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Rionegrinhense ministrará curso livre na Universidade Federal de Santa Catarina

RIO NEGRINHO. Bióloga graduada na UnC de Mafra (SC), Mestre em Botânica e Doutoranda em Ecologia na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) a rio-negrinhense Rafaela Helena Ludwinski se define como uma apaixonada por plantas desde criancinha, quando ficava no quintal, olhando e mexendo nas plantas da casa. Conforme sua própria trajetória descreve, a paixão virou profissão e também é motivação para que ela venha se destacando em sua área de atuação. E é mais um dos compromissos de sua agenda que comprova isso. Afinal, entre os dias 24 e 26 deste mês ela ministra mais um curso na Universidade Federal de Santa Catarina.

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A capacitação, que é a 9ª edição do curso de inverno em Ecologia traz o tema “Estamos no meio: ecologia humana e ecologia histórica”. Em entrevista ao Nossas Notícias, Rafaela explicou sobre os termos que ela abordará juntamente com a doutoranda Aline Cruz e com a mestranda Bruna Santos. “O objetivo será desmistificar a ecologia humana, a etnobiologia e a ecologia histórica. Vamos abordar desde o surgimento das etnociências e o que as diferencia da ecologia humana. Aspectos sobre distinção entre uma área, disciplina e arcabouços teóricos, além de exemplificar com estudos de caso. Queremos dar as bases para que, se alguém se interessar nessa área, possa organizar suas ideias e quem sabe estruturar projetos e fazer acontecer”.
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De acordo com o que a especialista explicou a etnobiologia é um campo de cruzamento de saberes (biologia, antropologia, ecologia, sociologia) que investiga conhecimento, uso e manejo de recursos naturais por populações humanas. “Sempre gostei das temáticas associadas a imigração.Enquanto conhecia grupos culturais de descendentes de imigrantes, sejam poloneses, alemães, italianos… uma pergunta que sempre me ocorria era como imigrantes modificam, mantém ou incrementam as floras locais ao longo do processo de imigração. Imagina a seguinte cena: você precisa imigrar para um outro país e de repente se vê rodeada por plantas que nunca tinha visto antes! Como ocorre esse processo de adaptação? Assim surgiu minha ideia de trabalhar com etnoecologia em contextos de imigração”, contou, exemplificando a área cientifica. Rafaela disse também que está em processo de publicação de um artigo e escrevendo outros dois sobre o tema. “Em breve pretendo divulgar, fazer o retorno dos dados da pesquisa para a região. Pois para esta pesquisa contei com a participação de pessoas entrevistadas em Rio Negrinho, São Bento do Sul e Itaiópolis”.
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A rionegrinhense falou também sobre aspectos relacionados a ecologia histórica e mostrou exemplos de como ela se faz presente em Rio Negrinho e região. “Na nossa região, numa perspectiva de ecologia histórica, até as grandes manchas de araucárias que temos são resultado do manejo intencional indígena!”. A rionegrinhense contou que na graduação ficava frustrada com a falta da inserção do ser humano enquanto uma variável que interage e modifica o ambiente. “Antes de entrar na pós-graduação descobri que era possível unir vários dos meus interesses de pesquisa. Então encontrei a etnobiologia logo no mestrado e continuo estudando essa vertente que sobretudo investiga o conhecimento, uso e manejo de recursos naturais por populações humanas”.
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Ela desenvolve sua pesquisa no Laboratório de Ecologia Humana e Etnobotânica – ECOHE UFSC e disse que sempre esteve envolvida com minicursos, aulas e palestras. “Desde que entrei na pós-graduação na UFSC ajudei a formar e organizar o I Encontro de Fungos, Algas e Plantas, um curso de inverno do Programa de pós-graduação em Fungos, Algas e Plantas (ou botânica para resumir rsrs). Participei do Curso de inverno da Ecologia, do programa de pós-graduação em Ecologia e ministrei junto com outros colegas do laboratório um minicurso na semana da biologia. Todas as aulas, palestras e cursos estão mergulhadas na grande área da etnobiologia e em tópicos trabalhados pelo laboratório”. Para a jovem o legal de poder dar essas aulas é ver nos olhos das pessoas o quanto que elas se sentem representadas. “Quando, por exemplo, falo de uso de plantas sempre cito saberes comuns, como aqueles saberes transmitidos entre geração. ‘Usa essa plantinha que ela faz bem para dor de cabeça’, ‘colha três folhinhas disso na lua minguante que afasta mal agouro’ e por aí vai”. E a jovem, que ainda tem muitos projetos pela frente, finalizou resumindo em uma simples frase a vocação que se tornou acima de tudo seu modo de ser e de viver. “Ciência é tudo de bom!”.
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