REGIÃO. Um homem de 21 anos apontado como o responsável pelo atropelamento de um policial militar em Itaiópolis foi preso nesta segunda-feira (20).
Ele é acusado de tentativa de homicídio ocorrida na madrugada de sábado (18), no centro da cidade, após não obedecer a ordem de parada em uma blitz da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) e atropelar o policial.
Conforme a Polícia Militar, cabo Marcelo, a vítima, ficou sobre o capô do veículo, conseguindo-se segurar no limpador de para-brisa por aproximadamente 200 metros, momento em que caiu e ficou embaixo do carro, que acabou passando por cima dele.
O motorista fugiu sem prestar nenhum tipo de ajuda, enquanto o policial foi levado em estado grave ao hospital de Mafra. Na terça-feira (21), próximo do meio-dia, o helicóptero Águia, da Polícia Militar, pousou em Mafra, acomodou o policial e seguiu em direção a Joinville, onde ele foi internado e passará por nova cirurgia.
“Diário”
Desde os primeiros momentos do ocorrido, a PM realizou mais de 60 horas de buscas, até prender o responsável pelo crime. A corporação divulgou, em seus canais oficiais, uma espécie de “diário”, com vários detalhes sobre os dois dias e meio de trabalho. Confira:
“Policiais militares de folga foram voluntários, dando corpo e agregando forças na Operação, que tomou aspectos em nível regional, sendo apoiada por policiais militares de Mafra, Canoinhas, Rio Negrinho, São Bento do Sul e Joinville; de diversas modalidades, como Radiopatrulha, Canil, Rocam, Tático e Águia.
Já na manhã de sábado, enquanto os policiais buscavam informações e cercavam uma área de mata, o cabo Marcelo passava por uma cirurgia de emergência para fixação provisória das fraturas da pelve e estabilização do quadro hemodinâmico.
Os oficiais e praças, em Mafra, em buscas, localizaram o Gol abandonado na localidade de Rio da Areia.
Já no quarto, pôde-se perceber que o cabo Marcelo estava lúcido e bem, considerando a recém cirurgia realizada e as diversas escoriações que apresentava pelo corpo.
A esposa ao seu lado. Ela com semblante de seriedade e de preocupação, mas que transpareceu felicidade ao contar para a coronel que a família iria ficar maior, pois estava grávida, e que junto, a família iria superar a situação até a recuperação da saúde do marido.
No destacamento policial de Itaiópolis, próximo das 15h, alguns policiais chegavam para almoçar.
Coturnos embarrados, fardas suadas, semblantes cansados, mas, sobretudo, municiados com a força de vontade de continuar a busca ao infrator. ‘Estamos quase’, falou um soldado. ‘Estamos no caminho, vai dar certo’, dizia um sargento, enquanto se alimentava com a comida já fria de sua marmita.
Mas a noite chegou, e com ela novos policiais entraram na Operação, enquanto outros foram para o merecido descanso.
Domingo
A busca continuava incansável, coleta de informações, averiguações e a ansiedade que tomava conta pelo passar do tempo…
Segunda-feira e a missão finalizada
Águia sobrevoando a área, canil na mata, policiais militares em pontos estratégicos no terreno e atividade de inteligência sendo primordial para o terceiro dia de Operação.
O subcomandante-geral da PMSC, coronel Alessandro José Machado, acompanhando in loco as movimentações, enquanto forças oriundas do Comando Regional e Formação Sanitária buscavam providenciar as melhores condições para a transferência do cabo Marcelo para a segunda cirurgia de quadril pela qual teria de passar.
Por volta das 17h30, depois de mais de 60 horas de intensas buscas, o homem de 21 anos recebeu voz de prisão ao se entregar para os policiais. Ele estava escondido em área de mata, próximo a casa de parentes, em Itaiópolis.
O comboio de viaturas, com sirenes ligadas, passou pelo centro de Itaiópolis em direção à delegacia e depois para o Presídio Regional de Mafra.
A Polícia Civil de Itaiópolis informou que “trata-se de prisão temporária decretada em sede de plantão judicial, após representação policial feita pelo Delegado de Polícia plantonista, com o parecer favorável do Ministério Público, tomando por base filmagens e depoimentos de testemunhas do acontecimento”.
Também conforme a Polícia Civil, o autor do fato, por meio do seu advogado e familiares, buscou contato com a Polícia Civil para negociar a sua rendição. Agora no presídio, ele está à disposição da Justiça.