RIO NEGRINHO. No dia 12 deste mês publicamos aqui a entrevista com a mãe de uma das duas crianças agredidas por uma assessora educacional no CMEI Vila Nova. A reportagem também contou com o posicionamento da prefeitura, que garantiu a apuração dos fatos e o pronunciamento do delegado Rubens Passos de Freitas, comunicando a instauração de um inquérito para apurar o caso.
O assunto chegou à nossa reportagem através da mãe que foi entrevistada, após ela entrar em contato conosco. Ela é mãe de uma menina de 2 anos.
A partir daí contatamos a prefeitura e o delegado e também conseguimos contato com a mãe do menino agredido na sala de aula. Foi a partir de um questionamento dela, que as imagens das câmeras de segurança do CMEI foram consultadas pela primeira vez, confirmando as agressões. Acompanhada de sua advogada, a assessora negou que tenha violentado os pequenos, ambos com 2 anos. Ela foi afastada pela prefeitura e responde a um processo administrativo.
As duas famílias continuam abaladas com a situação, que se desenrolou a partir do dia 29 de maio. Por isso, respeitando o tempo de cada uma, publicamos a entrevista de hoje.
A mãe do menino começou falando sobre os desdobramentos que espera a respeito do caso.
“Espero é que todas as informações sejam apuradas, que as pessoas envolvidas sejam chamadas para depor e que arquem com as consequências de tudo isso. Que esse episódio sirva de exemplo para outras professoras, atendentes e servidores públicos que trabalham com crianças e adolescentes, para que analisem se estão contentes com seu trabalho”.
Ela também enfatizou que é importante que, caso não estejam contentes, que esses profissionais busquem ajuda.
“Temos muitas terapias e psicólogos que nos ajudam a entender o que acontece com nossa mente. Que tudo isso que aconteceu seja um alerta para todos os profissionais que estão ali, cuidando do bem mais precioso de uma família e que sabem que essas famílias também precisam deles, para cuidar dos seus filhos enquanto trabalham”, desabafou.
Denunciem!
Ela ainda fez um alerta importante para que outras famílias, ao suspeitar de alguma situação, façam suas denúncias.
“Acredito também que as pessoas, ao presenciarem alguma situação como essa que aconteceu, não tenham medo de denunciar. Se não houvesse denúncia, nossos filhos estariam ainda hoje sofrendo e passando por coisas que jamais poderíamos imaginar”, apontou.
A família optou por manter o menino no mesmo CMEI.
“A escola em si tem muito amor e não condeno um corpo por um ‘dedo podre’, uma ‘unha estragada’. A gente só restaura e é isso que está acontecendo. Estamos buscando o porquê de ter acontecido esse erro, tentando restaurar o psicológico do nosso filho e também dos professores da sala. Todos estão recebendo apoio da Secretaria de Educação”, frisou.
A mãe finalizou enfatizando que espera que a servidora acusada pelas agressões seja julgada.
“Além do processo administrativo, buscamos meios legais fora da escola também e tudo vai se resolver conforme manda a lei. Claro que tudo isso trouxe problemas psicológicos para nosso filho, para mim e para meu o esposo, que estamos envolvidos diretamente com tudo isso, que nos comoveu muito”.
“Ainda existe uma série de coisas que pode estar se buscando para saber o que podemos melhorar para a contratação de profissionais e nós como pais, como analisar nossos filhos. Acompanhamos a mudança de comportamento deles nos últimos meses com uma profissional e essa história vir à tona foi um alívio, porque sabíamos que havia algo de errado e agora estamos ‘correndo atrás’ para reparar o dano psicológico causado nele. Há ainda muito pela frente”, encerrou.