RIO NEGRINHO. A prisão do até então Secretário de Finanças da prefeitura, ocorrida na quarta-feira (08), após a Operação “Intraneus”, deflagrada pela 2ª Promotoria de Justiça de Rio Negrinho – com apoio do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações), em parceria com a prefeitura – continua ainda a ser fonte de novas informações.
A reportagem aqui do Nossas Notícias, em contato com a 2ª Promotoria, obteve alguns detalhes sobre o caso, que continua sendo investigado.
O agora ex- Secretário, que era servidor público municipal há cerca de 10 anos, foi preso em sua casa, acusado de participar de um esquema de desvio de R$ 3,3 milhões dos cofres públicos.
De acordo com a promotora Juliana Degraf Mendes, acompanhado por seu advogado, ele passou uma audiência de custódia no mesmo dia da prisão e depois foi encaminhado ao Presídio de Mafra.
Questionada se o servidor falou alguma coisa sobre o ocorrido, ela explicou que nas audiências de custódia não são feitas perguntas sobre detalhes dos processos.
“Ele respondeu apenas a questionamentos sobre sua saúde, integridade física e situação do filho menor”, citou.
Ela relatou que dos três veículos apreendidos – um Equinox, um Cruze e uma van – o último estava em nome de uma pessoa jurídica (empresa).
Ainda conforme a promotora, a casa onde o ex-Secretário morava, foi adquirida após o início dos desvios de dinheiro público, “os quais ocorriam há pelo menos 12 meses”.
Também questionada por nossa reportagem, ela informou que o homem continua preso.
Sobre o caso
Sob foco da investigação, o ex- Secretário teria sido beneficiado por meio de reiteradas transferências bancárias de contas-correntes da prefeitura para contas pessoais e para uma empresa, supostamente constituída por ele.
Na quarta-feira (08), foram expedidos pelo Poder Judiciário, por meio da 2ª Vara de Rio Negrinho, um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão e ordem de sequestro de automóveis e de imóveis do investigado, além de imóveis de terceiros e de uma empresa.
Um dos mandados de busca foi cumprido na sede da Prefeitura de Rio Negrinho, especialmente nos locais de trabalho do investigado.
A operação foi acompanhada pela Polícia Científica, por meio da Gerência Regional de Joinville.
Intraneus, o nome da operação, deve-se pela realização, sem qualquer ordem de compra, contrato ou empenho emitido pela prefeitura, de apropriação de recursos por parte de servidor público.
Em suas redes sociais, o prefeito Caio Treml, no mesmo dia da Operação, relatou que foi a administração quem percebeu que o servidor estava fazendo desvios de uma conta da prefeitura para contas de empresas em seu nome e para sua conta pessoal.
“Nesse momento entrei em contato com o Ministério Público, com a promotora Jane Lima e com o nosso procurador municipal. Iniciamos uma investigação muito sigilosa, onde poucas pessoas sabiam do que estava acontecendo. No último dia 5, quando todo mundo estava na enchente, cuidando de seus bens, cuidando de suas vidas, esse servidor fez mais um depósito para a conta da sua empresa e no mesmo momento conseguimos fazer o flagrante dele, encaminhar toda essa documentação pra promotoria pública e na sequência prender esse meliante”.
Ele ainda destacou que naquele momento todos os bens e contas do servidor estavam sendo bloqueados.
Também na mesma quarta-feira, no final do dia, o prefeito anunciou que a administração conseguiu na justiça o bloqueio dos três veículos citados nesta matéria.
Conforme Treml, os carros ficarão dentro da garagem da prefeitura, pois retornaram agora à posse do município, fiel depositário dos bens.
Ainda de acordo com ele, os veículos irão a leilão- quando o judiciário autorizar – e os valores devolvidos aos cofres públicos. Treml também agradeceu o Ministério Público e ao Poder Judiciário pelo trabalho conjunto e agilidade nas decisões.