RIO NEGRINHO. Mais uma sessão de muita discussão na Câmara de Rio Negrinho nesta noite (12). Desta vez, depois que o vereador Ineir Miguel Mittmann, o Kbelo (PSC), apresentou um requerimento verbal no qual pedia a instalação de uma comissão de investigação para apurar se a conduta do presidente Arlindo André da Cruz, o Piska (PP) implica em falta de decoro parlamentar.
Piska foi preso por algumas horas neste final de semana após se envolver em uma ocorrência de ameaça e porte ilegal de arma (confira os detalhes nos links no final da matéria).
Além de Kbelo, os vereadores Flávia Vicente (MDB), Roseli Zipperer do Amaral (PSDB) e Manoel Alves Neto, o Maneco (DEM) também eram favoráveis ao requerimento que acabou não entrando na pauta depois da discussão e até um bate boca entre os vereadores Alessandra Cristofolini (PSL) e Maneco.
Por um lado, Kbelo argumentou ter amparo no regimento interno para a inclusão de seu requerimento verbal na pauta, por outro Alessandra bateu na tecla de que o pedido deveria ser feito de forma escrita. Ela tentou alegar que o requerimento por escrito, em uma próxima sessão, seria mais viável.
“O regimento é claro, o regimento não deixa entrelinhas, pode ser feito escrito ou verbal. É um direito do parlamentar, estou exercendo meu direito e pedindo que se inclua na ordem do dia”, defendeu Kbelo.
“Segundo acordos internos, os requerimentos só podem ser apresentados até a sexta. Os acordos não estão sendo honrados”, disse Alessandra.
“A questão de pedir verbalmente leva em consideração que trata-se de uma ocorrência no final de semana, fora do prazo”, tentou ainda Flávia Vicente.
“Quantos requerimentos verbais já foram aprovados aqui?!É lamentável a senhora ser contrária ao requerimento”, disse Maneco, citando o posicionamento de Alessandra.
Piska (PP) argumentou que mesmo ocorrendo uma cotação para decidir se a matéria iria para a pauta, a votação ficaria empatada em quatro votos, mesmo ele não votando.
“Tem gente que tem interesse no cargo, mas só Deus e a justiça me tiram da Câmara”, disse o presidente.
Nilson Sebastião Barbosa (PSDB), comentou que os vereadores estavam debatendo uma questão particular.
“É uma questão que tem que se resolver lá fora. Dentro desta casa temos que discutir o que acontece nesta casa”, opinou.
“Vamos aguardar, ver o que vai acontecer e depois tomar atitude”, sugeriu Alessandra referente ao caso envolvendo o presidente.
O requerimento
O pedido aponta o fato de Piska ter sido detido pela Polícia Militar no sábado onde, conforme lembraram os vereadores, infringiu várias leis federais, como porte ilegal de arma e ameaças a terceiros. O presidente permaneceu por mais de 14 horas na delegacia de Polícia de São Bento do Sul e foi liberado após pagamento de fiança.
No requerimento, que acabou não sendo votado, os vereadores cogitavam inclusive a hipótese de cassação do mandato de Piska, levando em consideração a conduta do presidente no final de semana. Logo no início da sessão, Piska falou sobre o assunto e pediu desculpas para familiares por conta do episódio.
“Foi um equívoco com minha pessoa e vou responder por essa conduta. Quero pedir desculpas para minha mãe, para o meu pai e principalmente para minha filha. Sou digno de erro, tenho coração e sentimentos e quero que a imprensa informe apenas a verdade. Nunca ameacei minha ex-mulher, nunca fiz injuria”, citou o parlamentar.
Os vereadores favoráveis à entrada (na pauta da sessão de hoje), do requerimento que pedia a investigação para apurar se prisão do vereador Piska implica em quebra de decoro parlamentar foram: Kbelo, Maneco, Flávia e Rose.
Os vereadores contrários à entrada do requerimento na pauta de hoje foram: Nilson Barbosa, Alessandra Cristofolini, Cassinho e Dido.
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