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Rio Negrinho: vereador Piska pede informações sobre pagamento do piso e depósito do FGTS para colaboradores do hospital

RIO NEGRINHO. O vereador Arlindo André da Cruz, o Piska, teve aprovado neste mês um requerimento direcionado à Fundação Hospitalar, no qual cobra informações a respeito do pagamento do piso salarial da enfermagem e também se procede a informação de que o FGTS dos funcionários não vem sendo depositado desde novembro de 2023; ainda segundo as informações, o valor estaria sendo descontado da folha dos colaboradores.

“Chegou até mim a notícia de que a Fundação Hospitalar não está efetuando o pagamento do piso salarial da enfermagem, sendo assim, por se tratar de determinação legal, é obrigatório o pagamento dos montantes aos colaboradores. Me foi noticiado também que os depósitos referentes ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não estão sendo realizados”, apontou.

Piska disse ainda que se for confirmada a questão do FGTS dos colaboradores, a situação passa a ser de extrema gravidade e violação dos direitos trabalhistas.

“É muito importante que haja um esclarecimento e, se necessário, que sejam tomadas as devidas providências”, cita em trecho da justificativa do requerimento.

O parlamentar disse que deseja a resposta da Secretaria de Saúde, que hoje é a responsável pela Fundação Hospitalar.

“Os nossos funcionários do hospital trabalham de forma correta e precisam receber, é direito deles”, defendeu.

Ele ainda afirmou que colaboradores do hospital estariam sendo submetidos a constrangimentos e ações de coação dentro da unidade de saúde.

“Se não fazer um vídeo para agradar, falar que o hospital está sendo bem qualificado, estão mandando (os colaboradores) para casa, para ficar em casa de férias, para depois voltar e ganhar a conta. No mês que vem vai vir gente aqui na tribuna relatar, muita coisa está acontecendo”, apontou.

“Achei que a situação ia melhorar com a saída do Santé (Instituto que administrava a FHRN antes da intervenção por parte do município). Os nossos empresários sempre foram a favor do hospital, sempre trabalharam correto, a empresa era ruim. Mas eu não vi em momento algum, algum funcionário reclamar de não receber na gestão do Santé”, lembrou.

Piska afirmou que achava que com a troca, pessoas do município iam dirigir o hospital e tratar bem os profissionais da saúde.

“Isso não aconteceu, não se fez. O nosso hospital tem que ser tratado com todo carinho que merece. O povo foi quem fez esse hospital maravilhoso e agora quem está administrando, tem que cuidar. Sabemos que é um poço sem fim a saúde, mas como que o hospital de Mafra tem lucro de um milhão e meio por mês?”.

O vereador anunciou que já está em contato com um dos dirigentes do hospital São Vicente de Paulo, de Mafra, para que ele venha dar uma palestra na cidade e mostrar de que forma fazem para administrar bem a instituição.

“Ele já me respondeu que vai vir aqui, sim. Vamos copiar o que é bom, o que eles estão fazendo lá. O que é bom, não é feio ser copiado. Prefeito Caio, o senhor é médico, meu Deus do céu, dê uma atenção. O senhor mandou demitir o melhor especialista na área da saúde que nós tínhamos em Rio Negrinho. Não estou desmerecendo os outros, mas era um dos melhores cirurgiões”, disse.

“Por favor, ouça a comunidade e o contrate novamente. O senhor veio para fazer a gestão de saúde para o povo. Desculpe prefeito, aí o senhor está sendo demagogo com a comunidade de Rio Negrinho. Casa de ferreiro, espeto de pau. Aí não dá, né, prefeito? Aí me desculpe”, encerrou.

Apoio dos demais vereadores

“Aquela equipe dentro do hospital é muito comprometida. Os enfermeiros, técnicos de enfermagem, os auxiliares, todo o pessoal que trabalha ali dentro é muito comprometido. É preciso que esse comprometimento seja reconhecido, precisa ter a contrapartida de quem administra”, destacou o vereador Ineir Miguel Mittmann, o Kbelo (PSC).

“O FGTS é um valor que toda empresa é obrigada a pagar. Tempos atrás esse hospital ficou devendo um montão de FGTS e de INSS, depois teve que fazer parcelamentos. Estão pagando os parcelamentos antigos, mas é um risco muito grande começar agora a atrasar de novo. Eu acho que o hospital precisa pensar numa alternativa, essa intervenção que fizeram, que pelo que consta no decreto de intervenção era para seis meses. Agora em fevereiro vence, está na hora de encontrar uma alternativa”, sugeriu o parlamentar, que defendeu a contratação de um administrador para a Fundação Hospitalar, a exemplo do que acontece em Mafra e São Bento do Sul.

