A psicóloga são-bentense Rosina Forteski Glidden, que possui ainda mestrado e doutorado em Educação, lançou na cidade o Leia o Clube Mulheres SBS, um clube de Leitura voltado para obras escritas por mulheres.
O primeiro encontro será neste sábado (25), às 15h, no quiosque do Condomínio Nature, no bairro Rio Negro, cujo acesso se dá pela rua Afonso Rank. A pauta vai girar em torno da obra “Cartas para a minha mãe”, de Teresa Cárdena. A reunião é gratuita e aberta a participação da comunidade (informações pelo 47 9131-8613).
“A ideia é ser um clube itinerante, então contaremos com a acolhida de espaços que permitam que os encontros ali aconteçam gratuitamente. Estou na busca de locais já para a partir de abril”, adianta.
“As reuniões são realizadas em forma de roda de conversa, há uma mediação minha no sentido de movimentar o debate, mas a conversa é livre”, fala ainda sobre a dinâmica.
A especialista destaca também que os encontros acontecerão sempre no último sábado de cada mês, a partir das 15 horas, com exceção de dezembro, quando em função do Natal, o evento será adiantado.
“Um clube de leitura é um grupo de pessoas que se reúnem para debater obras literárias, previamente escolhidas por uma curadoria”, explica.
No caso do Leia Mulheres SBS, ela faz a curadoria e também a mediação.
“O Leia Mulheres SBS é vinculado ao projeto nacional Leia Mulheres (https://leiamulheres.com.br/) e segue algumas normas e direcionamentos deste grupo original”.
Para o próximo encontro haverá um limite de público de 40 pessoas, em função do espaços físico do local.
“Quando há um espaço maior, este limite pode ser ampliado. Ainda há vagas, só se inscrever no link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSf7UbEdAZbFns3MQa4m8nbTVcIgnCijfD82iVrbOAulBcZFtw/viewform
Rosina morou fora de São Bento, participou de inúmeros clubes de leitura e também fundou alguns dos quais ainda participa e/ou organiza.
“Já participei de debates também do Leia Mulheres de outras cidades como, por exemplo, Joinville. Gosto muito da proposta dos clubes de leitura, porque democratizam as possibilidades de interpretação de uma obra. Ler em conjunto sempre amplia o que julgamos saber sobre o que lemos”, acredita.
“Além disso, promove empatia por diferentes perspectivas e personagens, suas condições de existência e sua subjetividade, e também aproxima os leitores. Assim, os clubes acabam sendo também uma rede social muito interessante e muitas vezes também uma rede de apoio”, sugere.
Conforme ela, a ideia de ler apenas livros escritos por mulheres vem de uma necessidade de reparação histórica, uma vez que as mulheres têm sido invisibilizadas também no campo literário, tanto na publicação, quanto na divulgação de suas obras.
“Para além de ler apenas mulheres também lemos mulheres de diferentes culturas e nacionalidades, possibilitando assim o entendimento da vivência das mulheres em suas diversas e singulares realidades”, comenta.
Ela explica que não se trata de fazer uma escolha individual de não ler mais escritores homens.
“Continuamos também lendo homens, até porque é o que chega mais até nós. Mas a proposta do clube é buscar um equilíbrio maior. Entendemos que há tanta qualidade literária na escrita das mulheres, quanto dos homens”, destaca.
A psicóloga finaliza lembrando que apesar de os encontros serem sobre livros escritos por mulheres, os homens também são bem-vindos no clube para participar enquanto leitores.