RIO NEGRINHO. O Nosso Jardim, praça central que vem sendo construída na cidade e chamando a atenção de moradores e turistas, terá mais um diferencial.
Será um trecho com ipês amarelos, que vão literalmente colorir o trajeto (e também a vida, porque não?) de quem passar pela calçada da Avenida dos Imigrantes.
As mudas das árvores foram plantadas recentemente por Ciliane Augustin, que doou o projeto da praça para a prefeitura já no início da construção do local; pela professora e bióloga Celia Maria Valério e por Eniale Reichwald.
Célia explicou que as mudas de ipês foram doadas por sua mãe, que tem um grande carinho por Rio Negrinho. A árvore é uma planta melífera e está sendo cultivada no local para tornar o ambiente cada vez mais favorável para atrair abelhas sem ferrão.
“Além de promover lazer, resgate histórico e cultural, o Nosso Jardim será um laboratório vivo com caráter didático, proporcionando educação e conhecimento científico. Para isso, vamos desenvolver pesquisas no sentido de agregar valor ecológico ao ambiente. Dando, naturalmente, sequência à ideia inicial da Ciliane, de abordar a importância das abelhas para o meio ambiente, temática já contemplada por meio da escultura do artista Valdemar Staffen . E agora vamos dar continuidade ao tema, com a implantação de abelhas nativas sem ferrão, ou seja, que não oferecerão nenhum risco à quem por ali passar”.
Célia, que é mestre em Saúde e meio Ambiente, explicou também que essas abelhas são de extrema importância para o planeta, pois são responsáveis pela polinização da maioria de espécies de plantas e produção de frutos, contribuindo muito para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas.
“Além disso, produzem cera, própolis e mel de excelente qualidade! São insetos dóceis, atualmente ameaçados pelo desmatamento e uso excessivo de agrotóxicos, dentre outros fatores”.
Esse, conforme a professora, é um projeto que não tem previsão para terminar e tem como proposta ainda interagir com a comunidade.
“O conceito de Ciência Cidadã propõe a participação comunitária em projetos de pesquisa, possibilitando que pessoas interessadas em fazer ciência participem da produção do conhecimento científico. Dessa forma, acontece o envolvimento do público em alguma etapa das pesquisas, despertando nas pessoas um sentimento de pertencimento à comunidade”.
Outra fator elencado pela especialista é que ações como essa integram os saberes científicos e tradicionais, promovendo a sensibilização e mudanças nas atitudes e comportamentos das pessoas em relação ao meio ambiente e a saúde.
“Para tudo isso vamos desenvolver pesquisas no sentido de agregar valor ecológico ao ambiente. Serão necessários muito estudo e monitoramento do ambiente no que se refere a implantação de plantas nativas e espécies de abelhas nativas sem ferrão, sempre buscando melhorar qualidade ambiental”, citou.
O Ciência Cidadã também terá um site específico, onde todos os envolvidos – inclusive novos especialistas que serão convidados para atuar no projeto – irão compartilhar os conhecimentos produzidos na implementação da ação.
“Estou realmente muito satisfeita em participar dessa iniciativa incrível, a convite da Ciliane! Nos conhecemos faz tempo, quando ela também lecionava. Por isso ela sabe da minha formação, do meu gosto pela natureza e da minha preocupação com as plantas e animais. Assim, temos afinidades por essas questões ambientais. A Eniale Reichwald foi minha aluna no curso de Ciências Biológicas e a convidei para participar do projeto. Fiquei muito feliz porque ela aceitou imediatamente e participou conosco da elaboração dessa ação. A proposta mesmo é unir esforços pelo meio ambiente, tornando o Nosso Jardim também uma referência no tema”.
Célia Maria Valério foi professora na Educação Básica, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Superior.