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“A escrita cura”: três textos para refletir sobre ‘ser forte o tempo todo’, o tempo (ou o que achamos que é a falta dele) e solidariedade

REGIÃO. Uma tarde chuvosa como a dessa quinta-feira (30) é um convite para parar um pouquinho e refletir sobre algumas questões que fazem parte da nossa vida e que nos trazem não só questionamentos, mas também aprendizados.

E não só na tarde chuvosa de hoje! Rsrs A verdade é que sempre é tempo de, mesmo na correria do dia a dia, olharmos com profundidade para a nossa alma, para quem somos e para tudo o que nos cerca.

Pensando nisso seguem aqui três textos de participantes das Oficinas Literárias Online promovidas pelo nosso portal, o Nossas Notícias, e que carinhosamente teve “A escrita cura” escolhido como lema dos encontros que acontecem pelo Google Meet desde abril deste ano, reunindo várias pessoas da região.

Os encontros são gratuitos e acontecem todas as quartas-feiras às 20h. Interessados em participar podem entrar em contato pelo whatsapp (47) 9.92754054 ( clique aqui para falar direto ).

Confira os textos e inspire-se!

O Dono do Tempo (Autora: Valerie Campos Cestrem )

Sentimos o tempo a passar
E a gente costuma correr
Atrasos surgem sem querer
E a vida acelera em um mover

E mesmo sem perceber
As corridas que se fazem atropelar
Os surgidos momentos a atrasar
A vida movida a acelerar

Deus nos faz confiar
Que Ele é o dono do tempo
E que não importa o adiar
Muito menos o adiantar

O tempo sempre Lhe pertence
E a nós cabe o agradecer
Pelos Seus planos perfeitos
De tudo que conseguimos viver !

A estranha invisível na travessia da Balsa! (Autora: Elenice Lietz )

Hoje eu vi uma mãe invisível
Seus três filhos invisíveis
Um no carrinho, beirava 3 meses…
Outro mal sabia andar… fora do carrinho
O terceiro ensaiava seus passos rumo a liberdade daquela situação
Juntava pedras na tentativa de jogá-las no rio
O do meio sonolento e irritado juntava pedras e jogava em direção à mãe
Cadê essa mãe?
Invisível… aos filhos, à sociedade, ao “nada companheiro”… diga-se de passagem cadê o miserável?
Aparentava 20 no máximo 21 anos
É certo que com um pacote de balas de goma a vender aos turistas passantes… não sobrava nada, fraldas, leite, umas míseras bolachas … isso era tudo que eu vi… será que vi… não consegui dar um passo na sua direção, fiquei cega como todos os outros, olhava e fingia não ver… ora bolas… pensei o que será que poderia colaborar na situação? Privilegiei meu anonimato… meu desconforto atingiu minhas costelas…pensei que Diabos parece que só eu vejo essas coisas? Esse tipo de coisas… E os outros o que veem?
Melhor é ser cego!
E invisível também

É preciso ser forte para ser forte (Autora: Katia de Oliveira)

É preciso ser forte para ser forte
É preciso ser forte para lutar
Para seguir
Não desistir

É preciso ser forte para continuar sendo forte
Quem te vê não imagina que você cansa
Que você canta
Que você se desencanta
E que também dói

Quem te vê não imagina
Que você também chora
Se apavora
E gostaria de do nada receber uma salvação

É preciso ser forte para ser forte
E ver que
O outro, te vendo forte,
Pensa que se te machucar
Rápido você vai se recuperar
Pois não cansa de ser forte

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