Nossas Notícias

Drielli Peyerl, de Rio Negrinho, conta sua trajetória, que vai de aluna de escolas públicas da cidade até a atuação como pesquisadora e professora em várias universidades do mundo

RIO NEGRINHO . O Nossas Notícias traz no Mês da Mulher uma séria de reportagens e lives que retratam não apenas a importância delas nesta data, mas sim seus grandes feitos e, em especial enaltece a atuação das mulheres rio-negrinhenses que são destaque, não apenas em âmbito local ou regional, mas também nacional e até internacional. Esse é o caso de Drielli Peyerl, rio-negrinhense que estudou em escola pública – fez da quinta a oitava série na Escola Estadual Jorge Zipperer e frequentou o ensino médio na Escola Manuel da Nóbrega -, para depois alçar voos muito mais altos. Drielli conta que ainda vem com frequência a Rio Negrinho visitar os pais e nesta reportagem conta um pouco sobre sua trajetória para o Nossas Notícias. Confira e inspire-se! Graduação, Mestrado e Doutorado Após concluir o ensino médio, Drielli fez graduação em História, se formando bacharel em 2007 e posteriormente, em 2012, em Geografia, com licenciatura pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Concluiu o mestrado em Geografia, em 2010, também pela universidade paranaense. Em 2014, se formou Doutora em Ciências pela Universidade Estadual de Campinas (SP). Toda essa trajetória foi marcada por muita dedicação da jovem, que não tinha tantos recursos financeiros que lhe garantissem total estabilidade para viver fora da casa da família e por isso sempre contou também com várias bolsas de estudo até que tivesse sua total autonomia. Convites para atuar fora do país Drielli conta ainda ter feito Pós-doutorado no Departamento de Política Científica e Tecnológica na Unicamp por um ano quando surgiu o convite para atuar como professora visitante/pesquisadora na Oklahoma State University, Estados Unidos, entre agosto de 2015 a julho de 2016, lecionando a disciplina de História da Energia. Entre setembro e novembro de 2017, atuou como Residential fellow na Linda Hall Library (Estados Unidos), desenvolvendo o projeto Cornucopia: The Hunger for Energy Resources in South America, com ênfase em História da Energia. “Foram três meses trabalhando com história dos recursos naturais e transição energética”, explica. Nesse mesmo período atuou como Professora convidada na matéria de História de Energia, na University of Missouri/Kansas City e em 2018, foi nomeada e eleita membro do conselho do Petroleum History Institute dos Estados Unidos. De volta ao Brasil Ainda em 2018, a rio-negrinhense concluiu seu segundo pós-doutorado na Divisão Científica de Gestão, Ciência e Tecnologia Ambiental, Instituto de Energia e Ambiente, pela Universidade de São Paulo. “Antes de ir para os Estados Unidos, havia dado uma palestra na USP, uma das melhores universidades do Brasil e da América Latina e que acabou me convidando”, diz. Na Universidade de São Paulo Atualmente Drielli, é Jovem Pesquisadora/Pesquisadora Colaboradora do Instituto de Energia e Ambiente, Research Centre for Gas Innovation, da Universidade de São Paulo, coordenando o projeto denominado “Transições na História da Energia: desenvolvimento e novas perspectivas sobre o gás natural no Brasil”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp). “Essa é uma vaga de prestígio e digo isso por ser muito difícil conseguir. O pesquisador tem que ter um bom currículo, uma boa trajetória. O programa vem com a ideia de trazer uma nova área de pesquisa no Brasil e a USP abre portas para isso. Vim com a ideia de trabalhar com transição energética na Universidade de São Paulo e fui muito bem recebida”, destaca. Drielli, que tem atuado nos temas de Transição Energética, História da Energia e Tecnologia, Estudos de Ciência e Tecnologia, e Descarbonização dos setores de transporte e elétrico em sua pesquisa, também atua como professora na área de história da tecnologia para a graduação dentro da escola politécnica, que é um centro de engenharia dentro da USP. Na pós-graduação ela ainda leciona transição energética e historia dos recursos naturais. Parcerias internacionais Ela cita ainda as muitas parcerias internacionais que desenvolve, como com a Universidade de Missouri, nos EUA, assim como na Universidade de Croningen, na Holanda, de Queensland, na Austrália, e outros países como França, Suíça e Alemanha. “Na França, inclusive, no ano retrasado dei aula no Instituto Frances de Petróleo”, lembra. “O intercâmbio internacional é muito grande, são muitas parcerias”, completa. “É muito bacana ter saído de Rio Negrinho e hoje estar na frente como professora/pesquisadora em uma das melhores universidades do mundo. Você ter sua disciplina, seus alunos”, destaca ela, que coordena também o Gas Research Innovation, dentro da USP. A rio-negrinhense ainda participa como coordenadora principal em projetos que envolvem economia de baixo carbono, CCS – Carbon Capture and Storage (que são tecnologias emergentes). “Meu trabalho hoje é ver qual o papel do Brasil na transição energética. Se vamos continuar usando gás natural, se o gás natural vai ser inserido mais dentro da matriz, se nós vamos para as renováveis”, explica. Carreira Com vários artigos internacionais, Drielli ainda assina sete livros publicados. “O legal é poder contribuir para a questão do meio ambiente, para a questão energética. Estar na linha de frente, dentro de um país que demanda tanto e botar isso tudo em prática dentro da USP, observando tudo que a universidade oferece, é uma oportunidade única”, elogia. “Não tinha dinheiro para pagar um curso de inglês” Ela afirma reconhecer o desafio de escola pública, em que os professores tentam dar o máximo. “Eu me lembro que nunca tive dinheiro para pagar inglês, aprendi muito tardiamente e hoje publico meus artigos e escrevo todos meus livros em inglês. É um desafio onde você precisa correr muito atrás”, lembra, referindo-se aos tempos em Rio Negrinho. “Hoje quem entra na USP ainda é minoria, ainda mais nessa vaga (de Jovem Pesquisadora). Só dois conseguiram dentro do Instituto, e eu ter sido uma delas é uma honra. Carrego o projeto com muito carinho, projeto esse onde todos alunos tem bolsa, tanto o meu projeto como de outros”, ressalta. “É muito bom poder proporcionar essas bolsas de estudo. O principal retorno é saber o quanto foi difícil se sustentar durante a graduação, o mestrado e doutorado e hoje poder fazer isso por muitas pessoas”, encerra. Promoções

 
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