SÃO BENTO DO SUL. O jovem são-bentense Arthur Meirelles da Costa, de 17 anos, conquistou no final de junho a medalha de ouro no Campeonato Mundial Escolar de Taekwondo. O título é considerado inédito para a modalidade na cidade. A competição foi realizada na cidade de Mazatlan, no México. Aluno do Colégio Froebel, ele é treinado pelo pai, Antônio Jauri da Costa. Em entrevista ao Nossas Notícias, eles falaram sobre o feito e de planos para o futuro.
Como Arthur começou
“Tudo começou quando eu tinha 2 anos e 11 meses. Essa foi a época que comecei a treinar e desde lá o interesse já era grande. Mas, o que realmente me interessou pela modalidade foi quando eu fui introduzido às lutas. A dinâmica, você ter que pensar em uma estratégia, tomar ações rápidas e, principalmente, ter que lutar de diferentes formas, foi o que realmente me interessou pelo Taekwondo”, comenta.
Mesmo tão jovem, ele soma a participação em mais de 40 campeonatos. O Campeão Mundial Escolar, já foi duas vezes campeão Pan-americano, duas vezes campeão brasileiro, campeão do Pan-americano Series, três vezes campeão do Grand Slam (seletiva que define a seleção brasileira do ano), duas vezes campeão da Copa do Brasil, quatro vezes campeão da Copa Regional Sul e multicampeão estadual.
Disputando a categoria até 73 quilos, ele venceu um atleta mexicano, um ucraniano e um de Taiwan antes de subir ao lugar mais alto do pódio no Mundial Escolar.
Sobre os desafios enfrentados até aqui, Arthur disse que acredita que o ano passado foi o mais difícil de toda sua carreira como atleta.
“Muitas coisas deram errado, de perder campeonatos importantes que definiam o rumo do meu ano inteiro, até ter que treinar e me dedicar sem ter motivação nenhuma. Porém, mesmo tendo sido um ano difícil, foi com ele que as melhores lições foram aprendidas; foi nele que eu evoluí, não apenas como atleta, mas também como pessoa. Então, o considero o ano mais difícil, mas a maior virada de chave que eu poderia ter tido”, cita.
Ainda sobre a participação no Mundial, o atleta avalia a experiência como incrível, sendo um sonho ter podido disputar uma competição desse porte.
“Esse ano nós não paramos! Eu digo nós porque na preparação de um atleta não é apenas uma pessoa que está envolvida, mas toda uma equipe. Porém, foi bem tranquilo encarar todos os treinos, porque aproveitei o processo. Cada treino era um treino e eu estava lá com a consciência de que tinha que focar no agora. Isso se aplicou tanto para o campeonato Pan-americano quanto para o Mundial”, diz.
A luta da final do Mundial
“Na final, lutei contra um atleta da China Taipei (vulgo Taiwan). Uma luta apertadíssima, que foi para o terceiro round. Sobre o país e a competição, ambos me impressionaram um pouco no início, visto que, tudo era muito lindo e a estrutura que eu tive contato lá, muito raramente vejo aqui no Brasil. Então, pode-se dizer que eu fiquei um pouco surpreso”, comenta ele sobre a impressão que trouxe do Mundial.
Planos
Arthur conta que no momento quer conquistar mais títulos, abrir várias oportunidades de vida e também carimbar o passaporte com mais alguns países.
“Minhas próximas competições acontecerão entre duas semanas e dois meses, então temos Joguinhos Abertos, Campeonato Brasileiro e a President’s Cup”, adianta, destacando também o aprendizado adquirido em sua área de trabalho.
Mensagem especial
“Títulos vêm e vão, mas o esforço fica. Aproveite o processo, torne o doloroso em algo relaxante, torne o difícil em algo fácil e sempre aproveite as oportunidades que lhe forem dadas. Esse lema está mudando a minha vida”, enfatiza.
Com a palavra, o pai de Arthur, que também é seu treinador
Já o pai e treinador, Antônio Jauri da Costa, de 50 anos, diz que é mais difícil treinar o filho do que os demais atletas, pois é preciso separar o vínculo familiar, da parte profissional.
“Desde muito cedo ele apresentava uma boa técnica de chutes, e também tinha uma boa flexibilidade, o que é importante para o Taekwondo. O restante veio com os treinos”, conta.
Treinos
“Temos uma rotina de treinos programada de segunda a sábado, e algumas vezes no domingo também. Os treinos são os mesmos, apenas ajustamos para o objetivo é faixa etária de cada um”, conta sobre a rotina de trabalho.
Já sobre a participação no Mundial, Antônio considera que foi uma emoção sem igual.
“Ficamos muito felizes com o resultado e com a certeza de que estamos no caminho certo”, encerra.