RIO NEGRINHO. Depois de apresentar, na última semana, os dados da violência contra crianças e adolescentes atendidos pela Delegacia de Proteção a Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de São Bento do Sul, o Nossas Notícias conversou essa semana com o delegado Rubens Almeida Passos de Freitas, que falou sobre os números de Rio Negrinho. Segundo ele, entre 2020 e 2021 foram registradas 15 ocorrências neste sentido, sendo 11 delas envolvendo estupro, ou seja, mais de 73% do total de atendimentos. A Polícia Civil ainda contabilizou duas ocorrências de crimes previstos no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), um crime de lesão e um crime de aliciamento de criança para fins sexuais. O titular da comarca rio-negrinhense ainda destaca que existem algumas outras investigações em andamento e, portanto, ainda não foram ainda concluídas. “Sempre pedimos para que a pessoa registre o boletim de ocorrência com testemunhas, com as informações detalhadas”, explica. Freitas destaca que a Polícia Civil recebe uma grande quantidade de denúncias de possíveis maus tratos, mas muitas dessas denúncias não apresentam muitas informações, não possuem um fundamento. A situação, cita o delegado, dificulta a averiguação da veracidade da denúncia. Já nos casos envolvendo crimes sexuais, o delegado esclarece que sempre é solicitado para que a pessoa compareça na delegacia e, dependendo da situação, acaba sendo encaminhada para um psicólogo. Sinais O delegado destaca que os pais podem identificar uma série de sinais que podem caracterizar que a criança ou adolescente sofreu algum tipo de abuso. “O medo de determinado adulto, a criança pedir proteção da mãe quando chega perto de algum parente que pode ter abusado. Ou ainda quando maior recusar ir na casa de alguém, que tenha abusado parente ou vizinho, são alguns desses sinais”, exemplifica. Mudança de comportamento Lesões também podem configurar uma situação de abuso e são mais evidentes quando podem ser identificados apertões nos braços e pernas ou próximo a região genital, tanto do menino como da menina, alerta o delegado. “Voltar a fazer xixi na cama depois de um período, a criança se tornar muito fechada, não querer falar ou mudar o comportamento, também são sinais”, cita Freitas. “Não que toda criança que apresente esses sinais tenha sido abusada, mas em qualquer suspeita a pessoa deve comparecer na delegacia para ter orientação da Polícia Civil”, encerra. Promoções