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Rio-negrinhense fala sobre experiência de morar e estudar em Portugal e na Holanda

RIO NEGRINHO.  Contemplado com uma bolsa de estudos do programa federal Ciência sem Fronteiras, que estimula a formação acadêmica no exterior através de projetos científicos em universidades de excelência, o rio-negrinhense Maikon Kelbert fala sobre a experiência de ter morado e estudado na Europa. Maikon se formou em Engenharia Química na Univille; em Engenharia Biológica na Universidade do Minho, em Portugal; fez Mestrado em Engenharia Química na UFSC e faz agora Doutorado também na UFSC. Entre 2012 e 2013 ele morou e estudou na cidade de Braga, que fica situada no norte de Portugal e mais recentemente, entre 2019 e 2020, morou na cidade de Delft, no sul dos Países Baixos, mais conhecida por aqui como Holanda. A primeira oportunidade de morar fora do país surgiu através de um estágio em um centro de pesquisa da UMinho (Universidade do Minho). “Nesta época fui contemplado com uma bolsa de estudos e fiquei um ano trabalhando no Centro de Engenharia Biológica, com a produção de bioetanol de segunda geração”, conta Maikon que falou ao Nossas Notícias essa semana. “Já nos Países Baixos, fui fazer o doutorado sanduíche (termo dado quando você realiza parte do doutorado em outro país). Eu fui através do programa PRINT-CAPES, que é um programa de internacionalização que a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem junto a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)”, explica. O jovem passou por um processo seletivo, no qual vários critérios foram levados em consideração, dentre eles: análise do currículo, possuir trabalhos científicos publicados em revistas internacionais de renome e qualidade do projeto de pesquisa (que foi desenvolvido fora do país) além de comprovação de fluência em língua inglesa. “Eu trabalhei no Departamento de Manejo de Águas da Universidade Técnica de Delft, eleito um centro de referência mundial na área. Minha pesquisa tratava sobre a remoção de poluentes emergentes, em especial antibióticos, em estações de tratamento de efluentes, utilizando novas tecnologias que começaram a ser implementadas recentemente nos Países Baixos”, detalha Maikon. Ele explica ainda que após esse período, foi contratado como pesquisador pela TUDelft em parceria com uma órgão governamental dos Países Baixos e com uma empresa, para realizar uma parte de outro projeto. No final de 2020 o projeto acabou e Maikon voltou ao Brasil para finalizar o doutorado na UFSC. Aprendizados e desafios Sobre os maiores aprendizados e desafios de viver na Europa, ele conta que a melhor parte é realmente ter a oportunidade de conhecer outra cultura, no convívio diário. “O que é muito diferente de quando você vai somente visitar um país”, enfatiza. “É muito gratificante e enriquecedor poder conhecer diferentes formas de pensar. Trabalhando na UMinho e na TUDelft, eu também tive a oportunidade de conhecer pessoas do mundo todo, os quais se tornaram grandes amigos e que continuo mantendo contato”, destaca o jovem. “Eu sempre falo que se você for de mente aberta para viver a experiência de morar fora de país, deve entender que a pessoa que você for quando embarcou não será a mesma pessoa que você for quando retornar. O crescimento pessoal, e no meu caso também profissional, são visíveis”, frisa. Pandemia Maikon conta que enfrentar a pandemia foi o maior desafio estando em um outro país. “Em abril e maio, foram meses bem difíceis, pois os Países Baixos estavam em lockdown. Só serviços essenciais estavam abertos. Eu fiquei trabalhando de casa e a partir de junho, com várias medidas restritivas, voltei a trabalhar na universidade”, cita ele. Adaptação “Nas primeiras semanas eu senti um pouco a diferença, principalmente quando morei nos Países Baixos, pela questão da língua, no caso a língua neerlandesa. Por exemplo, nas primeiras vezes que fui ao supermercado tinha que estar sempre com o Google tradutor aberto”, lembra. “Mas passadas duas, três semanas eu já consegui me adaptar perfeitamente. Outro fator que ajudou muito na adaptação, é que eu sempre fui muito bem recebido pelas pessoas. Se alguém vê que você está precisando de ajuda na rua, em um mercado, eles paravam e ofereciam ajuda”, diz. Volta ao Brasil e planos futuros Sobre o retorno ao Brasil, ocorrido em janeiro deste ano, Maikon explica que está trabalhando na finalização de sua tese e posterior defesa do doutorado, visto que ele almeja receber o título de Doutor em Engenharia Química. “Eu pretendo ficar no Brasil, ser professor universitário, mas não descarto a possibilidade de morar fora do país novamente. Infelizmente, a situação de pesquisadores no Brasil não é a mais favorável e desde 2019 o fomento à pesquisa vem sofrendo vários cortes, o que prejudica muito a pesquisa no Brasil”, cita. Promoções          

 
                                                                                     
   
                                                                                                           
 
                                                                                                         
   
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