Ontem a tarde circulou na internet a imagem de um homem sem uma parte da perna, de muletas, no entorno do posto de saúde do centro da cidade. No texto, o relato de que o carro dele havia sido guinchado pela Polícia Militar por ele não apresentar a identificação de portador de necessidades especiais. A foto, que também incluía a imagem do carro e do caminhão do guincho, revoltou os internautas, que teceram os mais variados comentários contra a atitude da PM, conforme relatado naquela ocasião. Procurando detalhes sobre os fatos, a reportagem do Nossas Noticias, entrevistou na tarde de hoje o tenente Jean Carlo Denk, comandante da Polícia Militar em Rio Negrinho. Ele destacou que os fatos ocorreram em uma versão diferente das publicadas. Conforme o militar, ontem, enquanto estavam em rondas pelo centro da cidade, PM’s avistaram uma mulher com um carro estacionado na vaga para deficientes. “Ela estava tendo dificuldade de retirar do automóvel uma cadeirante. Isso porque na frente de seu veículo, em local inapropriado, estava estacionado outro carro, sem nenhuma identificação”. Ainda conforme o tenente, os policiais foram até o posto de saúde e conversaram com os funcionários, buscando saber quem era a pessoa responsável pelo automóvel.”Os policiais aguardaram 40 minutos até tomar a providência de multar o (a) condutor (a) do veículo, já que estava sem identificação de que era ocupado por uma pessoa com necessidades especiais”. Denk contou que foi somente depois deste longo período foi que apareceu a condutora do veículo. “Era uma mulher que tem paralisada uma parte do lado esquerdo do corpo. Os policiais conversaram com ela, explicaram que conforme o Código de Trânsito Brasileiro, ela tem o direito à vaga especial, mas para isso, assim como para todas as pessoas com deficiência e com idade acima de 60 anos, precisa deixar exposta a carteira de identificação na frente do carro. Justamente para evitar situações como esta”. O tenente explicou que depois de emitir uma multa no sistema da PM, os policiais não tem como cancelar o documento. “Mas orientaram esta senhora a entrar com um recurso junto aos órgãos de trânsito. E ela, pelo que vimos, entendeu o ocorrido. Vale lembrar também que o veículo foi liberado horas depois do fato”. O texto compartilhado nas redes sociais também relatava que a mulher teria caído no chão e que os policiais não a teriam ajudado. “Isso não aconteceu de forma alguma. Se tivesse acontecido, os PMs teriam ajudado ela”. Denk lamentou a situação e enfatizou que a Policia Militar apenas faz cumprir a lei e trabalha 24 horas por dia para manter a segurança na comunidade. “Tem ocorrências que não são fáceis de atender. Esta foi uma. Mas a Polícia precisa cumprir a lei e foi só isso que os policiais fizeram”. Para conscientizar deficientes e pessoas com mais de 60 anos sobre a necessidade de deixar no vidro dianteiro do carro a carteira de identificação a Polícia Militar está programando uma campanha especial. “Já vinhamos trabalhando nesta iniciativa e o que ocorreu ontem só vem a mostrar a necessidade de as pessoas saberem como funciona a lei e estarem aptas a cumprí-la. No caso da senhora que teve o carro guinchado, ela tinha esta carteira. Mas estava dentro do carro, na lateral da porta. E não é isso que diz a lei”.Ele finalizou lembrando que a corporação contará com o apoio de toda a comunidade na divulgação da campanha. ]]>