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Operação Iceberg: "ouvi ex-vereador dizer que precisava do dinheiro da diária para pagar prestação do carro", afirma Kempa

O ex-vereador Eloy Schoeffel, o Kempa, hoje filiado no PSDB de Rio Negrinho conversou com a reportagem do Nossas Notícias na tarde de hoje. Juntamente com outros ex-vereadores, ex-servidores e servidores da Câmara de Rio Negrinho, ele foi um dos convocados à prestar depoimento na Operação Iceberg, realizada Polícia Civil de São Bento do Sul através da DIC (Divisão de Investigação Criminal).

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A Operação, liderada pelos delegados Odair Sobreira (regional) e Gustavo Muniz (DIC), apontou irregularidades na retirada de diárias que vereadores e servidores retiravam sob a justificativa de frequentar cursos em Curitiba (PR) e Florianópolis (SC). O resultado da investigação, que conforme os delegados contém 6 mil páginas, resultou no indiciamento de vários agentes públicos e no pedido para que os envolvidos devolvam mais de R$1 milhão aos cofres públicos.
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Apesar de convocado a prestar depoimento sobre o caso, Kempa faz parte do grupo de agentes públicos não indiciados na investigação e portanto não teve seu nome incluído na lista dos que precisam devolver qualquer quantia ao erário público. Conforme documentos da investigação, em seu depoimento Kempa relatou que percebeu que havia algo de errado no interesse dos colegas em capacitações constantes.
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Em seu depoimento à Polícia Civil ele disse que chegou a ir em um dos cursos e que chegando no local das “aulas” apenas assinou uma lista de presença e passou três dias jogando cartas e batendo papo com outros ex-vereadores de Rio Negrinho e de outros municípios. “Percebi que de fato havia um esquema, voltei e devolvi o valor da diária à Câmara”. Kempa, também em seu depoimento, disse que tentou alertar os colegas sobre as irregularidades mas sofreu retaliações por isso.
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Para a reportagem do Nossas Notícias o ex-vereador contou detalhes do clima que viu na Câmara de Vereadores entre os anos de 2009 e 2012. “Ouvi um colega, então vereador dizer que precisava tirar diária para pagar a prestação do carro. Ou seja, não era para se capacitar. Era para usar dinheiro público em favor próprio mesmo”. Schoeffel também relatou que os cursos eram pagos pela Câmara de Vereadores juntamente com as pernoites nos hoteis das cidades onde aconteciam as capacitações. “Era pago tudo junto mas ainda tiravam diária para pagar hotel”.
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Ele contou que soube que um ex-vereador, teria justificado a  excessiva retirada de diárias alegando que era um complemento de renda. “Disse que o salário de vereador é muito baixo. Mas isso não justifica pois quando a pessoa se candidata sabe qual o valor do salário que vai receber se for eleita (o)”. Schoeffel arrematou:”e isso não se justifica porque senão um trabalhador que ganha um salário mínimo teria que roubar de alguém, se seguisse esta lógica”.
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Eloy frisou que em sua opinião o pedido que os delegados fizeram à Justiça foi adequado para todos os políticos envolvidos. “Tem que devolver mesmo! Um dia um colega me disse que eu era burro por não ter feito mais cursos. Mas digo que eu, pelo menos, posso dormir com a consciência limpa”, alfinetou. Sobre o indiciamento de servidores da Câmara em função do esquema, Kempa disse ter ficado surpreso e descartou a má fé daqueles com quem trabalhou. “Dos servidores não tenho nada a dizer. Nunca foram ‘malandros’ e sempre trabalharam certinho. Acredito que de repente possam ter sido ‘convidados’ ou mesmo influenciados por alguém. Eu mesmo nem sabia que faziam cursos naquela época. Fiquei sabendo agora, com a divulgação dos resultados da investigação”. Na foto, parte do depoimento de Kempa à Polícia Civil.    ]]>

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