da chuva, devem possuir resistência a corrosão e proteção contra raios UV”.
Dispositivos contra curtos-circuitos em residências
Dentro das residências, para evitar que problemas como estes ocorram, o dispositivo adequado para a proteção é o tradicional disjuntor, presente tanto no padrão de entrada, quanto no quadro geral do imóvel. Ele é inserido no projeto elétrico do imóvel de acordo com a carga prevista para o sistema. Na ocorrência de um curto-circuito, a corrente mais elevada faz o disjuntor desarmar, preservando o sistema e evitando danos maiores.
Dispositivo que protege contra choques elétricos
Mas existe um tipo de problema contra o qual os disjuntores não são eficientes, que é a fuga de corrente. Nesse caso ocorre um desvio do fluxo original da energia. A fuga de corrente causa um grande aumento no consumo de energia e pode gerar danos aos equipamentos, à instalação, e choques elétricos.
O mais adequado para proteger o sistema de fugas de corrente dentro dos imóveis é o IDR (Interruptor Diferencial Residual) – vendido por entre R$ 80 e R$ 200 -, que identifica o problema e desarma o circuito, protegendo quem está no imóvel.
Orientações (continua depois da imagem)
Para evitar um curto-circuito dentro de um imóvel, alguns itens devem ser observados, tais como:
• Não sobrecarregar as tomadas com vários aparelhos ao mesmo tempo;
• Não usar fios oxidados ou desencapados;
• Atentar-se às condições de uso das extensões;
• Verificar se aparelhos eletrônicos a serem utilizados estão em boas condições, a fim de que não sejam eles o gatilho para o curto no sistema;
• Durante tempestades, usar apenas aparelhos eletrônicos necessários, a fim de que surtos de tensão ocasionados por raios não danifiquem equipamentos e a rede elétricas;
• Disjuntores e instalações elétricas em geral devem ser periodicamente (de preferência, a cada 5 anos) revisadas de forma preventiva por um profissional
Sinais de curto circuito
O especialista ainda lembrou que quando o sistema elétrico entra em curto, alguns sinais ficam evidenciados.
“Ocorre o surgimento de manchas escuras nas tomadas, cheiro característico de fios queimados, além de lâmpadas que queimam com pouco tempo de uso sem causa aparente. Outros sinais de curto-circuito dentro das residências ou comércios são quedas de energia que só ocorrem naquele imóvel (ou em parte do imóvel), e o desarmamento do disjuntor”.
Ele finalizou lembrando que caso o disjuntor seja desarmado, pode ser religado após os aparelhos elétricos serem retirados das tomadas, que podem ser a origem do problema.
“Se o problema persistir, a chave geral deve ser desligada e um profissional deve ser contatado. Em caso de incêndios, o Corpo de Bombeiro deve ser acionado (193).
Ainda que acidentes possam ocorrer, o dimensionamento correto do sistema elétrico, a manutenção preventiva e o uso correto de aparelhos e equipamentos, são fundamentais para que curtos-circuitos, seja na área externa ou dentro de residências e comércios, possam ser evitados”.