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Rio Negrinho: homem que levou tiro de arma de choque de PM, enquanto estava de costas, em evento no Brüskão, desabafa: ‘tenho o braço deformado e problema na perna. Que perigo podia oferecer?” 

Foto: reportagem do Nossas Notícias

RIO NEGRINHO. Uma forte cena, divulga amplamente nas redes sociais na noite de sexta-feira (02), choca qualquer pessoa que a assista. 

Em uma confusão no Brüskão, um policial militar, usando uma arma de choque, atira contra Valmir Fernandes, torcedor e ex-jogador do Cantareira, de Rio Negrinho. Valmir está de costas, cai no chão e é amparado primeiramente por uma mulher. Na sequência, é algemado por policiais. 

Buscando mais detalhes sobre o ocorrido, a reportagem aqui do Nossas Notícias entrou em contato com várias pessoas ligadas ao esporte, até conseguir o contato de Valmir, que conversou conosco na tarde deste domingo (04), acompanhado de alguns torcedores do Cantareira. 

Nos vídeos da confusão, aparecem várias pessoas com a camisa do clube e é contra muitos deles, de mulheres e crianças, que policiais usam spray de pimenta. Esses torcedores, que pediram para não se identificar, garantiram que não houve nenhuma briga entre o grupo, mas sim, de outro grupo, do outro lado em que estavam. Eles disseram não saber quem eram os envolvidos. 

Porém, como mostram as imagens, foi na arquibancada onde estavam torcedores do Cantareira e outras pessoas da comunidade, que se formou primeiramente uma grande confusão. Eles disseram que a torcida do Cantareira sempre acompanha o time no vestiário antes e depois dos jogos. 

A confusão aconteceu no final de uma partida do Municipal de Futsal e conforme eles, o grupo estava indo, como de costume, ao vestiário. Eles acreditam também que os policiais militares confundiram a aglomeração dos torcedores com os jogadores como uma confusão, “partindo para cima de todos”, sem primeiramente conversar com os presentes. 

 “Isso causou revolta de quem estava lá”, contaram eles, que disseram que ainda ajudaram a retirar do ginásio também uma criança que estava passando mal. 

“Não teve discussão com os policiais, mas eles vieram com força excessiva”, afirmaram. 

E foi quando estavam auxiliando algumas pessoas a sair do ginásio e várias pessoas falavam ao mesmo tempo, que Valmir foi atingido por uma arma de choque. 

“Não desacatei, apenas virei as costas para o policial enquanto ele estava falando, talvez o policial não tenha gostado daquilo e atirou em mim. Não teve diálogo”, comentou.

“Fiquei indignado, com raiva, pois não fiz nada demais. Tenho o braço deformado e um problema na perna, devido a um acidente que sofri há alguns anos. Que risco eu poderia oferecer? Estou com dores até hoje (domingo)”, indagou, mostrando o braço. 

Ele e outro torcedor, que conforme informações extraoficiais, era na verdade um membro do exército, que estava a paisana, acabaram presos e levados à Delegacia, em São Bento do Sul.

“Nunca fui preso por nada. Nunca havia tido uma passagem pela polícia. É triste demais”, desabafou.

Valmir ainda acrescentou que nesta segunda-feira (05), irá conversar com um advogado para receber orientações sobre que medidas cabíveis ainda poderá tomar.

Ele e os demais torcedores ouvidos pelo Nossas Notícias, reforçam a ideia de que houve falta de preparo de alguns policiais e que não havia necessidade do uso de força.

“O Cantareira é um time tradicional da cidade, é um time familiar. Sempre a torcida entra antes e depois do jogo para fazer oração junto com equipe. Acabamos pagando por um tumulto causado por outro grupo”, lamentaram. 

“Tenho minha filha de três anos, que estava junto comigo e que quando acordou no sábado (03), disse que estava muito assustada e não queria mais ir em jogos”, encerra.

Na manhã de hoje (05), durante a preparação desta matéria, a reportagem do Nossas Notícias procurou o comandante da PM, Cleverson Kalil de Souza, com o objetivo de saber se a Polícia Militar iria fazer algum manifesto acerca dos questionamentos dos torcedores. 

Foi na ocasião que ele informou que a PM instaurou uma sindicância interna para apurar os detalhes do ocorrido. Leia clicando no link abaixo (Valmir é o homem da terceira imagem, que aparece no chão). 

Polícia Militar instaura sindicância interna para apurar detalhes sobre confusão no Brüskão na noite de sexta-feira, em Rio Negrinho
Foto: reportagem Nossas Notícias

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