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Pela terceira sessão consecutiva e por maioria, vereadores rejeitam documento que questiona conduta do vereador Piska, presidente da Câmara de Rio Negrinho, preso no início deste mês

RIO NEGRINHO – A suposta quebra de decoro parlamentar do presidente da Câmara de Vereadores, Arlindo André da Cruz, o Piska (PP), preso por porte ilegal de arma e ameaça no último dia 10 de julho, como muitos já esperavam, teve novo capítulo na sessão da noite desta segunda-feira (26).

Desta vez por conta da rejeição, por parte do próprio presidente, de uma moção de repúdio dos vereadores Flávia Vicente (MDB), Manoel Alves Neto, o Maneco; Ineir Miguel Mittmann, o Kbelo (PSC) e Roseli Zipperer do Amaral (PSDB). No documento os vereadores repudiavam justamente a conduta do presidente, não somente pelo episódio da prisão, mas também por seu comportamento dentro do legislativo.

No documento, os vereadores apontaram que Piska dificultaria os trabalhos e obstruíria a atividade legislativa dos demais parlamentares, ferindo o Regimento Interno do legislativo, quando se negou a aceitar um requerimento verbal proposto pelos mesmos vereadores no qual eles pediam a instalação de uma Comissão Investigativa e Processante para averiguar se ele havia quebrado o decoro parlamentar por conta de sua prisão.

“Na semana passada fomos impossibilitados de exercer a atividade parlamentar por conta de não ter palavra livre”, discursou Flávia Vicente, que afirmou que não entraria no mérito da discussão envolvendo o vereador Piska, por se tratar de uma questão particular, contudo ela lembrou que o parlamentar, quando detido com uma arma, estava são e assumindo as consequências de seus atos.

“Contra fatos não há argumentos e essa moção se refere a sua conduta”, disparou a vereadora, que citou a representação de Piska contra Kbelo na última semana e citou o trecho da Constituição Federal que trata da inviolabilidade parlamentar e que assegura o direito aos vereadores de emitirem opiniões, palavras e votos.

Já Kbelo disse que a moção seria até desnecessária não fosse o abuso na condução dos trabalhos dentro do legislativo quando da opção, da mesa diretora, em se montar uma pauta para garantir o consumo de todo tempo da sessão passada, referindo-se a leitura de extensos ofícios, impedindo o uso da palavra livre por parte dos vereadores.

“A população cobra os vereadores pelos fatos ocorridos e o vereador como ente público tem a obrigação de se posicionar. Foi uma ataque não só a minha pessoa, mas contra a Constituição, quando o senhor presidente sugere um processo contra mim”, desabafou Kbelo referindo-se ao pedido de Piska, na semana passada, para que ele fosse investigado, por uma também possível quebra de decoro.

A vereadora Roseli Zipperer do Amaral também saiu em defesa de Kbelo, apontando que Piska usou de uma tentativa de reverter a situação contrária a ele, querendo atribuir a quebra de decoro ao vereador Kbelo. “Foram tentativas de tomar o tempo das pessoas com um monte de blá blá blá em desrespeito a esta casa leis, a comunidade e si próprio”, disparou.

Ela ainda lembrou que vários requerimentos dos vereadores da oposição, tanto verbais quanto escritos, foram rejeitados nos últimos meses dentro do legislativo. “O povo quer ser representado por pessoas de bem e a violência é o ultimo recurso de quem não tem argumentos e nem razão”, alfinetou ainda a parlamentar.

Manoel Alves Neto disse que o episódio envolvendo o vereador Piska continua sendo um dos fatos mais comentados da cidade nos últimos dias e mesmo assim o parlamentar ainda se dá ao trabalho de fazer vídeos que circulam nas redes sociais e no qual o presidente estaria zombando de justiça. “Deveria preservar a si e todos os vereadores”, citou.

Em defesa de Piska, Nilson Sebastião Barbosa (PSDB) disse que cada vereador sabe o que faz da vida particular e por isso seria contra a moção de repúdio. “Me dói essa situação, essa cobrança. Se fez errado é responsabilidade da justiça, não vou acusar o presidente e nenhum outro vereador sobre o que faz da vida particular”, defendeu.

Já Arlindo André da Cruz agradeceu o assessor jurídico da Câmara de Vereadores que teria, segundo ele, só agido com amparo na lei. “Pelos meus erros vou pagar, a justiça tem pessoas excelentes. Gostaria que os vereadores trouxessem projetos, Rio Negrinho é bem maior que meu assunto particular. Quanto a meu assunto, a justiça vai decidir meu futuro”, ressaltou.

Mesmo em se tratando de uma votação que envolvia diretamente seu nome, foi Piska quem colocou a moção de repúdio em discussão, não passando a presidência momentaneamente para o vice, Nilson Barbosa. Questionado sobre a conduta, ele leu um parecer da assessoria jurídica em que conforme o texto, o Regimento Interno da Câmara, não preveria seu afastamento para condução da sessão por Nilson. Além de Nilson, Alessandra Cristofolini (PSL), Cássio Alves (PSD) e Rodrigo dos Santos (PL) votaram contra a moção e a favor de Piska.

Além desta moção, os vereadores, por decisão da maioria, já haviam rejeitado um requerimento verbal de Kbelo, apresentado na segunda-feira seguinte à prisão do presidente e também um requerimento conjunto assinado por presidentes de quatro partidos políticos, cobrando providências quanto à conduta do presidente.

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