“É hora de Rio Negrinho contratar um administrador, um cara que entende de hospital e que ele responda para a comunidade. Não responder para o seu instituto, não responder para o poder público, tem que responder para o povo de Rio Negrinho”, comentou ainda Kbelo, que criticou a prefeitura pela gestão, levando em consideração o fato de que o município está em dívida com os pagamentos de seu Instituto de Previdência dos Servidores (Iprerio).

“Iniciamos o ano sem parcelar, sem parcelamento do que não pagou ano passado. Então é um péssimo exemplo, como é que vai fazer uma intervenção no hospital e vai dar certo? Não vai. O exemplo está aí, não sabe administrar, não sabe fazer a gestão e o problema não é dinheiro, é falta de gestão. Tanto não é falta de dinheiro que deixaram sair por entre os dedos R$ 3 milhões de uma pessoa que meteu a mão um ano inteiro e não viram o que estava acontecendo”, alfinetou.

Flávia Vicente (MDB) destacou que hoje não se sabe a Fundação Hospitalar está em dia com suas certidões para receber recursos estaduais e federais.

“É preciso saber se o nosso hospital não perdeu o selo de recebimento de verbas estaduais e federais, eu não sei como está isso. A gente sabe que ano passado estávamos com nossa conta completamente no vermelho, inclusive havia contas indo para o SPC”, lembrou.

“Será que foi regularizado isso? A gente não sabe”, emendou.

A vereadora sugeriu que o Secretário Municipal de Saúde, e atual interventor do hospital, Rafael Schroeder, vá até o legislativo prestar esclarecimentos para sanar as dúvidas dos vereadores.

“Ele deveria vir contar um pouco de como é que está a situação do hospital nesses seis meses, quais são as dificuldades, algumas coisas pontuais, … Acho que seria interessante ele passar isso para a gente, porque nós somos cobrados pelos munícipes, mas também não temos resposta”, citou.

Retornos obtidos

“Em conversa recente com o secretário de Saúde também questionei a respeito desses valores, tanto de boletos atrasados, como foi denunciado em dezembro, e realmente podemos ver que eles estavam em atraso. Ele me disse que, à medida do possível, estão cumprindo com as obrigações do hospital, que o FGTS realmente tiveram que atrasar alguns meses para poder manter as atividades do hospital em dia”, frisou o vereador Rodrigo dos Santos, o Dido (PL).

“As dificuldades financeiras realmente existiam e nunca foi dito que não, eles tiveram que tomar uma opção, como já falei aqui dentro dessa casa. Foi de ou manter o serviço ou as contas em dia, e eles preferiram manter realmente os serviços, tanto de maternidade quanto de UTI, que continuam atendendo a população. Recentemente, o hospital elevou de nível e tem uma diferença para receber do governo do estado, que já se comprometeu em fazer o pagamento, não sei até se já não entrou na conta do hospital, mas pelo que ele me falou são R$ 3,9 milhões”, disse.

“Após o recebimento desse montante, eles vão conseguir colocar as contas em dia e o repasse do governo do estado vai aumentar em R$ 300 mil por mês, o que vai ajudar muito a questão dos problemas financeiros do hospital. Talvez não consigamos resolver todos, mas já é uma luz no fim do tudo. Acredito que a administração é responsável, tanto quanto com o pagamento do piso também, pois sabemos que aprovamos o projeto aqui nessa casa, esse repasse vem do governo federal para o município repassar”, comentou ainda o presidente do legislativo.

Sobre o pagamento do piso aos profissionais de saúde, Dido lembrou que os funcionários do hospital recebem através do Governo Federal, mas que foram registrados problemas com relação a alguns CPFs dos profissionais.

“É vinculado cada CPF de funcionário e o repasse vem do Governo Federal. Nós apenas estamos repassando para eles. Parece que um mês é que está atrasado e eles estão em busca de resolver esse problema. Quanto à intervenção e ao IMAS, acredito que estão desenvolvendo um bom trabalho, aumentando os recursos e melhorando o atendimento no hospital”, encerrou Santos.

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