RIO NEGRINHO. Após a sentença do Júri Popular que ocorreu na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (15) e que condenou Elias Mariozam Martendal, de 32 anos, a 20 anos, sete meses e 15 dias de prisão em regime fechado, a reportagem do Nossas Notícias ouviu a promotora Juliana Degraf Mendes, que comentou sobre o resultado do julgamento que, segundo ela, foi aquele que o Ministério Público, que atuou na acusação, esperava.
“Esse Júri da Alicia e do Fernando (vítimas que morreram após um acidente provocado pelo réu, que estava bêbado), foi muito especial. A gente estava esperando bastante para fazer o julgamento em Rio Negrinho. Isso porque havia um expectativa enorme das famílias das vítimas, de terem essa resposta dos jurados da cidade, em relação a esse fato gravíssimo que aconteceu aqui neste município, ceifando duas vidas, de uma criança de 5 anos inclusive e ferindo mais seis pessoas”, cita.
Ela frisa que o Ministério Público havia denunciado o réu por embriaguez ao volante, seis lesões corporais contra seis vítimas diferentes e ainda os dois crimes de homicídio com dolo eventual tendo como vítima Alicia e Fernando e que os jurados acolheram integralmente essas teses, rechaçando por sua vez a tese da defesa e condenando o réu nos termos em que ele havia sido pronunciado.
“Foi dentro daquilo que a gente desejava, foi uma resposta justa e equilibrada que as famílias receberam e o juiz também fixou uma pena dentro dos parâmetros que a gente tinha expectativa que acontecesse. Foi um resultado que significou um dever cumprido no Ministério Público. É importante que as pessoas compreendam que um carro quando é mal utilizado se transforma numa arma”, enfatiza.
“As pessoas às vezes não têm essa compreensão e é por isso que com tanta frequência aqui na região acontecem lesões corporais no trânsito e homicídios que acabam acontecendo envolvendo motoristas embriagados. Esse caso envolvendo as vítimas Alicia e Fernando tem o viés de passar uma mensagem para pessoas do quão grave e danoso pode ser a pessoa pegar a direção de um veículo depois que ela bebeu”, prossegue.
“Se tem uma mensagem que gostaríamos de passar e eu sei que essa também é a mensagem que a mãe da Alicia, por exemplo, quer que as pessoas ouçam, porque ela nos disse isso hoje, é que elas compreendam que beber e dirigir é crime, que tem consequência muito grave e a justiça responde e aplica as penas devidas nesses casos”, encerra.
Sobre o caso
Em 19 de dezembro de 2021, juntamente com alguns amigos, Elias, alcoolizado, transitava pela BR 280, sentido Mafra/ Rio Negrinho, dirigindo um Punto.
Quando chegou nas proximidades da Battistella, ele invadiu a pista contrária , batendo contra o carro em que a pequena Alicia Bindemann, de 5 anos, estava com sua mãe, padrasto e mais duas crianças
A colisão foi bastante grave e Alícia morreu algumas horas depois, na Fundação Hospitalar de Rio Negrinho
Além dela, alguns dias depois, também morreu Fernando de Albuquerque, de 34 anos, veterinário que morava em São Bento do Sul. Ele era um dos amigos que estava com Elias no Punto. Albuquerque faleceu no Hospital São Vicente de Paulo, em Mafra.
Outras seis pessoas ficaram feridas. Elias foi preso após o acidente e desde então aguardou o julgamento na prisão.