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Condenado em regime aberto, vereador Piska poderá recorrer de sentença judicial sobre caso de ameaça e porte ilegal de arma de fogo em Rio Negrinho; confira o que ele diz

Sentença do juiz Rodrigo Clímaco José, da Comarca de Rio Negrinho, condena o vereador Arlindo André da Cruz, o popular Piska, a cumprir em regime inicial aberto uma pena de 2 anos de reclusão e 1 ano de detenção pelos crimes de ameaça e porte ilegal de arma de fogo, ocorridos em julho de 2021. 

Na decisão, publicada no dia 2 deste mês, o magistrado destacou que concedeu o direito à Cruz, porque ele já estava em liberdade no decorrer do processo. 

Piska foi preso em flagrante na noite de 10 de julho, acusado de ter ameaçado Sanderlei Vieira, atual companheiro de sua ex-esposa. Na ocasião, a PM foi acionada e com o parlamentar também foi encontrada uma arma de fogo. 

Agora, ele tem direito a apelar ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em segunda instância e ainda apresentar recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça e em uma última instância, apresentar recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal. 

Conforme a lei, Piska não é culpado enquanto não for condenado em todas as instâncias. 

O que diz o vereador 

A reportagem aqui do Nossas Notícias conversou com o parlamentar no início desta tarde. Ele informou que seus advogados vão recorrer em todas as instâncias, garantiu que considera a sentença justa e que admite o erro. 

“Ficou tudo certo. Acredito na Justiça, errei e tenho que pagar. Mas não é dentro da Câmara, como alguns vereadores querem. Inclusive vou falar sobre isso na próxima sessão. 

Contei para a Justiça o que fiz, a Justiça me condenou e estou aí para cumprir. Essa decisão mostra que lei tem que ter pra todos e não é porque estou no meio político que tenho que ser poupado. 

Estou ciente, tranquilo e parabenizo o Poder Judiciário porque é desta forma que tem que ser. Continuo de cabeça erguida, vou pagar pelos meus erros e a comunidade me conhece, todos sabem que jamais vou esconder a verdade”.

Questionado sobre se está arrependido do que aconteceu e sobre sua relação com Sanderlei, ele disse que reconhece que estava de cabeça quente mas garantiu que isso agora é passado.

“Vou tocar a minha vida. É cada um seguir seu caminho e tudo certo”.

Relembre o caso 

Conforme os autos do processo, na data dos fatos, Piska primeiramente ameaçou Sanderlei por palavras, áudios e vídeo, via WhatsApp, dizendo-lhe: 

“você vai me matar ou te mando pro inferno”; “nós vamos se arrebentar tudo”; “me pule sozinho se você é homem, se você for homem, cara, me chame sozinho”; “só me chame, só eu e você, quero te dar uma campina de pau, seu vagabundo, quero te mostrar como é que bate em gente”; “amanhã eu tô ali, major, não pense que vai ficar assim viu”. 

Depois disso, ele foi até a casa de Vieira, no bairro Vila Nova, onde ele mora com a ex-esposa e a filha do vereador  e em frente ao portão, gravou um vídeo dizendo: 

“filho da p…, vagabundo, você não é o cara, vem aqui seu filho da p…”.

Piska ainda encaminhou à ele uma foto onde segurava uma arma de fogo. 

Depois, por volta das 20h, em frente à um estabelecimento próximo à casa de Sanderlei, Piska foi abordado por policiais militares que haviam sido acionados para atender a ocorrência. 

Ele estava dormindo em um Fiat Palio branco, em estado de embriaguez e no banco do carona do veículo foi encontrado um revólver, sem marca de fabricação e modelos aparentes, com seis munições de calibre .38., intactas, razão pela qual ele foi preso em flagrante e levado à Delegacia de São Bento do Sul, onde após algumas horas de espera por decisão judicial, foi liberado depois do pagamento de  fiança. 

A defesa do vereador alegou que ele agiu por estar nos limites de suas ações com a vítima e porque estava embriagado. 

O que disse Sanderlei 

À justiça ele relatou que Piska o ameaçava desde 2019. Ele falou também que depois do dia 10 de julho, não aconteceu mais nada. 

O que disse Piska à Justiça sobre a arma

Sobre o revólver, ele disse que possuía há mais de 18 anos, que teria sido entregue por um caminhoneiro e que não costumava andar armado.

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