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Homem que matou namorada em São Bento do Sul procurava ajuda para esconder o corpo em uma residência no bairro Centenário

Daura de Fátima Nunes Alexandre era natural de Campos Novos (SC) e nasceu no dia 28 de maio de 1963, ela tinha 59 anos

SÃO BENTO DO SUL. A morte de Daura de Fátima Nunes Alexandre, assassinada pelo namorado com quem morava há pouco menos de 30 dias, naturalmente, comoveu a comunidade de São Bento do Sul, região e de todos os locais onde o fato, descoberto três dias antes do Dia Internacional da Mulher, tem sido noticiado.

Na manhã de hoje (05), a reportagem do Nossas Notícias esteve na casa onde ela morava com R.S.L e a filha dele, uma jovem de 15 anos. No local, situado na rua Maria Alberguini, no Alpestre, estavam familiares dele, que juntamente com sua filha, conversaram conosco.

Os familiares estavam retirando móveis e outros pertences da casa porque segundo eles, a maior parte da mobília era do namorado de Daura.

“Estamos separando as coisas dela e ainda não sabemos bem certo o que fazer, pois não temos contato com familiares da Daura. Sabemos que ela tem filhos que moram em Jaraguá do Sul, mas não temos muita informação”, declararam.

Os parentes pediram ajuda da comunidade porque a família tinha cachorros, que continuam no local, vazio agora.

“Não temos como levar os cães para onde moramos. Ficaríamos felizes em saber que foram adotados”, comentaram.

De acordo com eles, antes de ir morar com R.S.L., Daura morava no bairro Cruzeiro. Ela não trabalhava formalmente, mas fazia trabalhos freelance em uma lanchonete no centro da cidade. O que teria originado o crime, conforme eles, foi uma discussão que o casal teve há cerca de três dias, que culminou em uma briga na madrugada desta quinta (03) para sexta (04), quando Daura foi agredida até a morte.

“Ele sempre foi meio nervoso e teve problemas com relacionamentos anteriores. Era agressivo, mas nunca imaginávamos que seria capaz de matar alguém”, desabafaram.

A filha de R.S.L. vai ficar sob a responsabilidade de uma tia, irmã de seu pai, até que a Justiça decida sobre sua guarda. Segundo a família, ela foi abandonada pela mãe quando tinha três anos, indo então morar com a avó, mãe de R.S.L e só foi morar com ele no ano passado, quando a avó faleceu.

A adolescente contou que estava em casa quando começou a briga entre o casal, no fim da noite de quinta-feira, quando ela tinha acabado de chegar da escola. Segundo ela, Daura teria dito que queria se separar e voltar para seu antigo relacionamento, fazendo com que R.S.L. começasse a lhe bater.

Nervosa pela situação, ela contou à reportagem do Nossas Notícias e também no Boletim de Ocorrência, que foi para a casa de um amigo e depois para a casa da tia que ficará com sua guarda. Lá seu pai foi buscá-la e aproveitou o momento para contar que havia matado Daura, que o corpo estava enrolado em um cobertor no quarto e que precisava de ajuda para “dar fim no corpo”, levando-o para a casa de sua falecida mãe, no Centenário.

“Ele pediu para eu não contar para ninguém e quando chegamos em casa, chegou a pedir minha ajuda, mas eu disse que não e ele saiu, fiquei sem reação, com medo. Só sentei no sofá e fiquei como ele mandou. Logo chegaram os policiais, que me fizeram várias perguntas e verificaram nossa casa. Eles estranharam a porta do quarto estar trancada, foram olhar pela janela dos fundos e viram algo estranho no quarto. Então entraram novamente e arrombaram a porta, encontrando o corpo enrolado no cobertor, ao lado da cama cheia de sangue. Eles se esconderam aqui em casa e ficaram até meu pai chegar com um parente nosso. Eles estavam no Palio verde e os policiais já saíram, apontaram as armas e os prenderam”.

Os familiares que estavam na casa onde morava o casal confirmaram que por volta das 10h40 do dia 4, R.S..L também lhes contou sobre o crime que havia cometido e garantiram que não acreditaram que era verdade.

“Só quando fomos chamados para prestar esclarecimentos na Delegacia é que percebemos que ele não estava mentindo. É uma situação difícil de acreditar, a gente acha que só acontece em filmes de terror”.

De acordo com as informações da Polícia Militar, uma ligação anônima apontou que o crime havia acontecido e que o corpo estava na residência.

Conforme a PM, R.S.L. disse que foi procurado por um ex-namorado de Daura e que este lhe pediu para ajudar a matá-la. Ele disse que aceitou cometer o crime e que depois de tirar a vida da namorada, trancou o corpo em um quarto da casa. Com ele os policiais encontraram a chave do cômodo, que já havia sido arrombado durante a revista.

O homem que foi detido com R.S.L. , assim como ele, prestou depoimento na delegacia. Ele foi liberado e R.S.L. , conforme seus parentes, continuava detido até a manhã de hoje. À PM ele disse que R.S.L. lhe procurou na madrugada do dia 4, por volta das 2h, pedindo para que lhe ajudasse a enterrar o corpo de Daura no bairro Centenário e garantiu que teria recusado o convite.

“Precisamos esclarecer várias coisas em toda essa situação, pois não temos muitos detalhes nesse momento. Não tínhamos muito contato com a Daura, pouco sabemos dela. Ela chegou a ir duas vezes na casa da mãe do R.S.L., onde estávamos reunidos. Pareceu bem tímida”.

De acordo com vizinhos, há cerca de três meses, R.S.L. teria batido em sua ex companheira e o caso foi registrado na polícia. Eles também contaram (fato confirmado pelos familiares com quem nossa reportagem conversou ), que há cerca de sete meses, ele perdeu um filho em um acidente na decida do Alpestre. Conforme os vizinhos, R.S.L. trabalhou por oito anos seguidos em uma empresa da cidade e teria sido demitido há cerca de três meses.

Daura de Fátima Nunes Alexandre era natural de Campos Novos (SC) e nasceu no dia 28 de maio de 1963, ela tinha 59 anos.

Carro em que estavam R.S.L e o parente que ele pediu para lhe ajudar a esconder o corpo de Daura, quando foram abordados por policiais militares

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