Ela tem 70 anos e já fez descer o leite de muitas mães que passaram pela Fundação Hospitalar de Rio Negrinho e enfrentaram dificuldades de amamentar seus bebês. “É um dom que Deus me deu” Questionada como conseguiu fazer tantos “milagres”, ela só disse, com um sorriso de satisfação: “É um dom que Deus me deu, eu acho”. Ela é Maria Iracema Penkal, 70 anos. Há 18 anos começou sua atividade voluntária com as demais Amigas da Amamentação. “Meu marido ficou acamado por 4 anos no hospital e acabamos fazendo amizade com o pessoal da equipe. Depois que ele faleceu eu entrei em depressão e a Maria Delazari Rodrigues me convidou para entrar neste grupo como forma de me auxiliar a sair desta situação”, contou. Sempre em atividade, mesmo de longe De lá para cá, dona Maria Iracema interrompeu sua atividade para cuidar de seu pai, retornou e hoje está afastada novamente para se dedicar aos cuidados com a mãe. Mas apesar de não ficar “na ativa” cem por cento do tempo sempre foi e ainda é procurada para fazer atendimentos. “Muitas vezes me já chamaram no hospital e na minha casa. Às vezes as mães iam e vão até minha casa e hoje ainda atendo até pelo telefone de vez em quando. A Eni (Packer, enfermeira da maternidade do Hospital) me chama às vezes também”. Fama A procura deve-se à fama que dona Iracema tem, que é a de “senhora que faz esgotar leite das mães”. E ela admite seus feitos com orgulho. “A doutora Marluce (Mello, ginecologista), fui eu que consegui fazer descer o leite dela”, exemplificou. Com as demais integrantes das Amigas da Amamentação, ela relatou que fez muitos cursos em várias cidades do Brasil como Salvador (BA), Mato Grosso (MT), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC),… Técnicas E com certeza, muitas técnicas aprenderam ela e todas as Amigas da Amamentação. Com certeza também que o trabalho de todas foi e é fundamental para a saúde das crianças de Rio Negrinho e de demais cidades que a Fundação Hospitalar atende. Mas com certeza também dona Maria Iracema tem as suas técnicas especiais de atendimento. E ela não escondeu nenhuma delas da nossa reportagem. “Quando as mães não conseguem dar de mamar eu dou um jeito. Vou conversando, conversando. Elas tem que ter muita calma, porque senão seguram o leite e ele não desce. Também faço massagem … até sair o leite”. Uma história SURPREENDENTE Obviamente que dona Iracema tem muitas histórias de atendimentos mas uma ela citou como sendo uma das mais surpreendentes (e nós também achamos!). ” A maior foi uma mãe surda e muda que atendi. Ela era muito brava, engravidou solteira e desesperou-se. Ela se beliscava toda e quando teve o bebê, ela queria amamentar mas não tinha leite. O bebê chorava de fome. Daí foram me chamar. Fui três vezes por dia na casa dela. Pedi que uma sobrinha dela mamasse no peito dela para descer o leite. Ela conseguiu amamentar o filho até ele ter 4 anos e se tornou a maior doadora do Banco de Leite naquela época! Chegou a doar 15 vidros de leite por semana. Isso aconteceu faz uns 13 anos.”. Dona Iracema tem uma filha, Elenara Aparecida Penkal, de 49 anos. Mas por ironia do destino não conseguiu amamentá-la por muito tempo nem a ajudou a amamentar o neto, hoje com 23 anos. “Naquela época nem existia esse trabalho das Amigas da Amamentação”, explicou. Lembranças Sobre o tempo em que estava em plena atividade junto com as demais Amigas da Amamentação,ela só guarda boas lembranças. “Fizemos muitas coisas boas, promoções…Foi um tempo muito bom!De vez em quando encontro por aí moças e rapazes que eu ajudei a serem amamentados. É muito gratificante!”. E ela finalizou nossa conversa, durante o III Mamaço, na Fundação Hospitalar (aconteceu na sexta-feira, 10 de agosto), posando para uma foto que dispensa legendas. Segue abaixo! ]]>